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Petrobras anuncia receita recorde no 3º trimestre

Em versão condensada de documento sobre o balanço do 3º trimestre, a estatal afirma que a receita com vendas atingiu R$ 88,378 bilhões no período

Plataforma da Petrobras: aumento da receita decorre das maiores exportações de petróleo, diz a empresa (Divulgação/Petrobras)
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Da Redação

Publicado em 12 de dezembro de 2014 às 21h23.

São Paulo - O aguardado balanço do terceiro trimestre de 2014 da Petrobras não foi publicado nesta sexta-feira, 12, como era esperado.

No lugar de um material completo, no qual a estatal deveria divulgar dados de lucro ou prejuízo e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês), o documento traz apenas uma versão condensada - termo usado pela própria Petrobras - dos números acumulados entre julho e setembro.

Dentre as informações, a companhia informou que a receita com vendas atingiu R$ 88,378 bilhões.

Este resultado representa um novo recorde histórico da companhia, superando em 7,4% os R$ 82,298 bilhões acumulados no segundo trimestre deste ano.

É, também, 13,7% maior do que os R$ 77,700 bilhões acumulados entre julho e setembro.

A média das projeções de sete casas consultadas pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado (Bradesco Corretora, Itaú BBA, JPMorgan, Morgan Stanley, Santander, UBS e Votorantim Corretora) indicava que a receita do trimestre seria de R$ 85,823 bilhões.

A companhia informou, em um breve documento de oito páginas, que o aumento da receita na comparação entre terceiro e segundo trimestres deste ano decorre das maiores exportações de petróleo. Além disso, o aumento da demanda no mercado interno, principalmente do diesel, contribuiu para os números do terceiro trimestre. A favor da companhia, no mesmo período, pesaram o aumento da produção de petróleo e de derivados no Brasil.

A receita trimestral trouxe números robustos, mas a decisão da companhia de não divulgar o balanço na íntegra, mesmo sem aval de auditores externos, evidencia o momento turbulento vivido pela estatal nas últimas semanas, período marcado por denúncias de corrupção e a sinalização de que os problemas internos inviabilizavam a auditoria dos números por especialistas externas.

A estatal adiou a divulgação dos dados do terceiro trimestre em função do escândalo investigado pela Polícia Federal envolvendo ex-diretores da companhia. São alvos das investigações os ex-diretores de Abastecimento, Paulo Roberto Costa, e de Serviços, Renato Duque.

O atual presidente da Transpetro, Sérgio Machado, pediu licença do cargo e permanece afastado da empresa desde o dia 3 de novembro. Hoje, novas denúncias informam que representantes da atual diretoria, incluindo a presidente Maria das Graças Foster, foram informados por uma funcionária sobre possíveis irregularidades em contratos e operações da estatal.

Após o anúncio oficial de que a divulgação do balanço do terceiro trimestre seria postergada, contrariando assim o prazo estabelecido de até 45 dias após o fim do trimestre, a Petrobras anunciou a criação de uma diretoria de Governança, Risco e Conformidade. A medida não conseguiu evitar que investidores brasileiros e estrangeiros acionassem escritórios de advocacia em busca de reparação por perdas causadas pelo escândalo.

A ação da estatal brasileira foi negociada hoje no menor patamar desde 2005.

Durante as últimas semanas, a Petrobras também antecipou, em comunicado ao mercado, alguns dos resultados operacionais referentes ao terceiro trimestre. A produção de petróleo da estatal no Brasil, por exemplo, atingiu 2,090 milhões de barris por dia (bpd) no período, expansão de 9% em relação ao mesmo intervalo do ano passado. Já a produção de derivados atingiu 2,204 milhões de bpd, alta de 4% em igual base comparativa.

Por outro lado, a companhia anunciou que não conseguiria cumprir a meta de produção de petróleo para este ano, por isso divulgou novos números considerados mais factíveis. A previsão de ampliar em 7,5% a produção de 2014, com margem de um ponto porcentual para cima ou para baixo (6,5% a 8,5%), foi revista para um horizonte de crescimento entre 5,5% e 6%.

Em meio aos escândalos envolvendo o nome da principal companhia brasileira, a diretoria da Petrobras sempre considerou prioritária a evolução da produção de petróleo no Brasil. Mas, diante da série de escândalos e do adiamento da divulgação do balanço, os rumos da Lava Jato se mostram tão importantes quanto a evolução das atividades das plataformas e sondas. Por isso, a Petrobras contratou os escritórios Trench, Rossi e Watanabe Advogados, no Brasil, e Gibson, Dunn e Crutcher LLP, nos Estados Unidos, para tentar dimensionar os prejuízos da empresa com superfaturamento de contratos. E adiou a divulgação do balanço.

"Em face das atuais denúncias e investigações decorrentes da operação Lava Jato, a companhia não está pronta para divulgar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014. Pois essas denúncias, se confirmadas, podem impactar potencialmente tais demonstrações", afirmou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, no mês passado.

Hoje, a escolha da estatal foi pela divulgação apenas de indicadores operacionais e informações econômico-financeiras que não serão afetadas por potenciais ajustes decorrentes das investigações da Operação Lava Jato.

Em nota, a estatal explicou que a decisão foi tomada com objetivo de agir com diligência e transparência. As informações apresentadas não foram revisadas por auditores independentes. O balanço não revisado da companhia será publicado até o dia 31 de janeiro de 2015.

São Paulo - A Forbes divulgou, nesta semana, a lista das 2.000 maiores empresas do mundo.  Para medir a grandeza de cada companhia, a revista americana considerou receita, lucro, ativos e valor de mercado das empresas. A publicação também considerou as gigantes de cada setor e entre as companhias de petróleo, a Petrobras ficou com a nona posição. Veja, a seguir, as 10 maiores petroleiras, segundo a Forbes:
  • 2. 1ª - Exxon Mobil

    2 /12(Getty Images)

  • Veja também

    País: Estados Unidos Receita: US$ 394 bilhões Lucro: US$ 32,6 bilhões Ativos: US$  346,8 bilhões Valor de mercado: US$ 422,3 bilhões Posição no ranking geral: 6ª
  • 3. 2ª - PetroChina

    3 /12(Getty Images)

  • País: China Receita: US$ 328,5 bilhões Lucro: US$ 21,1 bilhões Ativos: US$ 386,9 bilhões Valor de mercado: US$ 202 bilhões Posição no ranking geral: 10ª
  • 4. 3ª - Royal Dutch Shell

    4 /12(Cate Gillon/Getty Images)

    País: Reino Unido e Holanda Receita: US$ 451,4 bilhões Lucro: US$ 16,4 bilhões Ativos: US$ 357,5 bilhões Valor de mercado: US$ 234,1 bilhões Posição no ranking geral: 11ª
  • 5. 4ª - BP

    5 /12(Chris Ratcliffe/Bloomberg)

    País: Reino Unido Receita: US$ 379,2 bilhões Lucro: US$ 23,6 bilhões Ativos: US$ 305,7 bilhões Valor de mercado: US$ 148,8 bilhões Posição no ranking geral: 17ª
  • 6. 5ª - Chevron

    6 /12(David Paul Morris/Bloomberg)

    País: Estados Unidos Receita: US$ 211,8 bilhões Lucro: US$ 21,4 bilhões Ativos: US$ 253,8 bilhões Valor de mercado: US$ 227,2 bilhões Posição no ranking geral: 18ª
  • 7. 6ª - Gazprom

    7 /12(Divulgação)

    País: Rússia Receita: US$ 164,6 bilhões Lucro: US$ 39 bilhões Ativos: US$ 397,2 bilhões Valor de mercado: US$ 88,8 bilhões Posição no ranking geral: 21ª
  • 8. 7ª - Total

    8 /12(Eric Piermont/AFP)

    País: França Receita: US$ 227,9 bilhões Lucro: US$ 11,2 bilhões Ativos: US$ 239,1 bilhões Valor de mercado: US$ 149,8 bilhões Posição no ranking geral: 25ª
  • 9. 8ª - Sinopec

    9 /12(China Photos/Getty Images)

    País: China Receita: US$ 445,3 bilhões Lucro: US$ 10,9 bilhões Ativos: US$ 228,4 bilhões Valor de mercado: US$ 94,7 bilhões Posição no ranking geral: 29ª
  • 10. 9ª - Petrobras

    10 /12(Pedro Lobo/Bloomberg News)

    País: Brasil Receita: US$ 141,2 bilhões Lucro: US$ 10,9 bilhões Ativos: US$ 319,2 bilhões Valor de mercado: US$ 86,8 bilhões Posição no ranking geral: 30ª
  • 11. 10ª - Rosneft

    11 /12(Wikipedia)

    País: Rússia Receita: US$ 142,6 bilhões Lucro: US$ 12,8 bilhões Ativos: US$ 229,4 bilhões Valor de mercado: US$ 70 bilhões Posição no ranking geral: 34ª
  • 12. Agora, veja 25 companhias brasileiras entre as maiores do mundo

    12 /12(Roberto Stuckert Filho/PR)

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