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McDonald's aumenta salários na China para fugir da imagem de mau patrão

Pressão dos sindicatos e da imprensa chinesa acelerou implantação de melhorias trabalhistas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 12 de outubro de 2010 às 19h21.

Nem só de sorrisos do Ronald McDonald, palhaço símbolo da cadeia americana de lanchonetes, se faz uma boa imagem corporativa. Interessada em desfazer a pecha de "exploradora" da mão-de-obra chinesa, após acusações dos sindicatos locais, a empresa concederá aumentos de salário a cerca de 45 mil funcionários que trabalham em tempo integral ou parcial nas 815 lojas do país asiático.

Segundo o americano The Wall Street Journal, o McDonald';s elevará o pagamento de seus empregados na China, a partir de 1º de setembro, para faixas que vão de 12% a 56% acima do salário mínimo determinado pelo governo.

Na prática, os funcionários de atendimento ao público verão em seus contracheques um reajuste de 30%, em relação aos salários que recebiam até essa data. Após o aumento, os atendentes em Guangzhou, por exemplo, uma das maiores cidades do sul do país, passarão a receber o equivalente a 142 dólares por mês, 21% a mais do que no mês anterior.

Também os empregados em cargos de gerência serão beneficiados pelo pacote de melhorias. Um terço deles ainda se mantinha fora do programa de bônus e benefícios, que premia os chefes de equipe conforme os rendimentos do restaurante e da companhia como um todo, mas passará a receber de acordo com esse sistema.

A preocupação em melhorar o relacionamento com os funcionários foi uma resposta direta ao endurecimento das leis trabalhistas e à pressão dos sindicatos de empregados, respaldado pelo governo chinês.

Em abril deste ano, uma das mais fortes instituições trabalhistas locais, a Federação Chinesa dos Sindicatos, acusou o McDonald';s e sua concorrente direta no ramo de fast food, a também americana Yum Brands (responsável pelas redes Pizza Hut e KFC), de desrespeitar as leis trabalhistas e pagar aos trabalhadores de meio período salários abaixo do mínimo regional de Guangzhou.

As autoridades mais tarde absolveram as empresas, mas a mídia chinesa não perdoou. Marcas americanas que investem milhões para associar seus produtos à imagem de alegria e bem-estar familiar acabaram relacionadas, por causa do incidente, ao rótulo de maus patrões.

Segundo o executivo-chefe do McDonald';s na China, Jeffrey Schwartz, a empresa já planejava aumentar o salário dos empregados, mas ele admite que o caso de Guangzhou agilizou a implantação do pacote de melhorias, de acordo com o WSJ.

Além da pressão governamental e da imprensa, cadeias como o McDonald';s possuem no acelerado crescimento chinês outro bom motivo para corresponder às expectativas dos consumidores e das autoridades do país. A marca tem se expandido a um ritmo de 100 novas lojas por ano e as vendas na China já correspondem a 2% do faturamento global da companhia.

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