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Por que a ação do Méliuz pode crescer até 44% e chamar a atenção do Nubank

Segundo o BTG, a empresa era pioneira em cashback e agora enfrenta rivais fortes, mas pode ser um alvo potencial para uma operação de fusão ou aquisição

Segundo o relatório do BTG, a Méliuz é um ótimo alvo para uma operação de fusão e aquisição, já que é um serviço interessante para oferecer aos clientes de um banco digital, como Nubank, ou outro meio de pagamento (Méliuz/fAC/Reprodução)

Karin Salomão

Publicado em 14 de dezembro de 2020 às 16h30.

Última atualização em 14 de dezembro de 2020 às 17h53.

A Méliuz é pioneira em oferecer cashback, ou dinheiro de volta, para consumidores no Brasil. Durante alguns anos, a startup criada em Belo Horizonte em 2011 foi uma das únicas a atuar nesse mercado, se tornou conhecida dos consumidores, firmou parcerias importantes com comércios eletrônicos e chamou a atenção de investidores. A empresa realizou sua oferta pública inicial de ações (IPO) este ano. Com valor da ação em R$ 12,50, o banco BTG Pactual acredita que a empresa pode se valorizar 44% e chegar a R$ 18 em doze meses. Mais que isso, pode chamar a atenção de bancos digitais, como o Nubank, interessados em oferecer esse tipo de benefício para seus usuários, diz o banco em relatório.

A empresa foi criada por dois empreendedores em série, Israel Salmen e Ofli Guimarães, que abriram seus primeiros negócios com 13 e 16 anos, respectivamente. A startup mineira também conta com Lucas Marques, diretor de operações que já havia atuado como gerente na Ambev. A cultura de empreendedorismo continua forte na Méliuz e é um dos grandes atrativos da empresa, o que faz com que ela consiga atrair talentos na área de tecnologia e desenvolvimento, diz o BTG.

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Nos nove primeiros meses do ano, o volume de vendas da startup foi de 1,6 bilhão de reais, crescimento de 47%, com lucro de 17 milhões de reais. São mais de 3,6 milhões de consumidores, 80% a mais que no ano passado, e mais de 800 parceiros para cashback .A empresa tem uma aderência grande entre os maiores usuários do comércio eletrônico. Se a média de compras pela internet por pessoa foi de 2,4 no Brasil no ano passado, entre os usuários da Méliuz essa média foi de 7 compras no ano, diz o relatório do BTG.

Mais do que o cashback, a empresa pode expandir para outras áreas, como cartões de presente, cartões de crédito, seguros e investimentos, entre outros. Ano passado a startup lançou um cartão de crédito com o Banco Pan e no último trimestre criaram parcerias nos segmentos de crédito e seguro com empresas como Porto Seguro, Creditas, Tokio Marine, entre outras.

Concorrência mais forte

O forte crescimento da startup chamou a atenção do mercado. Outras empresas passaram a atuar com cashback e grandes varejistas criaram seus próprios programas de dinheiro de volta.  Fintechs como Banco Inter, C6 e PagSeguro também entraram no segmento de dinheiro de volta. O Magazine Luiza, um dos parceiros da Méliuz, também lançou seu próprio serviço de dinheiro de volta.

Outro risco para a empresa é a concentração de seu faturamento em poucos parceiros. Apenas três sites de comércio eletrônico são responsáveis por mais de 40% de todo seu faturamento. Ou seja, se um dos parceiros decidir se desconectar do serviço, a Méliuz deve sofrer.

Um alvo para os bancos digitais

Esse crescimento do mercado, embora traga riscos para a Méliuz, também pode trazer muito valor para a empresa. Companhias interessadas em ter seu sistema de cashback podem, ao invés de desenvolver seu próprio programa, comprar um serviço já bem estabelecido.

Foi o que aconteceu com a plataforma Honey, comprada pela empresa de meios de pagamentos PayPal em 2019 por 4 bilhões de dólares, a maior aquisição da empresa até hoje. Já a Rakuten, gigante japonesa de marketplaces, comprou a norte-americana eBates por 1 bilhão de dólares em 2014.

Segundo o relatório do BTG, a Méliuz é um ótimo alvo para uma operação de fusão e aquisição, já que é um serviço interessante para oferecer aos clientes de um banco digital, como Nubank, ou outro meio de pagamento. O Nubank acaba de adquirir a plataforma de investimentos Easynvest, como uma forma de oferecer mais serviços.

"Quando pensamos em bancos digitais que desafiam o mercado e empresas de pagamento que já capturaram milhões de clientes, por que um serviço de marketing de afiliação não seria uma ótima oportunidade para impulsionar sua base de clientes? Essa pode ser uma alternativa para o Nubank ou Stone ou até outros bancos para ampliar o número de produtos oferecidos para clientes, criando sua própria plataforma ou por meio de fusões e aquisições", diz o BTG em relatório.

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