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Quem é o bilionário russo que quer unir Oi e TIM no Brasil

Dono da LetterOne, Mikhail Fridman é hoje a segunda pessoa mais rica da Rússia e o 68º bilionário do mundo

Mikhail Fridman: fortuna do empresário é estimada em US$ 14,7 bilhões, pela Forbes (GettyImages)

Tatiana Vaz

Publicado em 26 de outubro de 2015 às 15h59.

São Paulo – Há anos o mercado espera por uma consolidação do setor no Brasil – e a proposta de aporte bilionária feita hoje à Oi , com a condição de união com a TIM , pode tornar isso real.

Se aceitar o acordo, a companhia receberia 4 bilhões de dólares do grupo de investidores LetterOne, com a condição de unir as operações com a rival brasileira.

Enquanto a ideia segue em análise na Oi, as ações da companhia disparam. E o bilionário por trás do negócio aguarda, ansioso, o sinal verde para o avanço de seus negócios no Ocidente.

Nascido em uma família judia na Ucrânia, Mikhail Fridman é hoje a segunda pessoa mais rica da Rússia e o 68º bilionário do mundo, com uma fortuna estimada de 14,7 bilhões de dólares.

Ele começou a vida com empregos modestos para ajudar a família até construir sua primeira cooperativa de negócios, especializada em lavagem de janelas.

Mais tarde, criou uma empresa que vendia de computadores a tapetes, o embrião do que viria se tornar o Grupo Alfa, maior grupo financeiro industrial e empresarial da Rússia .

Fridman é sócio majoritário no conglomerado dono de várias empresas de telecom, como Vimplecom, Turkcell e Megafon, além da X5, segunda maior varejista de alimentos do país.

Da LetterOne, sua outra empresa de investimentos com sede em Luxemburgo, ele controla outros negócios, como a petroleira Dea, que opera na Noruega, Alemanha e Reino Unido.

Dominar o mundo

É dessa companhia, por sinal, que saiu a proposta feita hoje para a Oi – e de onde devem surgir novas ofertas para outras empresas do setor em outros países.

Nos últimos meses, o empresário deixou claro que teria separado 16 bilhões de dólares para investir em outros negócios, principalmente o de telecom .

O intuito é diversificar os tipos de investimentos também de maneira geográfica, diluindo o risco econômico com a concentração de recursos apenas na Rússia.

Apesar do mercado russo ter sido o grande combustível para o bilionário chegar onde está.

A LetterOne foi criada por Fridman depois do empresário receber estimados 5,1 bilhões de dólares por sua parte na venda petrolífera TNK-BP para a empresa estatal russa Rosneft.

A TNK trabalhava em parceria com a British Petroleum desde 2013 e 50% das ações foram compradas por 28 bilhões de dólares.

A compra, segundo jornais da época, era uma maneira do governo de Vladimir Putin seguir no controle das maiores empresas de setores chaves no país.

Fechar o negócio com a Oi seria o primeiro grande passo do bilionário no Brasil, um país distante da Rússia, mas bem próximo dos desafios de um emergente.

São Paulo – Para as empresas, momentos de crise e retração de mercado significam corte de custos, demissões, desinvestimentos e cautela de decisões. Mas também de boas oportunidades para comprar concorrentes e unir negócios. Reunimos, a seguir, oito grandes acordos fechados de janeiro a abril deste ano. Alguns deles, inclusive, foram tidos como emblemáticos em suas áreas, como o da compra da Kraft pela Heinz. Veja nas imagens quais foram eles.
  • 2. BG pela Shell

    2 /10(Paul Ellis/AFP)

  • Veja também

    Valor do negócio: US$ 69 bilhões
    A petroleira Shell anunciou, em 8 de abril, a compra da britânica BG em um negócio que soma aproximadamente 47 bilhões de libras - quase US$ 69 bilhões. A operação envolve o pagamento em dinheiro e entrega de ações da companhia anglo-holandesa aos acionistas da BG. A união das duas empresas é avaliada como o maior negócio entre empresas do setor de energia e gás da década e criará um novo gigante mundial do segmento.
  • 3. Heinz com a Kraft

    3 /10(Brendan McDermid/Reuters)

  • Valor do negócio: US$ 41 bilhões
    O fundo 3G Capital, dos empresários Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, e a Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, anunciaram a fusão da Heinz com a Kraft Foods. A operação dará origem a quinta maior empresa de alimentos do mundo. A nova companhia, batizada de Kraft Heinz, terá faturamento combinado de 28 bilhões de dólares.
  • 4. Nokia compra Alcatel-Lucent

    4 /10(Dado Ruvic/Reuters)

    Valor do negócio: 15,6 bilhões de euros
    No dia 15 de abril, a companhia finlandesa Nokia comprou todas as ações da rival francesa Alcatel-Lucent por 15,6 bilhões de euros. O negócio, considerado o maior do setor em mais de uma década, acabou por criar um gigante de tecnologia com faturamento bilionário e mais de 100.000 funcionários, entre outros números impressionantes.
  • 5. NPX com a Freescale

    5 /10(Getty Images)

    Valor do negócio: US$ 11,8 bilhões
    Em março, a holandesa NXP comprou a rival Freescale Semiconductor, outra grande empresa do segmento de semicondutores, por um valor estimado de US$ 11,8 bilhões. A fusão acabou por criar uma empresa avaliada em cerca de 30 bilhões de dólares, com estrutura competitiva para operar na América e Europa.
  • 6. Parte da PT para a Altice

    6 /10(.)

    Valor do negócio: US$ 7,9 bilhões Reguladores da União Europeia aprovaram, em abril, a compra dos ativos portugueses da Oi pelo grupo de telecomunicações Altice por US$ 7,9 bilhões. A condição para o negócio foi a da Altive vender seus demais negócios em Portugal. A transação fez parte de um grande imbróglio entre acionistas.A brasileira Oi, dona de parte operacional da PT, defendia que a venda de ativos fortaleceria os negócios de ambas nos países em que operam. Alguns sócios discordavam tanto da venda quanto do valor em jogo.A aprovação em assembleia da venda aconteceu em janeiro, depois de concluída a fusão “jurídica” entre as duas empresas de telecom.
  • 7. Cirque du Soleil pelo TPG

    7 /10(Divulgação)

    Valor do negócio: US$ 1,5 bilhão
    O fundador do Cirque du Soleil, Guy Laliberté, vendeu um dos circos mais famosos do mundo por US$ 1,5 bilhão, em abril. O negócio foi comprado por um grupo de investidores formado pelo fundo de private equity norte-americano TPG, o fundo de pensão canadense Caisse de dépôt et placement du Québec e o empresário Mitch Garber. A chinesa Fosun Capital também faz parte do consórcio e promete ajudar a expandir o Cirque du Soleil no país asiático.
  • 8. Laticínios da BRF pela Parmalat

    8 /10(Giuseppe Cacace/Getty Images)

    Valor do negócio: R$ 1,8 bilhão
    O Cade aprovou a compra do negócio de laticínios da BRF pela Lactalis do Brasil, controlada pela Parmalat, transação aprovada pelo valor de R$ 1,8 bilhão. A operação abrange ainda a aquisição indireta, pela Lactalis Brasil, de metade do capital social da empresa que eram da BRF.
  • 9. Hyperion pela Horizon Pharma

    9 /10(Getty Images)

    Valor do negócio: US$ 1,1 bilhão
    A farmacêutica Horizon Pharma comprou a então concorrente Hyperion Therapeutics por US$ 1,1 bilhão em 30 de março. A aquisição incluirá dois tratamentos para condições raras ao portfólio da Horizon, que ainda poderá ampliar a infraestrutura para doenças “órfãs” – aquelas de condições raras, que não costumam receber investimentos de pesquisas.
  • 10. Veja também:

    10 /10(Toru Hanai/Reuters)

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