EXAME.com (EXAME.com)
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.
O Federal Reserve (o banco central americano) terá uma tarefa "extraordinariamente complicada" no momento em que decidir dar um fim à atual política de estímulos econômicos nos Estados Unidos. Segundo analistas da Merrill Lynch-Bank of America, por enquanto o Fed deve manter a política de juros baixos ainda por bastante tempo, sem dar dica nenhuma de quando deve terminar a fase de crédito farto.
Nesse meio tempo, entretanto, o Fed pode tomar outras medidas. O cronograma estimado pela Merrill Lynch para as ações do Fed seria: 1) diminuir e, finalmente, cessar sua compra de ativos hipotecários ao fim do primeiro trimestre de 2010; 2) começar a drenar o excesso de reservas do sistema bancário no segundo semestre de 2010; 3) cessar a promessa de um longo período de juros baixos no fim de 2010; 4) começar a elevar as taxas dos fundos em 2011; 5) anunciar um programa de venda gradual de ativos em 2012 ou 2013.
Os analistas esperam que o banco central americano volte, ainda que em um prazo longo, a subir as taxas de juros, levadas a níveis próximos de zero durante a crise para estimular a economia. "Acreditamos que o Fed se mova particularmente devagar com relação a elevar as taxas dos fundos", diz o relatório da Merrill Lynch. Esta seria uma forma menos invasiva de conduzir o fim de sua política de flexibilização econômica. O Fed, na visão dos analistas, parece querer esperar até que a economia esteja claramente entrando nos eixos antes passar da estratégia à prática.
A estratégia de retirada dos estímulos foi comparada pela Merrill Lynch a uma faca de dois gumes: movimentos rápidos demais podem causar sérios danos aos mercado, mas uma lentidão excessiva permitiria o aumento da inflação. Para os analistas, entretanto, ações executadas mais lentamente são benéficas, já que darão tempo ao Fed para planejar, testar e pôr em prática sua estratégia.