Petrobras usa câmbio irreal, dizem analistas
Diretoria da companhia não acredita em métricas usadas pela empresa em seu próprio plano de negócios
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2014 às 11h10.
Rio - A diretoria da Petrobras não acredita em métricas usadas pela empresa em seu próprio plano de negócios, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Preocupações internas com a consistência dos planos, por exemplo com a promessa de investimentos bilionários em refinarias e o baixo valor do dólar usado como referência, já começaram a transparecer a especialistas.
Para acalmar investidores, a diretoria resolveu se reunir nos últimos dias com analistas. Deu a eles, por exemplo, esperanças por um novo reajuste nos preços dos combustíveis.
A maior preocupação do mercado sobre as métricas é o dólar de R$ 2,23 que a Petrobras decidiu adotar nos cálculos deste ano. É bem abaixo dos R$ 2,45 usados como referência pelo Banco Central. O dólar barato melhora as contas de endividamento e alavancagem da companhia. "Tinha que mandar o (diretor Financeiro da Petrobras Almir) Barbassa conversar com o (presidente do BC Alexandre) Tombini, esse câmbio de R$ 2,23 é irreal", diz o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Outra preocupação é em relação às refinarias Premium I e II, projetadas para Maranhão e Ceará com investimentos de bilhões de dólares. A Petrobras tem investido há anos mais do que gera de caixa e aumentado o endividamento, por isso precisa de um parceiro para diluir os custos. A presidente Graça Foster disse publicamente que preferia ter participação minoritária.
A companhia previa abrir licitação nos próximos dias para contratar fornecedores. Mas os candidatos a parceiro querem que os combustíveis produzidos sejam vendidos a preços internacionais. Até agora, não apareceu parceiro disposto a se enquadrar no controle de preços do governo.
"Como devemos entender a mensagem sobre a refinaria? Minha leitura é que a administração da Petrobras não quer estes investimentos agora. É assim que leio. A questão é se o governo vai querê-las", disse o analista Gustavo Gattass, do BTG Pactual.
As refinarias foram projetadas em Estados com eleitorado importante para o governo. A licitação sem parceiro poderia repetir os passos da refinaria Rnest (Abreu e Lima, em Pernambuco), classificada por Graça como "um mau exemplo a não ser repetido".
Os parâmetros usados no plano de negócios também geraram discordância dentro do conselho de administração. Consultada se houve votos contrários à aprovação do plano de negócios, a Petrobras preferiu não comentar.
Rio - A diretoria da Petrobras não acredita em métricas usadas pela empresa em seu próprio plano de negócios, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. Preocupações internas com a consistência dos planos, por exemplo com a promessa de investimentos bilionários em refinarias e o baixo valor do dólar usado como referência, já começaram a transparecer a especialistas.
Para acalmar investidores, a diretoria resolveu se reunir nos últimos dias com analistas. Deu a eles, por exemplo, esperanças por um novo reajuste nos preços dos combustíveis.
A maior preocupação do mercado sobre as métricas é o dólar de R$ 2,23 que a Petrobras decidiu adotar nos cálculos deste ano. É bem abaixo dos R$ 2,45 usados como referência pelo Banco Central. O dólar barato melhora as contas de endividamento e alavancagem da companhia. "Tinha que mandar o (diretor Financeiro da Petrobras Almir) Barbassa conversar com o (presidente do BC Alexandre) Tombini, esse câmbio de R$ 2,23 é irreal", diz o analista Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).
Outra preocupação é em relação às refinarias Premium I e II, projetadas para Maranhão e Ceará com investimentos de bilhões de dólares. A Petrobras tem investido há anos mais do que gera de caixa e aumentado o endividamento, por isso precisa de um parceiro para diluir os custos. A presidente Graça Foster disse publicamente que preferia ter participação minoritária.
A companhia previa abrir licitação nos próximos dias para contratar fornecedores. Mas os candidatos a parceiro querem que os combustíveis produzidos sejam vendidos a preços internacionais. Até agora, não apareceu parceiro disposto a se enquadrar no controle de preços do governo.
"Como devemos entender a mensagem sobre a refinaria? Minha leitura é que a administração da Petrobras não quer estes investimentos agora. É assim que leio. A questão é se o governo vai querê-las", disse o analista Gustavo Gattass, do BTG Pactual.
As refinarias foram projetadas em Estados com eleitorado importante para o governo. A licitação sem parceiro poderia repetir os passos da refinaria Rnest (Abreu e Lima, em Pernambuco), classificada por Graça como "um mau exemplo a não ser repetido".
Os parâmetros usados no plano de negócios também geraram discordância dentro do conselho de administração. Consultada se houve votos contrários à aprovação do plano de negócios, a Petrobras preferiu não comentar.