Mega Pharma contrata Jefferies para emitir dívidas, dizem fontes
Contratação mira alternativas para a companhia, que podem incluir uma emissão de dívida ou uma oferta inicial de ações
Reuters
Publicado em 23 de junho de 2017 às 09h15.
São Paulo - Os donos Mega Pharma contrataram a Jefferies para explorar alternativas para o quarto maior grupo farmacêutico da América Latina, que podem incluir emissão de dívida e uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), disseram duas pessoas a par do assunto.
Segundo essas fontes, a Mega Pharma primeiro emitiria dívida já neste ano. Acessar os mercados globais da dívida aceleraria um plano da família alemã Struengmann para uma futura listagem da empresa em bolsa, disseram as pessoas.
A Mega Pharma, com sede na cidade uruguaia de Canelones, é controlada pelos irmãos gêmeos Andreas e Thomas Struengmann - também fundadores da fabricante de medicamentoss genéricos Hexal, vendida à Novartis há 12 anos.
A ideia dos sócios é que a Mega Pharma, que tem 1 bilhão de dólares em receita anual e 10 fábricas que produzem para toda a América Latina, liste ações nos Estados Unidos ou na Colômbia, Brasil ou Argentina, disseram as pessoas.
O Jefferies, os Struengmanns e a Mega Pharma não comentaram imediatamente. As pessoas falaram sob a condição de anonimato.
A busca por recursos de investidores mostra como o setor farmacêutico poderia ganhar tração numa região onde a demanda por remédios aumentou nos últimos anos. Investidores de biotecnologia em todo o mundo estão gastando mais do que nunca para tentar transformar os negócios em empresas farmacêuticas especializadas.
Em 12 meses até 22 de junho, houve 21 fusões e aquisições farmacêuticas na América Latina, em comparação com apenas cinco no mesmo período há uma década atrás, segundo a Thomson Reuters.
Com base no valor dos recentes negócios farmacêuticos na América Latina, a Mega Pharma pode valer cerca de 2,5 bilhões de dólares, disseram profissionais de private equity à Reuters. O foco da Mega Pharma em medicamentos de marca protegeu-a da concorrência pesada dos genéricos, segmento que viu retornos em declínio nos últimos anos, disseram profissionais de bancos.
Os Struengmann entraram na Mega Pharma quando a Argentina Laboratorios Roemmers agrupou ativos locais com outros no Uruguai, México, República Dominicana, Equador e Venezuela.
O grupo tem fatias nas empresas alemãs de biotecnologia, Glycotope, Ganómetro e BioNTech, e recentemente se uniu a investidores para comprar um produtor de aparelhos de aparelhos auditivos da Siemens.