Portugal privatiza os Correios por 343 milhões de euros
Esta operação deixa o Estado português sem presença na empresa dos Correios, em seu poder há mais de 500 anos
Da Redação
Publicado em 5 de setembro de 2014 às 06h57.
Lisboa - Portugal fechou a privatização da empresa estatal dos correios (CTT) com a venda do 31,5% das ações que ainda possuía, e que representam um depósito compulsório financeiro de 343 milhões de euros (quase R$ 1 bilhão).
Em comunicado enviado nesta sexta-feira ao regulador da bolsa portuguesa, Parpública, a sociedade que controla as participações empresariais do Estado, informou do resultado desta operação, realizado através de um procedimento de "colocação acelerada" ("accelerated bookbuilding").
A sociedade vendeu 47 milhões de ações dos CTT a um preço fixado em 7,25 euros cada, e os compradores foram exclusivamente "investidores institucionais", de acordo com as mesmas fontes.
Esta operação deixa o Estado português sem presença na empresa dos Correios, em seu poder há mais de 500 anos.
Esses 343 milhões se somam aos 579 milhões de euros pagos em dezembro de 2013 com a venda em Bolsa de um pacote acionário de 68,5%, o que soma um lucro de 922 milhões de euros (R$ 2,663 bilhões) com a privatização total da empresa.
Esta é a quarta maior privatização realizada por Portugal desde que solicitou o resgate financeiro, em 2011, uma ajuda concedida pela UE e pelo Fundo Monetário Internacional vinculada a um severo programa de ajustes e reformas que incluía a venda de várias companhias estatais.
Desde então, o Estado português já se desfez da totalidade da gerência aeroportuária ANA (3 bilhões de euros), de sua participação na elétrica EDP (2,8 bilhões de euros), da Caixa Seguros (1 bilhão de euros) e de 51% da transportadora energética REN (749 milhões de euros).
Os responsáveis da Parpública qualificaram hoje a operação de venda dos correios CTT como um "sucesso" e defenderam o modelo de "colocação acelerada" entre investidores internacionais por causa das "atuais condições do mercado".