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Pousada, da Raia Drogasil: sem crise nas farmácias

Letícia Toledo   Há cinco anos, o mercado brasileiro de farmácias vivia uma série de aquisições em uma corrida para criar a maior rede do país. Passados os anos, a Raia Drogasil, resultado da fusão entre Droga Raia e Drogasil, em 2011, é a maior em número de lojas, faturamento e com lucros que crescem […]

MARCÍLIO POUSADA: “nosso negócio é saúde e beleza” / Germano Luders
LT

Letícia Toledo

Publicado em 9 de agosto de 2016 às 20h06.

Última atualização em 22 de junho de 2017 às 18h45.

Letícia Toledo

Há cinco anos, o mercado brasileiro de farmácias vivia uma série de aquisições em uma corrida para criar a maior rede do país. Passados os anos, a Raia Drogasil, resultado da fusão entre Droga Raia e Drogasil, em 2011, é a maior em número de lojas, faturamento e com lucros que crescem a cada mês. No último trimestre a companhia teve o maior lucro de sua história – 157 milhões de reais, uma alta de 45% na comparação anual. Em entrevista a EXAME Hoje, o presidente da Raia Drogasil, Marcílio D’Amico Pousada, falou sobre o mundo à parte vivido pelas farmácias, e sobre a estratégia de oferecer mais serviços, mas não começar a competir com os supermercados vendendo comida e bebida.

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A Raia Drogasil cresce a cada trimestre. Os lucros recordes apresentados pela empresa são frutos de alguma estratégia específica ou são uma consequência de um mercado em alta?
A empresa vem uma fusão de 2011 de Droga Raia e Drogasil e o final da integração foi em 2013. Nosso crescimento atual vem com certeza da resiliência de mercado, mas também vem da melhora da gestão da companhia. Esperávamos que o resultado da fusão fosse ótimo e realmente tem sido.

A rede tem 1.330 lojas em operação no país e anunciou que vai abrir 200 lojas este ano e mais 200 no próximo. Qual região é o limite?
Essa abertura acontece de forma bem espalhada. O país conta com 70.000 farmácias, nós temos apenas 1.330 então tem muito pra consolidar e abrir mercado. A nossa preocupação é abrir lojas nas melhores esquinas do país. Estamos em 17 estados e chegamos ao Tocantins agora em agosto. mesma loja que eu tenho em São Paulo, com a mesma qualidade na operação. Os concorrentes, nem todos fazem desse jeito. Esse é um mercado que cresce mais de dois dígitos a cada ano. O número de idosos do país vai dobrar em 15 anos. Então tem um crescimento do mercado. As grandes redes e as farmácias de bairro competentes vão participar desse crescimento.

A Brasil Pharma, controlada pelo banco BTG Pactual, adotou estratégia de ter operações espalhadas pelo país e foi um fracasso. Por que com a Raia Drogasil vai ser diferente?
Não posso falar pelos concorrentes, mas posso falar o que a gente faz. A Raia Drogasil é uma empresa que se preocupa em abrir lojas para atender ao cliente e não simplesmente para crescer. Quando eu abro uma Drogasil em uma esquina em Salvador, eu quero abrir a mesma loja que eu tenho em São Paulo, com a mesma qualidade na operação. Nem todos os concorrentes fazem desse jeito.

A venda de produtos que não são medicamentos já representa 34% do total de faturamento das farmácias brasileiras, segundo a Abrafarma. O percentual cresce a cada ano. As farmácias vão vender de tudo um pouco, como acontece no mercado americano?
O nosso negócio é vender cada vez mais saúde e beleza. Vendemos cosméticos da Natura, do Boticário, é aí acreditamos que podemos crescer. Estudamos muito o mercado americano e percebemos, nos números deles, que o negócio mais rentável e que mais agrada o consumidor é a venda de saúde e beleza. Se eu for querer vender saúde, eu não posso vender cigarro, bebida alcoólica, salgadinho, vai contra o nosso negócio. Agora, cada companhia tem a sua estratégia.

Ou seja, vocês não vão concorrer com supermercados?
Não, cada um tem seu nicho. Houve uma mudança na legislação no ano passado que foi muito boa. A Anvisa permitiu às farmácias a venda de serviços farmacêuticos na loja. Assim, o cliente poder tirar pressão, ver taxa de glicemia, oferecer orientação para parar de fumar e no futuro, quem sabe, até receber vacina na loja. É para isso que estamos caminhando.

Recentemente a empresa reformulou os sites . O futuro das farmácias é vender tudo online?
A gente imagina que, no futuro, o cliente vai comprar uma parte pela internet e vai retirar na loja. Vai receber na casa dele e quando tiver uma compra errada vai poder devolver na loja. Vai ser cada vez mais tudo integrado. Mas tem medicamentos controlados, que precisam do apoio farmacêutico que ele nunca vai receber na casa dele, vai ter que comprar na loja a vida inteira.

Com Drogasil e Droga Raia em sintonia, chegou a hora de outra aquisição? A gente decidiu os pilares que nos próximos cinco anos o crescimento orgânico nos parece melhor. O nosso foco é abrir novas lojas porque é o mais fácil de fazer e está dando a escala que a gente precisa. Óbvio que sempre olhamos para o lado, mas, por enquanto, não tem nada que nos interessa.

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