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Pressionados por BNDES, credores aprovam 'Plano TAP' para Varig

Presidente da TAP volta a mencionar intenção de obter junto a investidores 500 milhões de dólares para a Varig, segunda etapa do plano de recuperação da companhia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h41.

Guido Mantega, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fernando Pinto, presidente da TAP, e o juiz da 8ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, Luis Roberto Ayhoub, participaram nesta terça-feira (8/11) de cerimônia de assinatura do contrato de financiamento entre o BNDES e a TAP para livrar a Varig da perda imediata de dezenas de aeronaves -- na iminência de ser retomadas por falta de pagamento de contratos de leasing.

Além de dinheiro, o BNDES vem atuando como articulador do salvamento, ainda que no curto prazo, da Varig. Sem um empurrão do banco estatal, a administração da Varig e o comitê de credores da companhia aérea não teriam alcançado um consenso na assembléia de ontem (que começou pouco antes do meio-dia e terminou quase meia-noite). Depois de muita discussão, foi aceita a proposta apresentada pela TAP de compra das subsidiárias VEM e VarigLog por 62 milhões de dólares.

O plano de recuperação, porém, continua preocupando credores, incomodados com seu caráter imediatista. "O resultado é de curto prazo, nem houve menção às parcelas de leasing que começam a vencer no mês que vem", diz uma fonte que acompanha de perto o processo.

Depois de passar horas na sede do BNDES, que entra com 41,3 milhões de dólares para financiar a operação, os credores insatisfeitos cederam aos argumentos de Mantega. O presidente da TAP, por sua vez, insiste em divulgar, sem maiores detalhes, a intenção de obter junto a investidores 500 milhões de dólares para a Varig, no que seria uma segunda etapa do plano de recuperação da companhia.

A Varig tem até amanhã para depositar quatro meses de leasing devido e não pago a empresas americanas, na tentativa desesperada de impedir o arresto de cerca de 40 aviões da frota.

Acionistas

Mas mesmo na sobrevida obtida com a venda da VEM e da VarigLog, o papel da TAP não é tão expressivo quanto se pensava. Os 20,7 milhões de dólares que caberão ao investidor privado na aquisição das subsidiárias serão pagos por uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) criada pela TAP no Brasil para receber o dinheiro do BNDES.

A TAP participa da SPE -- denominada Aero-Luso Brasileira Investimentos S.A. ou simplesmente Aero-LB -- por meio da Reaching Force, uma companhia criada em associação com a GeoCapital, de Macau, na qual a companhia aérea portuguesa tem apenas 15% das ações. A GeoCapital é controlada por Stanley Ho, investidor de 83 anos, dono de 15 dos 17 cassinos de Macau e de uma fortuna pessoal de 3,6 bilhões de dólares.

Além da Reaching Force, a Aero-LB tem como sócios os engenheiros Alberto Camões e Álvaro Gonçalves, por meio do fundo de investimentos Stratus.

Mas Pinto assegura que a TAP deverá entrar com "um valor provavelmente expressivo" dos 500 milhões de dólares para recuperar a Varig em uma segunda etapa.

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