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Quem perde e quem ganha na guerra comercial de Trump com a China?

Empresas americanas de diversos setores sentem o impacto — positivo ou não — das guerras tarifárias de Donald Trump

EUA: Trump ameça elevar as tarifas sobre produtos chineses para aumentar pressão para que a China faça um acordo (Damir Sagolj/Reuters)
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Reuters

Publicado em 19 de junho de 2019 às 13h56.

Empresas dos Estados Unidos de todos os ramos  — de chips de computadores a tratores — têm dito que as guerras tarifárias do presidente norte-americano, Donald Trump, incluindo disputas com a China e tarifas globais sobre aço, tiveram um impacto sobre elas.

Até mesmo para alguns dos esperados favorecidos, como siderúrgicas, os benefícios das tarifas do presidente não estão inteiramente claros.

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Trump disse em 5 de maio que ele elevaria tarifas sobre 200 bilhões de dólares em produtos chineses a 25%, ante 10%, intensificando a pressão para que o governo chinês concorde com um acordo.

Perdedores

Apple

A Apple cortou sua previsão de vendas para o primeiro trimestre, culpando as lentas vendas de iPhone na China, onde a incerteza em torno das relações comerciais EUA-China abalaram a economia.

Depois que a Apple reduziu preços no fim do mês passado, as vendas ganharam ritmo e a Apple citou um tom melhor na guerra comercial para uma perspectiva mais forte.

Intel Corp

A fabricante de chip no mês passado cortou sua projeção de receita para 2019, citando uma desaceleração na demanda da China.

Fiat Chrysler

A montadora projetou que preços mais elevados de commodities, puxados por tarifas, custarão 750 milhões de euros ao ano.

General Motors

A empresa previu 1 bilhão de dólares em custos adicionais neste ano em função de tarifas e matéria-prima. Os preços de aço e alumínio diminuíram, mas os preços de outras commodities, como paládio, subiram, disse a companhia.

Ford Motor

A montadora disse que em 2018 incorreu em "revéses" de cerca de 750 milhões de dólares em efeitos relacionados a tarifas. Volume menor de vendas e custos elevados de commodities, incluindo efeitos ligados a tarifas, adicionaram 500 milhões de dólares aos custos do primeiro trimestre, na comparação com o ano anterior.

Harley-Davidson

A fabricante de motocicletas disse que custos relacionados a tarifas na União Europeia e China foram de 23,7 milhões de dólares em 2018 e devem ficar entre 100 milhões e 120 milhões de dólares em 2019.

Caterpillar

A Caterpillar disse que as tarifas custarão à companhia entre 250 milhões e 350 milhões de dólares em 2019 caso não haja nenhum alívio.

Deere

A fabricante disse em fevereiro que espera que tarifas dos EUA sobre importações chinesas custem à companhia 100 milhões de dólares em 2019.

Archer Daniels Midland

O lucro operacional ajustado da trading de commodities caiu 30% no quarto trimestre a 183 milhões de dólares, uma vez que a guerra comercial com a China abalou seus negócios desorgo e soja.

Bunge

A companhia reportou uma perda de 125 milhões de dólares com marcação a mercado em agosto em posições em soja apostando que a guerra comercial com a China seria evitada.

Os lucros da Bunge então despencaram no quarto trimestre, uma vez que uma trégua temporária com a China levou os preços da soja a caírem e cortou o valor de seu estoque de soja brasileira em 125 milhões de dólares.

Cargill

A trading de commodities disse em março que as tensões comerciais entre EUA e China e outras interrupções na cadeia de produção continuavam a pesar sobre resultados em negociação e processamento de produtos agrícolas, a unidade principal de trading de grãos da companhia.

Vencedores

Nucor

A maior fabricante de aço dos Estados Unidos registrou lucros recordes e embarcou um volume recorde de aço em 2018, beneficiando-se das tarifas.

Mas no mês passado, a companhia projetou lucro para o primeiro trimestre abaixo das estimativas de Wall Street, citando menores preços médios de vendas de folhas de aço e um atraso nos embarques a clientes no setor de construção.

As tarifas impostas pelo governo Trump sobre importações de aço, principalmente da China, aumentaram a produção doméstica, levando a uma queda nos preços de aço.

JBS

A empresa brasileira, que é a maior processadora de carnes do mundo, conseguiu elevar as exportações de carne para a China à medida que as tensões entre EUA e China se intensificaram. A fatia de exportações da companhia ao país asiático subiu para mais de 24% no ano passado, ante menos de 21% em 2016 e 2017.

Louis Dreyfus Company

A operadora global de commodities agrícolas disse que as oportunidades de negócio criadas pela disputa comercial EUA-China impulsionaram seu negócio de soja no ano passado.

A companhia registrou volumes recordes de exportação de soja a partir do Brasil, elevando o lucro em 12%, ante o ano anterior.

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