O maior erro de Bill Gates - e que custou US$ 400 bi para a Microsoft
Ainda que a gigante tenha perdido mercado ao acreditar que o sucesso do Windows a manteria para sempre, abraçou a inovação nos últimos anos
Karin Salomão
Publicado em 29 de junho de 2019 às 08h00.
Última atualização em 29 de junho de 2019 às 08h00.
Um descuido custou à Microsoft uma perda de mais de 400 bilhões de dólares. Para o fundador Bill Gates , o seu pior erro no comando da gigante de tecnologia foi não ter criado um sistema para smartphones tão forte como o Android.
Segundo ele, o mercado de sistemas para celulares só comporta um outro concorrente para o iOS da Apple. Em muitos setores, há espaço para vários concorrentes e os pequenos detalhes não fazem tão diferença, como um negócio de serviços, diz ele. No entanto, não é o caso das plataformas de softwares, no qual as menores diferenças se tornam motivo de vida ou morte de um novo negócio, afirma.
"Então, você sabe, o maior erro de todos é o erro que eu cometi que fez com que a Microsoft não fosse o que o Android é, [ou seja] o Android é a plataforma de telefone padrão que não é da Apple", afirmou.
O valor do Android, de 400 bilhões de dólares, poderia ser da Microsoft ao invés de pertencer à Google. O bilionário falou em um investimento organizado pelos fundadores da firma de venture capital Village Global, da qual é investidor.
Segundo ele, os outro ativos da Microsoft são bastante fortes e estão entre os líderes em seus mercados, como os sistemas Office e Windows. "Então somos uma companhia líder. Se nós acertássemos aquele sistema, seríamos a companhia líder", Gates lamentou.
Os smartphones com sistema Windows foram lançados em 2010, mas não tiveram o mesmo sucesso que os modelos que rodam outros sistemas operacionais. Segundo o Business Insider, o maior problema era sua loja de aplicativos, que enfrentava dificuldades para reter os aplicativos cadastrados.
Apesar dos percalços e de perder a disputa com a Google pelo sistema preferido em celulare, a Microsoft não ficou para trás. A companhia superou, em abril, a marca de 1 trilhão de dólares em valor de mercado, igualando a marca atingida pela Apple e pela Amazon.
A empresa perdeu o bonde dos smartphones, tanto em termos de sistema quanto na produção dos aparelhos, mas está renascendo. Há cinco anos sob o comando do indiano Satya Nadella, somente o terceiro presidente de uma companhia que está prestes a comemorar 44 anos de existência, a Microsoft vem passando por uma das maiores transformações de sua história. Aposta em computação em nuvem e software por assinatura.
Sob seu guarda-chuva, também estão empresas como a rede social LinkedIn, o jogo Minecraft, uma nova linha de laptops e tablets, o serviço de videochamadas pela internet Skype e o Github, repositório de código.
Ainda que a gigante tenha perdido mercado ao acreditar que o sucesso do Windows a manteria para sempre, abraçou a inovação nos últimos anos - e tem acertado mais que errado.