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Portugal fará resgate de 4,9 bi de euros de BES

O Banco Espírito Santo será dividido em dois com o novo plano: o Novo Banco, e o que ficará com os negócios problemáticos

Banco de Portugal espera que governo seja reembolsado quando o Novo Banco for eventualmente vendido a investidores privados (Rafael Marchante/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 4 de agosto de 2014 às 08h33.

Lisboa - Portugal irá gastar 4,9 bilhões de euros (6,58 bilhões de dólares) para resgatar seu maior banco listado, testando a resiliência da zona do euro a outra crise bancária apenas meses após Lisboa sair de um resgate internacional.

O resgate do Banco Espírito Santo ( BES ), que foi revelado após um fim de semana de discussões entre autoridades de Portugal e da União Europeia, vem após semanas de notícias ruins sobre o estado financeiro do banco, particularmente sua exposição a uma série de companhias lideradas pela família fundadora Espírito Santo.

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Com o plano, o BES será dividido em um "banco bom", renomeado como Novo Banco, e um "banco ruim", que ficará com a exposição do BES ao problemático império de negócios Espírito Santo, assim como sua subsidiária angolana.

As perdas do banco ruim serão de responsabilidade dos detentores juniores de títulos de dívida e acionistas, incluindo a família Espírito Santo, que tem uma fatia de 20 por cento, e o banco francês Crédit Agricole, com fatia de 14,6 por cento.

O Novo Banco será recapitalizado em 4,9 bilhões de euros por um fundo de resolução bancária especial criado em 2012. O governo português emprestará 4,4 bilhões de euros ao fundo. Todos os depositantes do BES serão protegidos, assim como os detentores sênior de bônus do BES.

O banco central de Portugal, que há apenas alguns dias disse que o BES poderia ser recapitalizado por investidores privados, afirmou que o plano não envolveria custos aos cofres públicos porque o empréstimo será temporário.

O Banco de Portugal espera que o governo seja reembolsado quando o Novo Banco for eventualmente vendido a investidores privados.

"O plano não carrega risco para as finanças públicas ou contribuintes", disse o presidente do Banco de Portugal, Carlos Costa, a jornalistas em Lisboa.

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