BTG Pactual: "teria que fazer sentido para nossa estratégia", disse sócio do Pátria Investimentos (Gustavo Kahil / Exame.com)
Da Redação
Publicado em 2 de dezembro de 2015 às 17h01.
São Paulo - O Pátria Investimentos está atento a eventuais ativos que possam ser colocados a venda pelo BTG Pactual, disse um executivo do Pátria Investimentos nesta quarta-feira.
"Teria que fazer sentido para nossa estratégia", disse Otávio Castello Branco, sócio do Pátria Investimentos, a jornalistas.
Com cerca de 35 bilhões de reais sob gestão, incluindo as áreas de private equity, real estate e infraestrutura, o Pátria levantou mais de quatro bilhões de dólares desde o ano passado e está à espreita para investir esses recursos num horizonte de até três anos, disse Castello Branco.
Do total levantado, cerca de três quartos devem ser aplicados no Brasil. O restante deve ir para ativos na América Latina.
A exemplo do que aconteceu nos últimos anos, o foco do Pátria na compra de participações de empresas no Brasil vai se concentrar nos segmentos de saúde e logística, assim como em energia, na área de infraestrutura, segmentos nos quais o BTG Pactual tem investimentos no Brasil.
Mas nenhuma negociação a respeito está em andamento, disse Castello Branco.
Fora do Brasil, o Pátria é sócio do BTG Pactual na Latin America Power, empresa de energias renováveis com sede no Chile.
ARGENTINA E INFRAESTRUTURA
Castello Branco disse também que o Pátria enxerga maiores oportunidades de investimentos em ativos de infraestrutura no país mais sujeitos à regulação estatal. Historicamente, o grupo tem investido apenas em empresas que não dependam de supervisão permanente do governo, como concessões.
Agora, dada a crise atual envolvendo várias empresas de infraestrutura do país e a necessidade maior de investimento privado, o Pátria avalia que o governo federal deve promover mudanças regulatórias mais amigáveis, com menores restrições nas taxas de retorno, por exemplo.
"A necessidade cria oportunidades", disse Castello Branco.
O executivo disse ainda que a vitória de Mauricio Macri na eleição presidencial argentina no fim de novembro, torna mais atrativos os ativos no país nas áreas de energia e de agronegócio, por exemplo.
Eleito pela coligação de centro-direita Cambiemos, Macri quer destravar barreiras comerciais impostas pela atual administração argentina nos últimos dois anos, desde o agravamento da crise econômica no país.