Negócios

Primeira impressão dos funcionários é a que fica, diz estudo

Segundo análise da consultoria Arquitetura Humana, impacto causado na seleção e nas primeiras horas de contrato estimula pessoas a permanecerem em uma empresa


	Seleção: conhecer o candidato na entrevista é essencial para conquistá-lo
 (ThinkStock)

Seleção: conhecer o candidato na entrevista é essencial para conquistá-lo (ThinkStock)

Luísa Melo

Luísa Melo

Publicado em 10 de junho de 2014 às 06h00.

São Paulo -  Ter funcionários fiéis não depende apenas de monitorar a satisfação no ambiente de trabalho, desenvolver líderes e oferecer oportunidades de crescimento na carreira.

Causar uma boa impressão antes e nas primeiras horas após a contração de um novo empregado é decisivo para que ele queira permanecer em uma empresa por pelo menos 12 meses.

É o que aponta a consultoria Arquitetura Humana, que durante um ano e meio analisou o mercado e realizou pesquisas qualitativas junto a 50 companhias clientes.

"Existem dois momentos mágicos que constituem as primeiras impressões: o processo da entrevista de emprego e, depois de contratado, a forma como o líder cuida da equipe", afirma Elmano Nigri, presidente da Arquitetura Humana.

Impacto positivo

É no processo seletivo que um candidato decide se quer ou não trabalhar em uma empresa. Por isso, durante a entrevista, a companhia precisa investir pesado em comunicar de forma efetiva seus valores e princípios.  

"Na maioria das vezes, as pessoas responsáveis por gerar a primeira boa impressão (em geral os profissionais de RH) não têm uma visão holística do que é a organização, o que é uma grande falha", aponta Nigri.

Mas conhecer bem e saber transmitir a sua cultura não basta se o que a empresa prega não estiver de acordo com as convicções e admirações de quem busca o emprego.

E para conseguir essa aproximação, de acordo com Nigri, é necessário explorar na entrevista não só nível de conhecimento e experiência, mas o comportamento do candidato.

"Noventa por cento dos recrutadores não levam em conta o lado comportamental. Eles querem saber do que a pessoa já fez e onde trabalhou, mas não buscam descobrir como ela lidera, qual o grau de preocupação que ela tem em fazer as coisas bem feitas", exemplifica.

Prova disso, segundo ele, é que uma pesquisa feita pelo site CarrerBuilder com mais de 2.000 empregadores nos Estados Unidos mostra que 49% deles selecionam os novos funcionários nos primeiros cinco minutos de conversa e 87% tomam a decisão em menos de 15 minutos.  

"Como você conhece alguém em tão pouco tempo?", questiona. 

Contrato assinado. E agora?

É óbvio que funcionário nenhum vai querer ficar em uma companhia que não entrega o que foi prometido a ele na entrevista de emprego (seja em relação a condições de trabalho ou de valores).

"Em primeiro lugar, ela precisa viver o que ela prega", defende Elmano Nigri.

Mas, além disso, a forma como líder se relaciona com o time é superimportante para consolidar uma boa impressão no empregado nas primeiras horas de contrato.

E, para Nigri, essa percepção positiva só pode ser construída quando há, desde o início, uma comunicação eficaz entre chefes e liderados.

 "O líder precisa ter tempo para as pessoas e estar com o olho voltado para baixo", afirma.

Acompanhe tudo sobre:Carreira jovemEmpresasentrevistas-de-empregogestao-de-negociosMudança de emprego

Mais de Negócios

A malharia gaúcha que está produzindo 1.000 cobertores por semana — todos para doar

Com novas taxas nos EUA e na mira da União Europeia, montadoras chinesas apostam no Brasil

De funcionária fabril, ela construiu um império de US$ 7,1 bilhões com telas de celular para a Apple

Os motivos que levaram a Polishop a pedir recuperação judicial com dívidas de R$ 352 milhões

Mais na Exame