O que o Magazine Luiza e outras brasileiras podem ensinar ao varejo global
Alberto Serrentino, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza, fala sobre como as varejistas brasileiras começam a chamar a atenção mundial
Tatiana Vaz
Publicado em 17 de janeiro de 2012 às 11h36.
São Paulo - Enquanto a crise financeira desanda em mercados europeus e americanos, o entusiasmo do setor varejista brasileiro faz com que o país seja visto como a tábua de salvação para muitos empresários estrangeiros do setor. Magazine Luzia , Ponto Frio, Ricardo Eletro e outras tantas empresas brasileiras tornam-se, então, exemplos a serem seguidos. Alberto Serrentino, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza, explica por que isso está acontecendo – e o quanto isso pode ser bom para os consumidores brasileiros.
Exame.com - Por que o Brasil tem hoje um papel tão importante no mercado varejista mundial?
Alberto Serrentino - Por que o país se tornou uma grande economia, estável e madura, com forte presença de marcas internacionais, crescimento e perspectivas positivas para os próximos dez anos.
Exame.com - Por que mais varejistas estrangeiros querem atuar no Brasil hoje em dia?
Serrentino - Enquanto os mercados maduros, como Europa e Estados Unidos, passarão por dificuldades econômicas e dificilmente trarão oportunidades de expansão e melhora rentabilidade a curto e médio prazo, o Brasil se mostra um lugar de oportunidade pelo crescimento dos negócios, as transformações sócio-demográficas, ascensão de novos consumidores e novos investimentos.
Exame.com - O que empresas que querem atuar no país podem aprender com redes brasileiras como Magazine Luzia, Ponto Frio e Máquina de Vendas?
Serrentino – Muita coisa. No Brasil, os custos trabalhistas e de importação e a elevada carga tributária acabam sendo um entrave complexo para interessados em empreender no país vindo de países estrangeiros. Além disso, há as diferenças de mercado, que também representam um desafio enorme. Diferenças regionais, protecionismo, informalidade, burocracia e sazonalidade são algumas delas, sem contar a forte concorrência do setor no país.
Exame.com - O que essas redes brasileiras poderiam aprender com as estrangeiras?
Serrentino - Muitas empresas que vêm estudando como entrar no Brasil buscam como alternativa se fundir, comprar ou se associar às empresas que já estão no país. Com isso, elas encurtariam o aprendizado e ganhariam escala de mercado. A entrada deles contribuiria muito para o desenvolvimento do setor como um todo. Novos entrantes bem estruturados aumentariam a oferta e incentivariam os concorrentes a inovarem, aceleram sua expansão e investirem mais e melhor no país. Os consumidores se beneficiam com melhores ofertas de produtos e preços.
Exame.com - Quais setores do varejo serão mais promissores no Brasil nos próximos anos?
Serrentino - Todos os segmentos devem crescer, em especial, os de bens duráveis (eletrodomésticos, digitais e móveis), com resultados acima da média. Também merece destaque a venda de materiais de construção, que deverão crescer impulsionadas pela explosão do mercado imobiliário no Brasil. Em termos de concentração, farmácias e matéria de construção devem ter liderar as maiores movimentações.
Exame.com - Como o cenário de crise econômica que o mundo vive hoje tem afetado o comportamento dos consumidores?
Serrentino - Os consumidores hoje tem mais cuidado ao comprar e conseguir crédito, nada que limite que a capacidade de crescimento no mercado brasileiro. Mesmo com a contenção de crédito e demanda no início do ano, aliadas a crise financeira lá fora, o varejo brasileiro cresceu mais que 6% - e a estimativa é que o crescimento seja ainda maior este ano.
Exame.com - Quais são as tendências previstas para o varejo para os próximos anos?
Serrentino - Os principais são aumento de concentração, com mais fusões e aquisições, expansão da presença internacional e continuidade no crescimento médio acima de 5%.
Exame.com - O Brasil está preparado para acompanhar todas elas?
Serrentino - Há grandes desafios, principalmente em relação à infraestrutura. O protecionismo também deverá ser enfrentado em algum momento porque medidas temporárias tem que ser substituídas por políticas estruturais de competitividade industrial que ataquem as causas que impedem o Brasil de ser competitivo.
São Paulo - Enquanto a crise financeira desanda em mercados europeus e americanos, o entusiasmo do setor varejista brasileiro faz com que o país seja visto como a tábua de salvação para muitos empresários estrangeiros do setor. Magazine Luzia , Ponto Frio, Ricardo Eletro e outras tantas empresas brasileiras tornam-se, então, exemplos a serem seguidos. Alberto Serrentino, sócio sênior da GS&MD – Gouvêa de Souza, explica por que isso está acontecendo – e o quanto isso pode ser bom para os consumidores brasileiros.
Exame.com - Por que o Brasil tem hoje um papel tão importante no mercado varejista mundial?
Alberto Serrentino - Por que o país se tornou uma grande economia, estável e madura, com forte presença de marcas internacionais, crescimento e perspectivas positivas para os próximos dez anos.
Exame.com - Por que mais varejistas estrangeiros querem atuar no Brasil hoje em dia?
Serrentino - Enquanto os mercados maduros, como Europa e Estados Unidos, passarão por dificuldades econômicas e dificilmente trarão oportunidades de expansão e melhora rentabilidade a curto e médio prazo, o Brasil se mostra um lugar de oportunidade pelo crescimento dos negócios, as transformações sócio-demográficas, ascensão de novos consumidores e novos investimentos.
Exame.com - O que empresas que querem atuar no país podem aprender com redes brasileiras como Magazine Luzia, Ponto Frio e Máquina de Vendas?
Serrentino – Muita coisa. No Brasil, os custos trabalhistas e de importação e a elevada carga tributária acabam sendo um entrave complexo para interessados em empreender no país vindo de países estrangeiros. Além disso, há as diferenças de mercado, que também representam um desafio enorme. Diferenças regionais, protecionismo, informalidade, burocracia e sazonalidade são algumas delas, sem contar a forte concorrência do setor no país.
Exame.com - O que essas redes brasileiras poderiam aprender com as estrangeiras?
Serrentino - Muitas empresas que vêm estudando como entrar no Brasil buscam como alternativa se fundir, comprar ou se associar às empresas que já estão no país. Com isso, elas encurtariam o aprendizado e ganhariam escala de mercado. A entrada deles contribuiria muito para o desenvolvimento do setor como um todo. Novos entrantes bem estruturados aumentariam a oferta e incentivariam os concorrentes a inovarem, aceleram sua expansão e investirem mais e melhor no país. Os consumidores se beneficiam com melhores ofertas de produtos e preços.
Exame.com - Quais setores do varejo serão mais promissores no Brasil nos próximos anos?
Serrentino - Todos os segmentos devem crescer, em especial, os de bens duráveis (eletrodomésticos, digitais e móveis), com resultados acima da média. Também merece destaque a venda de materiais de construção, que deverão crescer impulsionadas pela explosão do mercado imobiliário no Brasil. Em termos de concentração, farmácias e matéria de construção devem ter liderar as maiores movimentações.
Exame.com - Como o cenário de crise econômica que o mundo vive hoje tem afetado o comportamento dos consumidores?
Serrentino - Os consumidores hoje tem mais cuidado ao comprar e conseguir crédito, nada que limite que a capacidade de crescimento no mercado brasileiro. Mesmo com a contenção de crédito e demanda no início do ano, aliadas a crise financeira lá fora, o varejo brasileiro cresceu mais que 6% - e a estimativa é que o crescimento seja ainda maior este ano.
Exame.com - Quais são as tendências previstas para o varejo para os próximos anos?
Serrentino - Os principais são aumento de concentração, com mais fusões e aquisições, expansão da presença internacional e continuidade no crescimento médio acima de 5%.
Exame.com - O Brasil está preparado para acompanhar todas elas?
Serrentino - Há grandes desafios, principalmente em relação à infraestrutura. O protecionismo também deverá ser enfrentado em algum momento porque medidas temporárias tem que ser substituídas por políticas estruturais de competitividade industrial que ataquem as causas que impedem o Brasil de ser competitivo.