Negócios

Mulheres querem indenização de US$ 100 mi da Bayer por discriminação

Funcionárias antigas e atuais afirmam que empresa não dava a elas as mesmas oportunidades dos homens

Segundo os autores da ação, a Bayer publicou artigos discriminatórios contra mães e mulheres grávidas (Divulgação)

Segundo os autores da ação, a Bayer publicou artigos discriminatórios contra mães e mulheres grávidas (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2011 às 18h11.

São Paulo – A Bayer HealthCare Pharmaceuticals, subsidiária da empresa farmacêutica Bayer, está sendo processada por seis mulheres representantes das funcionárias da companhia nos Estados Unidos por discriminação de gênero. Por meio do escritório de advocacia Sanford, Wittels & Heisler LLP, elas pedem uma indenização de 100 milhões de dólares a todas as empregadas da subsidiária que trabalham em posição de diretora associada ou cargos mais altos.

De acordo com a assessoria de imprensa dos advogados que moveram a ação, a empresa estaria cometendo discriminação ao estipular salários menores para as mulheres, restringir promoções, diminuir as chances de progresso na empresa de grávidas e mães e, ainda, proporcionar um ambiente de trabalho hostil às funcionárias do sexo feminino.

Os autores do processo afirmam que a Bayer publicou artigos que afirmam que os homens são mais adequados do que as mulheres para a posição de gerentes e pregam que elas são mais propensas a alterações de humor, indecisão e a “apunhalar pelas costas”. Além disso, a ação acusa a empresa de dizer que as mulheres são “canhões à solta” e que às vezes se sentem ameaçadas pelos colegas. Por fim, gerentes da Bayer também são acusados de segregar mães e declarar que a companhia deveria parar de contratar mulheres em idade reprodutiva.

Em comunicado à imprensa, Victoria Barghout, uma das seis representantes das mulheres que trabalham ou trabalharam na Bayer, afirmou que a empresa não respeita as mães que lá trabalham e, no lugar disso, compensa suas trabalhadoras grávidas com rebaixamentos, cortes no pagamento e negação de novas oportunidades de emprego. “Minha gravidez deveria ter sido um momento de riso, alegria e felicidade. Mas eu não era capaz de apreciar isso por causa da discriminação da Bayer contra mim, e eu nunca vou ser capaz de obter essa experiência de volta. Nenhuma empresa tem o direito de fazer isso”, disse.

Em resposta às declarações, gerentes da Bayer disseram às autoras da ação que elas deveriam “saber mais” e que a empresa não vai fazer nada sobre o assunto. O departamento de recursos humanos da Bayer também se manifestou afirmando que as reclamações das mulheres quanto à discriminação de gênero se situam em uma “área cinzenta”, que deve ser tratada pelo empregado, não pela companhia. Nos Estados unidos, a Bayer obteve vendas de 10,8 bilhões de dólares e, até o final do ano passado, empregava 16.400 funcionários.

Acompanhe tudo sobre:BayerDireitosEmpresasEmpresas alemãsExecutivosgestao-de-negociosMulheres

Mais de Negócios

Após balanço, fortuna de Jensen Huang, CEO da Nvidia, avança R$ 39,4 bilhões em 1 dia

Esses 4 colegas da faculdade receberam R$ 10 milhões por tecnologia contra dorminhocos no trânsito

Sobra resiliência, falta comunicação: o potencial latino de atrair investimentos é debate na China

Uber vai lançar categoria exclusiva de carros híbridos e elétricos no Brasil

Mais na Exame