Mais cedo, a Petrobras divulgou também a venda de sua fatia de 49% na Brasil PCH para a Cemig, por R$ 650 milhões (Steferson Faria/EXAME)
Da Redação
Publicado em 14 de junho de 2013 às 23h37.
Rio de Janeiro - A Petrobras anunciou nesta sexta-feira, 14, a venda de US$ 2,175 bilhões em ativos e atingiu, em apenas um dia, mais de 20% da meta de desinvestimentos fixada para o período de 2013-2017.
O principal negócio foi a formação de uma joint venture entre o banco BTG Pactual e a Petrobras Internacional Braspetro, para exploração e produção de óleo e gás na África.
O BTG, do empresário André Esteves, pagou à estatal US$ 1,525 bilhão pela aquisição de 50% da Petrobras Oil & Gas, que reúne os ativos da estatal na África, mas não foram informados os blocos exploratórios ou produtores envolvidos na negociação. Atualmente, a Petrobras só produz petróleo na Nigéria.
No comunicado divulgado ao mercado, a estatal informou que, uma vez concluída a reorganização societária, a operação envolverá as sucursais em Angola, Benin, Gabão e Namíbia, assim como as subsidiárias Brasoil Oil Services Company (Nigeria) Ltd., Petroleo Brasileiro Nigeria Ltd. e Petrobras Tanzania Ltd.
O negócio estava fechado desde o início do mês, mas foi referendado nesta manhã em reunião do Conselho de Administração, presidido pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. A previsão é concluir a transação até o fim do mês.
As empresas fizeram declarações apenas por meio de notas. "A operação representa um passo importante para a Petrobras (...) permitindo a ampliação de sua atuação na África e o compartilhamento dos investimentos requeridos para expansão e desenvolvimento de suas reservas", afirmou a estatal.
"Para o BTG Pactual, a operação representa um passo na geração de oportunidades de investimento no continente africano e no segmento de óleo e gás (...) assim como também manifesta a contínua expansão e diversificação do portfólio de produtos disponíveis para seus clientes", informou o banco.
A intenção da Petrobras é reunir recursos financeiros para concentrar esforços na exploração e produção no pré-sal brasileiro. Em abril, a estatal havia anunciado a venda de participações em blocos exploratórios no Golfo do México, nos Estados Unidos, por US$ 110 milhões.
Esteves, que este ano fechou parceria com o grupo EBX de Eike Batista, tem também um braço na OGX, mas as companhias não responderam a questionamentos sobre uma eventual associação entre Petrobras e OGX na África.
Centrais hidrelétricas
Mais cedo, a Petrobras divulgou também a venda de sua fatia de 49% na Brasil PCH para a Cemig, por R$ 650 milhões. A operação faz parte da estratégia da Petrobras de reforçar o caixa para financiar o seu Plano de Negócios 2013-2017, que prevê investimentos totais de US$ 236,7 bilhões.
A intenção da estatal de se desfazer da participação na Brasil PCH foi antecipada em reportagem publicada pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, em março passado. Na época da divulgação do plano de negócios, a presidente da Petrobras, Graça Foster, havia dito que a companhia tinha interesse em vender os ativos que não tinham sinergia com o seu portfólio.
Na ocasião, a executiva chegou a dizer que, embora rentáveis, as Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs) eram ativos menos estratégicos, indicando a intenção de venda. A título de ilustração, a Brasil PCH apurou um lucro líquido de R$ 59,2 milhões no ano passado, valor irrelevante nos resultados da Petrobras.
A Brasil PCH opera 13 usinas nos Estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais e Goiás, que somam capacidade instalada de 291,52 MW. O principal atrativo da companhia são os contratos de venda de energia no Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa) por 20 anos, cujos preços são mais elevados que os praticados atualmente pelo governo federal nos leilões de energia nova.