Peru contabiliza prejuízos de US$ 283 mi em projetos da Odebrecht
As 23 obras da construtora brasileira, investigada no Peru por subornar funcionários peruanos, representaram um investimento em conjunto de US$ 16,94 bi
EFE
Publicado em 11 de janeiro de 2017 às 19h30.
Última atualização em 11 de janeiro de 2017 às 19h30.
Lima - O governo do Peru registrou um suposto prejuízo econômico de US$ 283 milhões por irregularidades nos 23 projetos executados pela Odebrecht no país entre 1998 e 2015, afirmou nesta quarta-feira o controlador-geral do país, Edgar Alarcón.
Alarcón detalhou em entrevista coletiva que essas 23 obras da construtora brasileira, investigada no Peru por subornar funcionários peruanos em troca de contratos para obras milionárias, representaram um investimento em conjunto de US$ 16,94 bilhões.
A Controladoria auditou 16 projetos e as irregularidades mais destacadas estiveram no sistema de Estradas Interoceânicas (IIRSA), na linha 1 do metrô de Lima, na Costa Verde de El Callao, na estrada de Callejón de Huaylas entre as localidades de Chacas e San Luis, e no Gasoduto Sul Peruano (GSP).
Na construção das estradas IIRSA do norte, centro e sul do Peru, destinadas a conectar a costa peruana com Brasil e Bolívia, se identificou um aumento de 93% do investimento inicial estimado para a totalidade do projeto, segundo o relatório.
A IIRSA Norte passou de US$ 258 milhões a US$ 510 milhões; a IIRSA Centro aumentou de US$ 100 milhões a US$ 127 milhões; e a IIRSA Sul subiu de US$ 1,184 bilhão a US$ 2,346 bilhões.
O órgão estatal também detectou um prejuízo de US$ 111 milhões na construção da linha 1 do metrô de Lima e de US$ 17 milhões na estrada Chacas-San Luis.
A Controladoria propôs a criação de uma procuradoria e a formação de um juizado especializados para a realização de ações imediatas que resolvam estes casos.
A Odebrecht admitiu ter pagado US$ 29 milhões em subornos a funcionários peruanos entre 2005 e 2014, segundo se desprende do acordo assinado pela companhia com o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
A construtora brasileira fechou um acordo com a procuradoria do Peru no último dia 5 de janeiro para pagar US$ 9 milhões como uma antecipação da devolução dos lucros ilícitos obtidos com os subornos.
Esse convênio também contempla a entrega de toda informação ou documentação que seja requerida, inclusive quando esta se encontre em outros países, para que seja corroborada e avaliada em função de sua utilidade e transcendência para um eventual acordo final.