Polícia peruana detém envolvido em caso de propina da Odebrecht
A prisão de Edwin Luyo, que presidiu comitê de licitação de linha do metrô, foi a primeira relacionada ao escândalo de corrupção da Odebrecht no Peru
EFE
Publicado em 21 de janeiro de 2017 às 09h26.
Lima - A polícia peruana realizou na noite desta sexta-feira (20) a primeira detenção relacionada ao escândalo de corrupção da Odebrecht no país, a de Edwin Luyo, que presidiu o comitê de licitação da Linha 1 do Metrô de Lima.
A obra foi concedida à empresa brasileira em 2009 por US$ 410 milhões iniciais durante o segundo governo do presidente Alan García (2006-2011).
Segundo a imprensa local, a detenção aconteceu na casa de Luyo como parte de uma operação dirigida pelo fiscal anticorrupção Hamilton Castro, que incluiu ainda uma ação de busca e apreensão na casa do ex-vice-ministro de Comunicações Jorge Luis Cuba, que também ocupou o cargo durante o segundo mandato de García.
Castro disse que a Odebrecht teria pagado mais de US$ 7 milhões para ganhar a licitação do projeto da Linha 1 do Metrô de Lima, e suspeita que esse valor não ficou apenas com Luyo e Cuba.
O tribunal de conta dos Peru informou na semana passada que a Linha 1 do Metrô de Lima representou para o Estado um prejuízo de US$ 109 milhões, ao passar de um investimento de US$ 410 milhões para US$ 519 milhões no final.
O ministro de Transportes peruano durante o segundo governo de García, Enrique Cornejo, disse à emissora local "Radio Programas del Perú (RPP)" estar muito indignado e pediu à Procuradoria que chegue à verdade "custe a quem custar". Ele também garantiu que não houve superfaturamento na obra do metrô.
A Odebrecht admitiu ter pagado US$ 29 milhões em propinas a funcionários peruanos entre 2005 e 2014, o que abrange os governos de Alejandro Toledo (2001-2006), Alan García (2006-2011) e Ollanta Humala (2011-2016), segundo acordo assinado pela companhia com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
No último dia 5, empresa assinou um acordo com o Ministério Público do Peru para pagar 30 milhões de sóis (R$ 28,9 milhões) como uma antecipação da devolução das receitas ilícitas obtidas através de propina.
O convênio também prevê a entrega de qualquer informação ou documentação que lhe seja requerida, inclusive quando esta estiver em outros países, para que seja corroborada e valorada em função de sua utilidade e transcendência visando a um eventual acordo final.