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O momento é de oportunidade, diz CEO da Ser após pagar R$ 4 bi na Laureate

Grupo vê a possibilidade de fazer novas aquisições com foco no Sul e Sudeste do país, mas prioridade é concluir aquisição

Jânyo Diniz: CEO da Ser Educacional vê espaço para novas aquisições (Divulgação/Divulgação)

Jânyo Diniz: CEO da Ser Educacional vê espaço para novas aquisições (Divulgação/Divulgação)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 13 de setembro de 2020 às 23h18.

De origem nordestina, o Grupo Ser Educacional deu mais um passo para se tornar a principal empresa de educação do país, com a compra das operações brasileiras da americana Laureate por 4 bilhões de reais. Com a aquisição, a Ser irá se tornar a quarta companhia de ensino superior do Brasil, com cerca de 452.000 alunos nas modalidades presencial e a distância.

Embora a pandemia represente riscos ao setor, em entrevista à Exame, o CEO da Ser Educacional, Jânyo Diniz, diz que “o momento é de oportunidade e não de reduzir os investimentos”. “A gente precisa ter escala para fazer frente à competição, que pode ser mais feroz se o nível de emprego cair. Ter escala [também] ajuda a crescer no momento em que a economia retomar”, afirma.

Segundo o diretor de Relações com Investidores, Rodrigo Alves, o bom relacionamento da Ser com a Laureate desde a compra da manauara Uninorte, no ano passado, facilitou o negócio. “A Laureate vinha desmobilizando ativos no mundo inteiro. A gente entendeu que o movimento era muito bom para que pudéssemos nos transformar em um player de escala nacional mais rápido.”

A operação envolve o pagamento em caixa de 1,7 bilhão de reais, recebimento de dívida líquida de 623 milhões de reais e a entrega de 44% das ações da nova Ser para a Laureate. Para Diniz, o envolvimento de ações na transação foi uma forma de proteção.

“Isso tem um efeito atemporal. A ação é como uma moeda, se ação sobe faz com que o valor geral da transação suba e se cai, o valor cai. Nesses momentos de pandemia, não fica a dúvida se o valor da transação está influenciado ou não pela pandemia.”

A aquisição da Laureate Brasil, que entre seus ativos estão as universidades FMU e Anhembi Morumbi, amplia a participação da Ser no Sul e Sudeste do país, regiões que se tornaram o foco de crescimento da empresa.

Embora pretenda concentrar os esforços na conclusão do negócio, Diniz vê a possibilidade de novas aquisições para expandir a atuação nessas localidades, mas só “se conseguir tempo para esse tipo de trabalho”. “No momento, estamos anunciando a transação da Laureate, que em termos de faturamento é quase o dobro do da Ser. Essa é a nossa prioridade.”

Além da intenção de aumentar a participação no Sul e Sudeste do país, a Ser pretende ampliar “significativamente” a frente de ensino a distância, que atualmente corresponde a cerca de 18% de sua base total de alunos.

“O período de isolamento trouxe uma nova perspectiva de como estudar. Então, antecipamos o lançamento de produtos puramente digitais”, diz Alves. De acordo com ele, os produtos digitais já utilizado em universidades da Ser também podem ser replicados em marcas da Laureate, como a FMU.

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