Erros de grandes empresas podem servir de lição para que pequenas corporações não precisem encerrar suas atividades precocemente (Thinkstock/Thinkstock)
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Publicado em 4 de março de 2024 às 11h03.
De acordo com dados da Serasa Experian, o número de empresas que recorreram a pedidos de recuperação judicial cresceu em 68,7% no ano passado – uma alta de 70% em relação a 2022 e o maior índice desde 2020.
Starbucks, 123Milhas e Americanas são alguns exemplos de marcas conhecidas do grande público que recorreram ao procedimento para evitar a falência em 2023. Juntas, elas somam uma dívida de mais de R$ 45 bilhões.
No entanto, o cenário é mais preocupante para empresas de pequeno porte. Das 1.405 organizações que solicitaram recuperação judicial no ano passado, 135 eram grandes, 331 eram médias e 939 micro e pequenas.
Para ir na contramão desse cenário, os erros de grandes empresas podem servir de lição para que pequenas corporações não precisem encerrar suas atividades precocemente. Veja, a seguir, cinco falhas financeiras para evitar pedidos de recuperação judicial.
Quem falha em planejar, planeja falhar. Esse ditado popular expressa bem um dos principais erros financeiros cometidos por organizações: não investir no planejamento. Afinal, realizar essa organização prévia é como olhar para uma bússola, que permite reconhecer objetivos de longo prazo e encontrar o melhor caminho em sua direção.
No caso da varejista Americanas, o rombo financeiro aconteceu por problemas de registro das dívidas da companhia com fornecedores e bancos. Por isso, a recomendação é sempre colocar o planejamento financeiro no topo da lista de prioridades de uma empresa.
Endividamento excessivo é outro problema frequente. Foi o que aconteceu com a Starbucks que, em razão de dívidas crescentes e prejuízos gerados pela pandemia, teve restrição de acesso ao crédito e não conseguiu manter a operação normal da empresa.
Este é um erro comum para muitos negócios, que em determinadas situações adquirem uma dívida além da sua capacidade de pagamento. Em vez de se envolver em empréstimos ou financiamentos que não conseguiram pagar, as empresas precisam seguir uma regra básica das finanças: todo crédito deve ser usado de forma responsável e estratégica.
Depender excessivamente de um único produto pode expor a empresa a grandes riscos. Imagine que este determinado produto sofre uma queda. Se isso acontecer, a empresa pode enfrentar dificuldades financeiras significativas. A recomendação é diversificar as fontes de receita para proteger a empresa de flutuações e incertezas no mercado.
Saber arriscar, em determinados momentos, pode ser importante para um negócio. No entanto, quando isso é feito de forma pouco assertiva e sem base em dados e informações relevantes, pode ser um problema. Assim, empresas que não avaliam completamente os riscos envolvidos em seus investimentos podem acabar com prejuízos.
É preciso lembrar de realizar análises de risco detalhadas e considerar as consequências de longo prazo antes de tomar decisões de investimento. Afinal, da mesma forma que podem trazer recompensas, investimentos arriscados também podem trazer perdas.
É fato que crises econômicas acontecem e a pandemia deixou isso evidente. Todas as empresas, independente da situação financeira e estabilidade no mercado, estão sujeitas a situações imprevistas, que podem impactar negativamente as finanças.
A 123Milhas, por exemplo, que não estava preparada para arcar com os custos de todos os pacotes e passagens aéreas vendidas, solicitou recuperação judicial alegando que a medida é necessária para que possa honrar compromissos com clientes. Por isso, não ter um plano de contingência para lidar com essas eventualidades é outro erro grave, que pode deixar uma empresa vulnerável às consequências financeiras severas.
*Este conteúdo é apresentado por Faculdade EXAME