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Presidente da Petrobras diz que manterá investimentos em pesquisa

"Não vamos reduzir projetos de pesquisa e desenvolvimento. Nossa redução de despesas não passa por isso", garantiu Parente

Parente: a redução de despesas, estimada em 18%, segundo Parente, deve-se à crise do setor de óleo e gás (Adriano Machado/Reuters)
AB

Agência Brasil

Publicado em 21 de dezembro de 2016 às 17h05.

O presidente da Petrobras , Pedro Parente, garantiu que não haverá cortes de despesas para investimentos em projetos de pesquisa e desenvolvimento do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Parente fez sua primeira visita à instituição nesta semana, onde se reuniu com diretores, coordenadores de programas e professores da Coppe e de outras unidades da instituição.

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"Não vamos reduzir projetos de pesquisa e desenvolvimento. Nossa redução de despesas não passa por isso. Não tenho dúvida de que passamos por um momento muito difícil, mas o setor pode retomar o dinamismo com os novos leilões, que serão realizados em 2017, novas parcerias e desinvestimentos. Diria que estamos começando a trilhar o caminho da melhora", disse o presidente da estatal.

A redução de despesas, estimada em 18%, segundo Parente, deve-se à crise do setor de óleo e gás, ocasionada pela entrada no mercado do óleo de xisto e pelo aumento da oferta de óleo.

"Todas as empresas petrolíferas estão otimizando portfólio, reduzindo custos e efetivo. A Petrobras precisaria fazer o mesmo, ainda que não tivesse ocorrido o aumento explosivo do seu endividamento", informou Parente.

A dívida da empresa é cinco vezes maior que a geração de caixa operacional, informou.

"É a maior dívida dentre as empresas do setor, tanto em termos absolutos quanto relativos. Pagávamos US$1,7 bilhões em juros. Em 2015, passamos a pagar R$ 6,3 bilhões. Nossa dívida quintuplicou e os juros dobraram, e, se nada for feito, pagaremos 17 bilhões em juros."Política

Docentes da universidade fizeram perguntas sobre assuntos considerados importantes para a economia do país, como a política de conteúdo nacional e a retirada da Petrobras de setores estratégicos, como o petroquímico e o de biocombustíveis.

Parente disse que a retirada da empresa da operação comercial desses setores é necessária para a recuperação da rentabilidade da Petrobras e a redução de seu endividamento.

O diretor de Relações Institucionais e professor do Programa de Planejamento Energético da Coppe, Luiz Pinguelli Rosa, mostrou-se preocupado com a desvinculação da Petrobras de setores estratégicos para o país, como o de distribuição.

"A Petrobras tem uma importância enorme para o país por ser uma empresa de energia integrada. Parece um equívoco sair de setores como o de distribuição, vendendo partes da empresa inclusive, e de biocombustíveis, que a meu ver, é importante para o futuro da Petrobras", disse Pinguelli.

Parente garantiu que a Petrobras não sairá da distribuição. "Oferecemos 49% das ações da BR Distribuidora. Vamos dividir o controle da BR, mas não vamos abrir mão da gestão", disse Parente.

"Dado o tamanho da empresa e de sua demanda, podemos contribuir para uma indústria brasileira que seja competitiva internacionalmente. Sou brasileiro e patriota, e gostaria de comprar tudo no Brasil, se o prazo, o preço e a qualidade forem competitivos. Mas não posso prejudicar a Petrobras. Tivemos que fazer leasing para encomendas que estavam atrasadas e que poderiam nos causar prejuízos de R$ 3 bilhões", avaliou.

Projetos

O diretor da Coppe, Edson Watanabe, apresentou alguns dos principais projetos da instituição, como a Boca de Sino Multifuncional (BSMF) e a Boia de Sustentação de Risers (BSR), projetos vencedores do Prêmio ANP 2015, o robô Dóris, utilizado na exploração offshore, o ônibus híbrido a hidrogênio e eletricidade, entre outros.

Outro projeto apresentado no encontro foi o de Sistemas Inteligentes de Produção Óleo e Gás (Sipog), usados para aumentar a eficiência na exploração offshore.

No curto prazo, a iniciativa prevê avanços na produção de materiais, inovação industrial, construção naval e descomissionamento de instalações e no médio prazo, geração de energia renovável, uso do gás natural dos poços para a geração de energia elétrica e transmissão de energia em corrente contínua.

Após as reuniões, a comitiva da Petrobras embarcou no Maglev-Cobra, o trem de levitação magnética desenvolvido pela Coppe, e visitou o LabOceano, onde está instalado o tanque oceânico mais profundo do mundo.

Fundada em 1963, a Coppe realizou 2000 projetos em parceria com a Petrobras, nos últimos 12 anos, envolvendo recursos da ordem de um bilhão de reais. Foi primeira universidade a formalizar um projeto em parceria com a estatal, em 1977.

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