Receita de times brasileiros pode alcançar europeus em breve
Hoje, os 20 maiores clubes do país ocupam o sexto lugar do ranking de receitas no mundo inteiro; lista é encabeçada por ligas europeias
Da Redação
Publicado em 27 de agosto de 2012 às 15h03.
São Paulo - Campeonatos milionários, jogadores idem. A Europa é reconhecidamente um campo em que a bola rola redonda para os negócios do futebol - e as somas movimentadas no velho continente são uma prova disso. Mas o Brasil está perto de chegar lá.
Segundo o consultor em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, os 20 maiores clubes daqui ocupam o sexto lugar do ranking mundial de receitas, com 1,89 bilhão de reais embolsados na temporada 2010-11. A expectativa é que o grupo suba para o quinto lugar em dois anos, desbancando a liga premium da França, que faturou 2,39 bilhões no mesmo período.
Dados da Delloite colocam os principais clubes da Inglaterra no primeiro lugar do pódio entre o que mais ganham com futebol, com receitas de 5,87 bilhões de reais em 2011. Em seguida, aparecem os times de elite da Alemanha (4,02 bilhões), Espanha (3,95 bilhões) e Itália (3,57 bilhões).
Como o Brasil não conta com uma liga formal, como na Europa, Somoggi consolidou os números dos 20 maiores times brasileiros, somando os ganhos com direitos de TV, marketing, clube social e estádio. Como resultado, apareceram no grupo clubes como Flamengo, Internacional e Santos. Nas últimas posições da lista, estão Avaí, Vitória e Portuguesa.
Embora a força das equipes seja grande, já que os 20 nomes representam a maior força financeira do futebol global fora da Europa, as receitas individuais dos clubes nacionais ainda estão muito distantes das apresentadas pelos maiores times do mundo.
Líder entre brasileiros, o Corinthians faturou 231 milhões de reais em 2011. A cifra é inferior a de clubes médios da Europa, como o Atlético de Madrid, Stuttgart, Aston Villa e Benfica. O São Paulo, segundo do Brasil, ficou atrás de clubes como Everton, West Hum e Sunderland.
Na visão de Somoggi, há espaço para os times engordarem o caixa, de olho em negócios que já são explorados maciçamente no futebol europeu.
Na área de mídia, em que são incorporados os ganhos com direitos de TV, além de ações promocionais nos sites oficiais, no Facebook e Twitter, Somoggi acredita na expansão de iniciativas de e-commerce, ainda incipientes no Brasil.
Por aqui, os ganhos com a transmissão na televisão ainda respondem pela maior parte do bolo embolsado pelos clubes – embora em volume muito inferior ao movimentado na Europa.
Maiores receitas de mídia em 2011 (R$)
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Europa | Brasil (apenas com direitos de TV) | |
---|---|---|
1 | Barcelona - 423 milhões | Corinthians - 112 milhões |
2 | Real Madrid - 422 milhões | Flamengo - 94 milhões |
3 | Manchester United - 304 milhões | São Paulo - 67 milhões |
4 | Inter de Milão - 286 milhões | Vasco da Gama - 66 milhões |
5 | Chelsea - 258 milhões | Santos - 59 milhões |
Para o consultor, o marketing dos times europeus se alimenta da escala global de negócios. Não por menos, propagandas com astros do futebol que jogam na Europa têm apelo no mundo inteiro. Para os clubes, o volume gerado se equipara ao recebido com contratos de mídia. No Brasil, por outro lado, os times ganham muito mais com acordos de TV. Mas como o momento é de crise financeira na Europa, o país pode se beneficiar de um ambiente econômico mais fraco no exterior, atraindo patrocinadores globais e novos investidores.
Maiores receitas com marketing em 2011 (R$)
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Europa | Brasil | |
---|---|---|
1 | Bayern de Munique - 409 milhões | Corinthians - 58 milhões |
2 | Real Madrid - 397 milhões | Palmeiras - 49 milhões |
3 | Barcelona - 359 milhões | Flamengo - 44 milhões |
4 | Manchester United - 263 milhões | Santos - 42 milhões |
5 | AC Milan - 211 milhões | São Paulo - 41 milhões |
Finalmente, o ganho com o desembolso dos torcedores em dia de jogos ainda engatinha. Somoggi defende que o conceito de "matchday revenue", em que a receita é incrementada em "uma atmosfera de consumo e entretenimento", vá crescer com a construção de novos estádios para a Copa de 2014. "O segredo é conseguir mapear todas as receitas da arena multiuso e explorá-las corretamente, adequando-as à demanda local", diz o consultor. Considerado exemplo de sucesso por aqui, o São Paulo ganha com o Morumbi quase cinco vezes menos que o Real Madrid, na Espanha.
Maiores receitas com estádio em 2011 (R$)
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Europa | Brasil | |
---|---|---|
1 | Real Madrid - 284 milhões | São Paulo - 60 milhões |
2 | Manchester United - 277 milhões | Santos - 38 milhões |
3 | Barcelona - 255 milhões | Corinthians - 27 milhões |
4 | Arsenal - 237 milhões | Flamengo - 14 milhões |
5 | Chelsea - 172 milhões | Vasco da Gama - 13 milhões |
Fontes: Delloite (Europa) e Amir Somoggi (Brasil)
São Paulo - Campeonatos milionários, jogadores idem. A Europa é reconhecidamente um campo em que a bola rola redonda para os negócios do futebol - e as somas movimentadas no velho continente são uma prova disso. Mas o Brasil está perto de chegar lá.
Segundo o consultor em marketing e gestão esportiva Amir Somoggi, os 20 maiores clubes daqui ocupam o sexto lugar do ranking mundial de receitas, com 1,89 bilhão de reais embolsados na temporada 2010-11. A expectativa é que o grupo suba para o quinto lugar em dois anos, desbancando a liga premium da França, que faturou 2,39 bilhões no mesmo período.
Dados da Delloite colocam os principais clubes da Inglaterra no primeiro lugar do pódio entre o que mais ganham com futebol, com receitas de 5,87 bilhões de reais em 2011. Em seguida, aparecem os times de elite da Alemanha (4,02 bilhões), Espanha (3,95 bilhões) e Itália (3,57 bilhões).
Como o Brasil não conta com uma liga formal, como na Europa, Somoggi consolidou os números dos 20 maiores times brasileiros, somando os ganhos com direitos de TV, marketing, clube social e estádio. Como resultado, apareceram no grupo clubes como Flamengo, Internacional e Santos. Nas últimas posições da lista, estão Avaí, Vitória e Portuguesa.
Embora a força das equipes seja grande, já que os 20 nomes representam a maior força financeira do futebol global fora da Europa, as receitas individuais dos clubes nacionais ainda estão muito distantes das apresentadas pelos maiores times do mundo.
Líder entre brasileiros, o Corinthians faturou 231 milhões de reais em 2011. A cifra é inferior a de clubes médios da Europa, como o Atlético de Madrid, Stuttgart, Aston Villa e Benfica. O São Paulo, segundo do Brasil, ficou atrás de clubes como Everton, West Hum e Sunderland.
Na visão de Somoggi, há espaço para os times engordarem o caixa, de olho em negócios que já são explorados maciçamente no futebol europeu.
Na área de mídia, em que são incorporados os ganhos com direitos de TV, além de ações promocionais nos sites oficiais, no Facebook e Twitter, Somoggi acredita na expansão de iniciativas de e-commerce, ainda incipientes no Brasil.
Por aqui, os ganhos com a transmissão na televisão ainda respondem pela maior parte do bolo embolsado pelos clubes – embora em volume muito inferior ao movimentado na Europa.
Maiores receitas de mídia em 2011 (R$)
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2 | Real Madrid - 422 milhões | Flamengo - 94 milhões |
3 | Manchester United - 304 milhões | São Paulo - 67 milhões |
4 | Inter de Milão - 286 milhões | Vasco da Gama - 66 milhões |
5 | Chelsea - 258 milhões | Santos - 59 milhões |
Para o consultor, o marketing dos times europeus se alimenta da escala global de negócios. Não por menos, propagandas com astros do futebol que jogam na Europa têm apelo no mundo inteiro. Para os clubes, o volume gerado se equipara ao recebido com contratos de mídia. No Brasil, por outro lado, os times ganham muito mais com acordos de TV. Mas como o momento é de crise financeira na Europa, o país pode se beneficiar de um ambiente econômico mais fraco no exterior, atraindo patrocinadores globais e novos investidores.
Maiores receitas com marketing em 2011 (R$)
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4 | Manchester United - 263 milhões | Santos - 42 milhões |
5 | AC Milan - 211 milhões | São Paulo - 41 milhões |
Finalmente, o ganho com o desembolso dos torcedores em dia de jogos ainda engatinha. Somoggi defende que o conceito de "matchday revenue", em que a receita é incrementada em "uma atmosfera de consumo e entretenimento", vá crescer com a construção de novos estádios para a Copa de 2014. "O segredo é conseguir mapear todas as receitas da arena multiuso e explorá-las corretamente, adequando-as à demanda local", diz o consultor. Considerado exemplo de sucesso por aqui, o São Paulo ganha com o Morumbi quase cinco vezes menos que o Real Madrid, na Espanha.
Maiores receitas com estádio em 2011 (R$)
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1 | Real Madrid - 284 milhões | São Paulo - 60 milhões |
2 | Manchester United - 277 milhões | Santos - 38 milhões |
3 | Barcelona - 255 milhões | Corinthians - 27 milhões |
4 | Arsenal - 237 milhões | Flamengo - 14 milhões |
5 | Chelsea - 172 milhões | Vasco da Gama - 13 milhões |
Fontes: Delloite (Europa) e Amir Somoggi (Brasil)