Negócios

Pedido de chassis de ônibus para Salvador reanima a MAN

A maior parte das unidades será produzida até o fim deste ano, o que deve dar fôlego à linha de montagem da empresa


	MAN Latin America: "Trata-se do maior negócio fechado este ano pela montadora", disse presidente
 (Divulgação/ Latin America)

MAN Latin America: "Trata-se do maior negócio fechado este ano pela montadora", disse presidente (Divulgação/ Latin America)

DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2014 às 15h30.

Rio - A MAN Latin America vai produzir 750 chassis de ônibus Volksbus para o transporte público de Salvador (BA).

A maior parte das unidades será produzida até o fim deste ano, o que deve dar fôlego à linha de montagem da empresa, que tem suspendido contratos de trabalhadores (lay-off) e concedido férias coletivas para ajustar estoques e driblar o mau momento do setor de veículos.

"Trata-se do maior negócio fechado este ano pela montadora", disse o presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes, em entrevista ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado.

"Este não é um ano de grandes negócios", reconheceu Cortes. "Por isso celebramos tanto este contrato. Equivale a um mês inteiro de produção de ônibus. O negócio veio na hora certa."

O executivo anunciou a venda por meio da licitação nesta quarta-feira, 24, na IAA Veículos Comerciais, feira do setor em Hannover, na Alemanha. A MAN responderá por 90% da renovação da frota em Salvador.

Cortes estima que as encomendas vão gerar um aumento de 30% na atividade da linha de montagem de ônibus da MAN, na fábrica de Resende (RJ), durante três meses.

Apenas uma parte final das unidades será entregue entre janeiro e fevereiro de 2015.

"Isso vai evitar diminuição (da produção), o que vem num bom momento, já que os investimentos têm sido feitos com mais critério, dado o momento econômico e político", explicou.

O cenário ruim para o mercado de veículos fez com que a MAN, que esperava aumento na produção e nas vendas no início deste ano, passasse a contar com uma queda na atividade.

Segundo Cortes, as incertezas em relação à economia e ao cenário político têm feito com que empresários posterguem investimentos.

No segundo trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro registrou recuo de 0,6%, após cair 0,2% nos primeiros três meses, o que caracterizou uma recessão técnica.

No acumulado de todo o primeiro semestre, os investimentos medidos pela Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) despencaram 6,8% frente a igual período do ano passado.

"Infelizmente o setor de caminhões e ônibus é um termômetro da economia. Se a economia cresce pouco, naturalmente o setor não cresce", explicou Cortes.

Apesar disso, o presidente da MAN encara o momento como temporário. Com a nova encomenda, não está nos planos da companhia expandir o lay-off acertado em agosto, que suspendeu por cinco meses o contrato de 200 trabalhadores (10% do total).

"Há demanda reprimida, pois sabemos que a frota de caminhões é velha", citou Cortes, lembrando que o País ainda depende muito de transporte rodoviário para o deslocamento de passageiros e cargas.

"Estamos otimistas, seja qual for o governo. Estará na agenda de qualquer governo um investimento maciço em infraestrutura, assim como a retomada do crescimento econômico, e isso significa mais caminhões e ônibus. Vai estar na agenda de qualquer governo a abertura para mercados internacionais."

A despeito das incertezas, o anúncio da prorrogação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI) até o fim de 2015 deixou "uma incógnita a menos" para o ano que vem, disse Cortes.

Segundo ele, quase a totalidade das vendas efetuadas atualmente pela MAN no Brasil são por essa modalidade. A fábrica em Resende, com capacidade para 80 mil unidades por ano, tem produzido 50 mil unidades por ano.

Otimista, Cortes ressaltou ainda que a MAN vai manter o plano de investimentos da empresa, estipulado em R$ 1 bilhão.

O programa está em andamento desde 2012 e será cumprido até 2017. A decisão é estratégica para que a companhia tenha capacidade de resposta, quando a economia reagir como o esperado, segundo o executivo.

Acompanhe tudo sobre:acordos-empresariaisEmpresasEmpresas alemãsMANMontadorasÔnibusTransporte públicoTransportesVolkswagen

Mais de Negócios

Guga e Rafael Kuerten apostam em energia e imóveis nos 30 anos do Grupo GK

Eles acharam uma solução simples para eliminar as taxas na hora da compra

Quem são os bilionários mais amados (e odiados) dos EUA?

Esta empresa já movimentou R$ 100 milhões ao financiar condomínios em crise