Leon: rede de fast food transformou 65 de seus 70 restaurantes no Reino Unido em pequenos mercados (Hollie Adams/Bloomberg/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 30 de março de 2020 às 16h10.
Última atualização em 31 de março de 2020 às 00h57.
Percebendo o aumento de demanda dos supermercados com a crise causada pelo novo coronavírus, uma rede de fast-food britânica adotou uma solução inusitada. Há uma semana e meia, 65 restaurantes da rede Leon no Reino Unido foram transformados em minimercados especializados em refeições prontas.
John Vincent, fundador e presidente dos restaurantes, disse à emissora britânica BBC que percebeu a oportunidade ao notar que os supermercados estavam excedendo 30% de sua capacidade produtiva. Por isso, decidiu abrir espaço no salão dos restaurantes e oferecer alguns itens básicos, operando como uma loja de conveniência.
Além disso, a Leon inaugurou um sistema de delivery em que o cliente pode escolher alguns dias antes, pelo aplicativo, os produtos que quer receber em casa. Fora itens como leite, chá e papel higiênico, a empresa está oferecendo as refeições tradicionais de seu cardápio em novas embalagens.
Os pratos da rede, que normalmente são servidos em caixas de papelão, estão sendo colocados agora em um reservatório plástico, que pode ser refrigerado, aquecido ou congelado em casa.
Mudar radicalmente o modelo de venda dos restaurantes foi a forma que Vincent encontrou não só para salvar a rede mas também para garantir o sustento de produtores de alimentos e fornecedores que estavam começando a sentir o impacto da mudança de hábitos.
“Muitas pessoas na indústria só desistiram e fecharam as lojas, mas nós pensamos que desta forma conseguimos manter 60% dos nossos restaurantes abertos e continuar com a produção de refeições”, disse Vincent à BBC.
Em paralelo, a Leon também está organizando a entrega de refeições diariamente para os funcionários do sistema de saúde britânico, o NHS. A campanha FeedNHS, feita em parceria com fundos locais, tem a missão de entregar 5.600 refeições por dia para os cinco maiores hospitais da capital Londres.
Outras redes de restaurantes, como Wasabi, Abokado e Franco Manca, também se juntaram ao projeto. Vincent espera que fornecedores da cadeia toda e outros empreendedores do país se unam para doar alimentos aos trabalhadores do sistema de saúde. “Essas pessoas maravilhosas precisam de nós. Eles já estão sem dormir. Se não tiverem boa comida, vão se esgotar mais rapidamente e ficar doentes”, disse o empresário ao jornal britânico The Guardian.