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Revelações de Snowden afetaram empresas nos EUA, diz estudo

Empresas de tecnologia dos EUA foram mais atingidas do que o previsto pelas revelações sobre programas de vigilância liderados pela NSA

Edward Snowden fala durante videoconferência: parece impossível quantificar o dano econômico causado pelas revelações do ex-analista da NSA (Frederick Florin/AFP)
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Da Redação

Publicado em 9 de junho de 2015 às 20h35.

Washington - Empresas de tecnologia norte-americanas foram mais atingidas do que o previsto pelas revelações sobre programas de vigilância liderados pela Agência de Segurança Nacional ( NSA ) - mostrou um estudo publicado nesta terça-feira.

O estudo da Fundação de Tecnologia da Informação e Inovação, um think tank de Washington, disse que o impacto seria maior do que sua estimativa de quase dois anos de perdas para o setor de computação em nuvem.

Em 2013, o think tank estimou que as empresas de computação em nuvem dos Estados Unidos poderiam perder entre 22 e 35 bilhões de dólares em negócios no exterior ao longo de três anos.

Agora parece impossível quantificar o dano econômico, já que todo o setor foi manchado pelo escândalo de revelações de documentos vazados pelo o ex-analista da NSA Edward Snowden , segundo o relatório.

"Estas revelações abalaram fundamentalmente a confiança internacional em empresas de tecnologia dos Estados Unidos e feriram as perspectivas de negócios do país com o restante do mundo", disse o documento.

Daniel Castro, co-autor do estudo, afirmou que o impacto está aberto, com o escândalo da NSA atingindo uma ampla gama de empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

Desde 2013, "nós não conseguimos reverter esse dano: não são apenas as empresas de tecnologia em nuvens que foram atingidas. Todas as empresas de todas as áreas da tecnologia foram golpeadas". "E essa crise não mostra quaisquer sinais de parar", explicou Castro à AFP.

O relatório disse que os clientes estrangeiros estão cada vez mais se distanciando das empresas norte-americanas, e governos de todo o mundo "estão usando a vigilância dos Estados Unidos como desculpa para promulgar uma nova onda de políticas protecionistas".

Uma pesquisa citada pelos pesquisadores descobriram que 25% das empresas na Grã-Bretanha e no Canadá planejavam puxar seus dados para fora dos Estados Unidos, como resultado das revelações da NSA.

Algumas empresas na Europa não querem seus dados hospedados na América do Norte devido a estas preocupações, disseram os pesquisadores.

Enquanto isso, as empresas estrangeiras têm usado as revelações como uma oportunidade de marketing.

"Há também a tendência cada vez mais angustiante de países como Austrália, China, Rússia e Índia, a aprovação de leis que impedem que as informações pessoais dos seus cidadãos de sair das fronteiras do país - determinando efetivamente que as empresas de computação em nuvem construam centros de dados nestes países ou correm o risco de perder o acesso a seus mercados".

O relatório disse que várias empresas de tecnologia dos Estados Unidos, incluindo a Apple e a Salesforce já começaram a construir centros de dados no exterior "para apaziguar cães de guarda estrangeiros e os defensores da privacidade".

Embora este "nacionalismo de dados" possa criar alguns postos de trabalho a curto prazo, Castro disse que os países articulando estas políticas "estão se prejudicando no longo prazo, ficando de fora do melhor em termos de tecnologia".

Nova lei insuficiente

Castro disse que a aprovação de uma medida de reforma na semana passada sobre a Lei da Liberdade não é suficiente para reparar a reputação de empresas de tecnologia dos Estados Unidos.

O relatório recomenda novas reformas, incluindo aumentar a transparência das práticas de vigilância, opondo-se aos esforços do governo para enfraquecer a criptografia e fortalecer seus tratados de assistência jurídica mútua com outras nações.

"Ao longo dos últimos anos, o fracasso do governo norte-americano em reformar significativamente suas práticas de vigilância teve um sério impacto econômico no setor de tecnologia, e o custo total continua a crescer a cada dia", apontou Castro.

Segundo o especialista, a Lei da Liberdade, que refreia a coleta de dados em massa entre suas reformas, é "uma boa legislação e um passo na direção certa. Temos ignorado o impacto econômico da vigilância dos Estados Unidos".

O escândalo do programa de espionagem norte-americano PRISM mostrou que a privacidade na web não está sendo mais respeitada como deveria ser. Mas existem formas de contornar a espionagem e evitar essa invasão, usando diferentes aplicativos. Separamos dez deles, todos com funções que visam garantir seu anonimato na web e proteger tudo que você envia e recebe, como mensagens e dados. São aplicativos para Windows, Mac, Linux, Android e iOS, que você pode conferir na galeria a seguir.
  • 2. Cryptocat

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  • Veja também

    Apesar de simples, este serviço de bate-papo não deixa de lado a segurança. O webware com visual 8-bits permite trocar mensagens criptografadas com outras pessoas, de forma que possíveis intrusos – a NSA, por exemplo – tenham bastante dificuldade para lê-las. Para usá-lo, é preciso primeiro instalar o plug-in para o navegador, que aparece assim que abrir a página do serviço. Depois, clique no ícone do Cryptocat, defina um nome para a sala de bate-papo e um codinome para você mesmo, clique em Conectar e pronto. Os outros participantes da conversa só precisam saber previamente o nome da sala de bate-papo para entrar. Dois pontos interessantes do Cryptocat: as conversas são criptografadas em tempo real e os registros são apagados assim que todo mundo sai da sala de bate-papo. Acesse o Cryptocat pelo Downloads INFO
  • 3. TorBrowser Bundle

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  • Vários programas e aplicativos prometem esconder sua localização na web, mas o projeto Tor é especialista nisso. Parte dele, o TorBrowser Bundle já traz tudo pronto para ser usado facilmente. É preciso apenas descompactar o pacote ZIP que vem no download para começar a navegar anonimamente, com sua localização mascarada por meio de vários servidores ao redor do mundo. Baseado no Firefox, o navegador TorBrowser já vem com dois plugins pré-instalados. São eles o HTTPS Everywhere, que ativa o HTTPS sempre que possível, e o NoScript, que libera JavaScript, Java e outros complementos apenas em sites de sua confiança. Além disso, o browser roda com o Vidalia Control Panel no fundo. Esse painel de controle permite alterar sua “identidade” na web e traz algumas informações sobre o uso de banda, a situação da rede e mais. Baixe o TorBrowser Bundle para Windows Baixe o TorBrowser Bundle para Mac Baixe o TorBrowser Bundle para Linux
  • 4. DuckDuckGo

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    Entre as empresas que supostamente colaboram com o programa de espionagem PRISM, estavam o Google e a Microsoft, donas das maiores engines de pesquisa na web. Para fugir do “rastreamento” feito pelos sites de ambas de busca, uma boa alternativa é usar o DuckDuckGo. Esse webware de pesquisas tem foco no anonimato, e não deixa nenhum tipo de histórico salvo na rede. Ele promete não rastrear o usuário na internet, o que evita que os resultados de buscas futuras sejam influenciados por pesquisas anteriores – ao contrário do que faz o Google, por exemplo. Além disso, o DuckDuckGo traz uma série de ferramentas úteis, como calculadoras e buscas direto no YouTube, que podem facilitar a vida do usuário na hora de encontrar algo. Acesse o DuckDuckGo
  • 5. HTTPS Everywhere

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    Este completamento para Firefox e Chrome (presente nativamente no TorBrowser) tem como objetivo tornar sua navegação pela web mais segura. Com ele instalado e ativado, o protocolo HTTPS terá sempre a preferência quando você abrir um site qualquer. Vários endereços já oferece a possibilidade de navegar dessa forma. No entanto, a dificuldade de uso faz com que, por padrão, o HTTP comum predomine. O HTTPS Everywhere acaba corrigindo esse problema “na marra”, forçando as conexões seguras em páginas como Facebook, Twitter, Google e portais da Wikimedia Foundation, por exemplo. Baixe o HTTPS Everywhere para Firefox pelo Downloads INFO Baixe o HTTPS Everywhere para Chrome pelo Downloads INFO
  • 6. TextSecure e RedPhone

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    Gratuitos e para Android, o TextSecure e o RedPhone são dois aplicativos que levam a criptografia às ligações e mensagens do smartphone. Ambos se mostram como boas armas para proteger sua privacidade. O primeiro deles, como o nome sugere, é voltado apenas para mensagens de texto. Ele substitui a “central de SMS” padrão do Android, e permite que você até mesmo importe tudo que já está na memória do telefone. Com ele instalado, dá para trocar textos criptografados com outras pessoas que também o tenham no smartphone. Já o segundo app, o RedPhone, criptografa ligações feitas entre dois usuários com smartphones que o tenham instalado. O aplicativo apresenta um discador levemente diferente do padrão do Android e exibe toda a sua lista de contatos. Nela, basta dar um toque na pessoa para quem você quer ligar para que o app detecte se ela tem ou não o RedPhone instalado e continue a ligação. Baixe o TextSecure para Android pelo Downloads INFO Baixe o RedPhone para Android pelo Downloads INFO
  • 7. Redact e ChatSecure

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    Assim com no Android, opções para envio de mensagens criptografadas também não faltam no iOS. O Redact e o ChatSecure são duas delas. O primeiro é talvez o mais extremo, e apresenta diversas medidas para evitar que os textos enviados e recebidos sejam interceptados por terceiros. Além de um código PIN protegendo a central de mensagens, ele as envia direto de um aparelho para outro, como em um serviço Peer to Peer. Há ainda um botão Redact, que apaga os textos no aparelho do destinatário e no do remetente. Já o ChatSecure é mais “básico”, e funciona mais ou menos como um mensageiro instantâneo. Ele agrega contas de diversos serviços, sendo compatível com o protocolo Jabber (XMPP), com Google Talk (agora Hangouts) e mais. As conversas feitas com outras pessoas usando apps semelhantes (como o Pidgin) têm a privacidade garantida pelo protocolo de criptografia Off-the-Record. Além disso, o histórico de mensagens é apagado sempre que o app é fechado. Baixe o Redact para iOS pelo Downloads INFO Baixe o ChatSecure para iOS pelo Downloads INFO
  • 8. Pidgin e Adium

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    Da mesma forma que o ChatSecure, do iOS, Pidgin (Windows e Linux) e Adium (Mac) funcionam também com agregadores de mensageiros instantâneos. Eles colocam seus contatos do Skype, do Hangouts e de diversos outros serviços protocolos (Jabber incluso) em uma só interface simples, e promete conversas bem mais seguras. A privacidade é garantida também pelo protocolo de criptografia Off-the-Record, que, claro, precisa ser ativado nas configurações de ambos os programas. Além de mais protegidas, as conversas podem ser organizadas em apenas uma janela, divididas em abas. Como os programas “conversam” bem com diferentes clientes, é possível ainda enviar e receber arquivos normalmente. O Pidgin tem versões nativas apenas para Windows e Linux. Se você estiver usando um Mac, pode utilizar o Adium, que é praticamente idêntico. Baixe o Pidgin para Windows pelo Downloads INFO Baixe o Pidgin para Linux pelo Downloads INFO Baixe o Adium para Mac pelo Downloads INFO
  • 9. Agora veja seis aplicativos testados por EXAME.com nesta semana:

    9 /9(Divulgação)

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