Os piores prejuízos das empresas do Brasil desde os anos 80
Levantamento da consultoria Economática mostra quais foram os dez piores resultados das companhias brasileiras listadas na bolsa desde 1986. Confira a lista
Tatiana Vaz
Publicado em 28 de março de 2014 às 16h28.
Última atualização em 13 de setembro de 2016 às 15h15.
São Paulo - A consultoria Economática divulgou uma lista das empresas que apresentaram os piores prejuízos da história das companhias abertas do Brasil desde 1986. Metade desses dez piores resultados foi reportado por bancos – liderados pelo Banco do Brasil, cujos prejuízos de 1996 e 1995 somados atingem quase R$ 12 bilhões. A seguir, confira a lista completa.
Em 1996, o Banco do Brasil não apenas teve o maior prejuízo de sua história, como o pior resultado das companhias abertas do país desde 1986: R$ 7,526 bilhões, segundo a Economática.
O segundo maior prejuízo registrado nos últimos 27 anos, de R$ 7,325 bilhões, foi o do já extinto banco Nacional, em 1995. Naquele mesmo ano, os ativos do banco foram comprados pelo Unibanco, que se juntou ao Itaú em 2008.
Por dois anos seguidos a Eletrobras acumulou o terceiro e quarto lugar entre os piores prejuízos desde 1986, de acordo com a Economática. Em 2012, a empresa de energia teve uma perda de R$ 6,879 bilhões e, em 2013, o prejuízo ficou em R$ 6,287.
O Banco do Brasil aparece novamente entre os dez piores prejuízos, agora em quinto lugar. Em 1995, o banco acumulou a perda de R$ 4,253, segundo a consultoria Economática.
Um ano antes de se unir a VCP, em setembro de 2009, e formar assim o grupo Fibria, maior do setor de celulose no mundo, a Aracruz Celulose acumulou o maior prejuízo da sua trajetória e o sexto maior das empresas de companhia aberta no Brasil, desde 1986: R$ 4,213 bilhões. Boa parte da perda foi atribuída a operações mal sucedidas com derivativos.
A companhia Energética de São Paulo (Cesp), empresa que operou por anos a usina Três Irmãos, é dona do sétimo pior prejuízo das empresas: R$ 3,418 bilhões, acumulados no ano de 2002.
Tida como uma das maiores companhias aéreas privadas do mundo até a década de 70, a Varig (Savarg, na bolsa) acumulou um prejuízo de R$ 2,868 bilhões em 2002. Depois de passar por um processo de recuperação judicial inédito no país, a companhia teve sua parte ainda rentável isolada e vendida para a Varig Logística, depois cedida para a Gol.
O Banco do Estado do Paraná protagonizou um dos maiores rombos financeiros do Brasil, em que altas remessas de dinheiros eram desviadas para fora do país por meio de contas correntes abertas em nome de pessoas que não existiam. A fraude teria levado o banco a acumular R$ 2,861 bilhões, em 1998, depois anos antes do Banestado ser vendido ao Itaú.
O décimo lugar entre os piores prejuízos de companhias brasileiras listadas em bolsa desde 1986 é o do banco estatal do Nordeste, acumulado em 2001 de R$ 2,543 bilhões.