O que a Amazon pensa sobre os empregos que ela ajuda a destruir
A Amazon é criticada por Trump por ameaçar o negócio de pequenos varejistas nos EUA. Mas, para a gigante, isso não é problema dela.
Mariana Desidério
Publicado em 31 de julho de 2018 às 09h19.
São Paulo – Não é de hoje que sabemos que a Amazon ameaça a sobrevivência de outros negócios pelo mundo e dos empregos criados por eles. Mas agora sabemos também que a gigante de Jeff Bezos não está preocupada com isso.
Em entrevista ao The Sunday Times, Russell Grandinetti, vice-presidente de consumo internacional da Amazon, disse que seu trabalho é focar no crescimento e que a tarefa de descobrir como lidar com o impacto da Amazon é de outras pessoas.
“As empresas frequentemente inventam tecnologias que requerem que a gente descubra como reinvestir as melhorias de produtividade em novos empregos e novos formatos. Isso é algo importante para a sociedade fazer, para o governo fazer. Não acredito que seja nosso trabalho fazer qualquer coisa que não seja tentar ser muito bons no que fazemos”, afirmou.
Questionado sobre os empregos que a companhia ajuda a destruir, o vice-presidente rebateu falando daqueles que a empresa cria pelo mundo. Foram 100 mil posições nos Estados Unidos só no ano passado, segundo o executivo.
A Amazon tem sido criticada pelo presidente norte-americano Donald Trump, que culpa a companhia por acabar com os negócios de pequenos varejistas e estuda, inclusive aumentar a carga tributária em cima da empresa.
Ao que parece, o CEO da Amazon Jeff Bezos já espera um movimento de maior regulação do seu negócio. “Se olhar para grandes empresas de tecnologia, elas se tornaram tão grandes que serão inspecionadas”, disse recentemente.
Ou seja: a gigante do varejo na internet até espera sofrer uma regulação que proteja outros negócios menores – ela só não vai se mexer para isso.