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Petrobras investirá R$ 100 mi em centros de pesquisa

Por Gustavo Porto Ribeirão Preto - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o campus da Universidade de São Paulo (USP) na cidade do interior paulista devem receber mais de R$ 100 milhões em recursos para pesquisas de processos e equipamentos para a extração de petróleo e para a produção de derivados. Os recursos […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Por Gustavo Porto

Ribeirão Preto - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o campus da Universidade de São Paulo (USP) na cidade do interior paulista devem receber mais de R$ 100 milhões em recursos para pesquisas de processos e equipamentos para a extração de petróleo e para a produção de derivados. Os recursos serão liberados em até três anos e virão da Petrobras, que instala novos centros de pesquisas nas universidades.

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A UFSCar receberá a maior parte dos recursos. O centro de pesquisas da universidade será especializado no desenvolvimento de processos e material avançados para a indústria do petróleo e energia, com 3,6 mil metros quadrados de área coberta, laboratórios e unidades de apoio. A pedra fundamental da obra, prevista para ser concluída no ano que vem, será lançada em dezembro deste ano.

Só na obra de construção do centro os investimentos somam R$ 15,5 milhões, segundo o professor Ernesto Antonio Urquieta-González, coordenador do projeto e diretor do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia da UFSCar. "Seguramente, em dois ou três anos, os investimentos da Petrobras devem chegar perto dos R$ 100 milhões", afirmou o professor à Agência Estado.

Segundo ele, além dos investimentos na construção do centro, as pesquisas da universidade no setor de petróleo devem consumir o restante dos recursos destinados pela estatal petrolífera. Os grupos de pesquisa trabalham, de acordo com Urquieta-González, em duas linhas: na redução de emissões de combustíveis já refinados e, principalmente, no estudo para a produção de material utilizado no processo de extração de petróleo na camada pré-sal. "A expectativa é obter material com propriedades necessárias para atender às novas exigências, pois, obviamente, tudo mudou com o pré-sal", disse.

As parcerias devem envolver cerca de 150 pesquisadores na UFSCar, de acordo com o coordenador. "As pesquisas, além da busca por material e processos de maior eficiência, procuram gerar produtos que atendam às exigências ambientais e de segurança, cada vez mais rigorosas", disse Urquieta-González.

Energias renováveis

A USP em São Carlos também prepara a construção de um laboratório de energias renováveis e combustíveis não-renováveis de última geração, cujos investimentos da Petrobras somarão R$ 4 milhões. Segundo Paulo Seleghim Jr, professor do Departamento de Engenharia Mecânica da Escola de Engenharia da USP-São Carlos, os recursos estão disponíveis e a obra, dentro dos padrões da universidade paulista, depende do processo de licitação.

No entanto, antes mesmo do centro, os pesquisadores da universidade já desenvolvem produtos com o apoio da estatal, que deverão ser aplicados na extração de petróleo da camada do pré-sal. Um deles é o separador estático para poços. O produto irá separar petróleo e gás durante o processo de extração. "Os testes já feitos foram 100% satisfatórios e agora levaremos o equipamento para a fase de adequação tecnológica às condições adversas da extração no pré-sal, como pressão e abrasão altas", explicou Seleghim.

Ainda de acordo com o pesquisador, em cerca de um ano, se os testes forem satisfatórios, o equipamento já poderá ser liberado para produção em escala. Como a Petrobras tem a patente do separador, ou a companhia irá produzi-lo, ou contratará uma outra companhia para o desenvolvimento. "Outra linha de pesquisa é a aplicação da nanociência no setor", disse.

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