Nissan vai demitir 12.500 funcionários no mundo em meio a reestruturação
O grupo japonês enfrenta queda das vendas globais e grandes desafios como os altos custos para desenvolver carros elétricos
Juliana Estigarribia
Publicado em 25 de julho de 2019 às 09h07.
Última atualização em 25 de julho de 2019 às 09h43.
A Nissan anunciou nesta quinta-feira, 25, um corte de 12.500 funcionários em seis operações no mundo, em meio a um processo de reestruturação e queda das vendas. No primeiro trimestre do ano fiscal (abril a junho), o lucro líquido do grupo despencou 94,5%, para 6,4 bilhões de ienes (cerca de 52 milhões de euros), segundo balanço divulgado hoje.
As vendas globais da Nissan caíram 6% no primeiro trimestre do ano fiscal, para 1,23 milhão de unidades. Os emplacamentos da montadora recuaram na Europa, Ásia, América Latina, África e Oriente Médio. Na China, houve crescimento. Nos Estados Unidos, um importante mercado para a empresa, as vendas caíram 3,7%, para 365 mil unidades.
A montadora ainda vem tentando equilibrar o recuo das vendas com os altos investimentos necessários para desenvolver carros elétricos, segmento em que é uma das líderes no mundo.
"Para melhorar a taxa de utilização global, a Nissan reduzirá sua capacidade de produção global em 10% até o final do ano fiscal de 2022. Em consonância com as otimizações de produção, a empresa reduzirá o número de funcionários em cerca de 12.500", disse em comunicado, sem informar quais unidades serão afetadas.
Além disso, a montadora informou que reduzirá o tamanho de sua linha de produtos em pelo menos 10% até o fim do ano fiscal de 2022, "a fim de melhorar a competitividade do produto, concentrando o investimento em modelos centrais globais e modelos regionais estratégicos".
O ex-CEO da companhia e um dos mentores do forte avanço do grupo no mundo, o brasileiro Carlos Ghosn, ainda enfrenta investigações por acusação de corrupção, o que vem atrapalhando até a aliança de longa data com a francesa Renault.