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Nordex dobra capacidade de fábrica para energia eólica no Piauí

Ação visa atender um enorme contrato recém-anunciado junto à italiana Enel

Nordex: as obras serão iniciadas no começo de 2019. Investimento é de 30 milhões a 35 milhões de reais (Tobias Schwarz/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de julho de 2018 às 08h57.

Última atualização em 23 de julho de 2018 às 08h59.

São Paulo - A fabricante de equipamentos de energia eólica Nordex Acciona decidiu duplicar a capacidade de produção de uma fábrica de torres no Piauí para atender um enorme contrato recém-anunciado junto à italiana Enel e de olho no enorme potencial da região para novos empreendimentos, disse à Reuters o diretor da companhia para o Brasil.

A Nordex anunciou no início deste mês que fechou acordo para fornecer e instalar 191 turbinas eólicas em parques que serão construídos pela Enel no Piauí, em um total de 595 megawatts (MW) em capacidade, o que representa o maior negócio já fechado em um único contrato pela fornecedora.

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"A decisão (de ampliar a fábrica) foi por conta da otimização dos custos e pela aposta que a Nordex tem na região do Piauí, que achamos que é uma área que vai ter bastante atividade no futuro. A ideia é que isso esteja pronto no começo do segundo semestre do ano que vem", disse o chefe da Nordex no Brasil, Daniel Berridi.

O investimento estimado na ampliação, que deve ter as obras iniciadas no começo de 2019, é de entre 30 milhões e 35 milhões de reais.

Além do negócio recente com a Enel, a Nordex está em conversas com investidores que vão participar do próximo leilão para novos projetos de geração a ser realizado pelo governo brasileiro, o chamado A-6, agendado para 31 de agosto.

A expectativa da empresa é que a licitação viabilize um volume de empreendimentos similar ao último leilão A-6, em dezembro passado, que contratou 3,8 gigawatts (GW) em capacidade. Essas usinas devem demandar aportes de cerca de 13,9 bilhões de reais.

Novas máquinas

Os últimos leilões para novos projetos de geração de energia no Brasil têm registrado uma forte disputa de investidores, uma vez que os vencedores fecham contratos de longo prazo para a venda da produção futura dos empreendimentos às distribuidoras de energia locais.

Essa competição fez com que as últimas licitações, em abril deste ano e dezembro passado, registrassem os menores preços já vistos para novos projetos eólicos e solares no país.

Nada indica que essa tendência vá mudar no leilão de agosto, disse Berridi, o que deve inclusive fazer com que empreendedores apostem em novos equipamentos para aumentar a competitividade de seus projetos na concorrência.

De olho nesse mercado, a Nordex já está oferecendo aos desenvolvedores de projetos a venda de uma máquina de 3,4 MW em capacidade, ante até 3,1 MW dos equipamentos negociados até o momento no país, incluindo os vendidos à Enel.

A Nordex também já começou a sondar o interesse de investidores por uma máquina ainda maior, de 4 MW a 4,5 MW, a com tecnologia mais avançada em produção pela companhia no mundo.

"Eu acredito que é uma realidade, o mercado brasileiro vai ter uma mudança no tamanho os equipamentos, que vão sair da faixa de cerca de 2 MW para a faixa dos 3,5 MW a 4 MW por máquina. Isso acho que já nesse leilão vai se materializar... os novos produtos vão ser maioria frente aos antigos", apontou Berridi.

Ele afirmou que a Nordex pretende produzir localmente as máquinas de até 3,4 megawatts, que poderiam ter a compra financiada pelos clientes junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Já a nacionalização dos equipamentos a partir de 4 MW está em avaliação.

"Estamos em conversas com clientes para ver qual a melhor opção... se tem volume... é o produto mais avançado que a gente tem agora na carteira", adicionou.

A Nordex possui atualmente cerca de 1 GW em equipamentos eólicos instalados no Brasil. Esse número deverá quase dobrar para 1,9 GW até 2020 só com os contratos já fechados pela empresa.

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