Margens melhores ajudaram frigoríficos no quarto tri
A maioria dos analistas previu ainda que o balanço das três principais empresas de proteína animal do país trará um lucro no último trimestre do ano passado
Da Redação
Publicado em 26 de abril de 2012 às 14h45.
São Paulo - A indústria de carne bovina do Brasil deve apresentar melhora das margens no quatro trimestre, pela oferta maior de animais para abate, enquanto o setor de frango sofreu pelos custos maiores com o milho, apontaram analistas consultados pela Reuters.
A maioria dos analistas previu ainda que o balanço das três principais empresas de proteína animal do país trará um lucro no último trimestre do ano passado.
A esperada melhora das margens deve refletir o início de um período com maior disponibilidade de gado para abate e a consequente redução de preços da arroba do boi no mercado interno, apontou o analista Gustavo Lomonaco, da XP Investimentos.
O setor de carne bovina veio até 2010 de pelo menos dois anos em que a oferta restrita de animais puxou os preços da arroba a níveis recordes no mercado interno.
"O ciclo de oferta maior (de gado) terá impacto no resultado do JBS", ressaltou Lomonaco.
O JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, divulga seu resultado do quarto trimestre nesta quarta-feira, após o fechamento do mercado. O balanço da Brasil Foods sairá na quinta-feira, e o Marfrig divulgará seu desempenho do último trimestre em 29 de março.
Em relatório ao mercado, o banco HSBC atribui esta melhora nas margens à produção recorde de novilhos nos anos anteriores e que está chegando ao mercado neste momento.
"Após um longo período de preços de gado em alta e margens fracas, acreditamos em tempos melhores à frente para os produtores de carne bovina brasileiros", destacou o banco.
A analista da Bigma Consultoria, Lygia Pimentel, observa que um dos efeitos deste incremento de oferta é que os frigoríficos conseguem distribuir melhor os gastos, diluindo assim os custos fixos, o que deve ser vistos nos resultados.
"É uma otimização das unidades... se ele compra mais (animais), produz com um custo menor. O mercado reconhece isso", disse a analista.
Lygia acrescenta que o resultado esperado para quarto trimestre deve se prolongar ao longo deste ano, uma vez que o cenário é particularmente favorável para os frigoríficos, diante da previsão de menor disponibilidade na oferta global, especialmente nos EUA, grande exportador como o Brasil.
A Votorantim trabalha com um incremento na receita do JBS, puxado por melhor desempenho da norte-americana Pilgrim's Pride, a subsidiária do frigorífico nos EUA, além da captura de ganhos depois da adoção de medidas para melhorar a eficiência das operações brasileiras.
O processo de desalavancagem conduzido pelo JBS, com emissão de bonds, e a decisão de abrir o capital de sua subsidiária para leite, a Vigor, também são vistos pelos analistas como fatores positivos para a companhia, mas só devem ter impacto nos resultados futuros.
No caso da Marfrig, as mudanças na estrutura organizacional para otimizar operações também são consideradas positivas para a companhia, pela questão da governança, ressaltou Lomonaco, analista da XP Investimento.
Custo pressiona BRF - Já a Brasil Foods, maior indústria processadora de frangos e suínos do Brasil, não partilha do cenário mais otimista visto para o setor de carne bovina, por conta dos custos maiores com milho, principal insumo da empresa.
A alta dos preços do milho pressiona o custo de produção e deverá ter impacto nas margens da BRF, ponderou Lomonaco da XP Investimentos.
Outro fator que pode pesar sobre o resultado, na avaliação de Lomonaco, são as vendas mais fracas que o esperado no quarto trimestre, tradicionalmente o mais forte, por conta do calendário das festas de fim de ano.
"Como os feriados caíram no final de semana, acabaram atrapalhando o setor", avaliou.
O banco HSBC espera resultados abaixo das expectativas de mercado para a companhia, principalmente por conta do desempenho mais fraco das exportações e o efeito do câmbio.
São Paulo - A indústria de carne bovina do Brasil deve apresentar melhora das margens no quatro trimestre, pela oferta maior de animais para abate, enquanto o setor de frango sofreu pelos custos maiores com o milho, apontaram analistas consultados pela Reuters.
A maioria dos analistas previu ainda que o balanço das três principais empresas de proteína animal do país trará um lucro no último trimestre do ano passado.
A esperada melhora das margens deve refletir o início de um período com maior disponibilidade de gado para abate e a consequente redução de preços da arroba do boi no mercado interno, apontou o analista Gustavo Lomonaco, da XP Investimentos.
O setor de carne bovina veio até 2010 de pelo menos dois anos em que a oferta restrita de animais puxou os preços da arroba a níveis recordes no mercado interno.
"O ciclo de oferta maior (de gado) terá impacto no resultado do JBS", ressaltou Lomonaco.
O JBS, maior produtor de carne bovina do mundo, divulga seu resultado do quarto trimestre nesta quarta-feira, após o fechamento do mercado. O balanço da Brasil Foods sairá na quinta-feira, e o Marfrig divulgará seu desempenho do último trimestre em 29 de março.
Em relatório ao mercado, o banco HSBC atribui esta melhora nas margens à produção recorde de novilhos nos anos anteriores e que está chegando ao mercado neste momento.
"Após um longo período de preços de gado em alta e margens fracas, acreditamos em tempos melhores à frente para os produtores de carne bovina brasileiros", destacou o banco.
A analista da Bigma Consultoria, Lygia Pimentel, observa que um dos efeitos deste incremento de oferta é que os frigoríficos conseguem distribuir melhor os gastos, diluindo assim os custos fixos, o que deve ser vistos nos resultados.
"É uma otimização das unidades... se ele compra mais (animais), produz com um custo menor. O mercado reconhece isso", disse a analista.
Lygia acrescenta que o resultado esperado para quarto trimestre deve se prolongar ao longo deste ano, uma vez que o cenário é particularmente favorável para os frigoríficos, diante da previsão de menor disponibilidade na oferta global, especialmente nos EUA, grande exportador como o Brasil.
A Votorantim trabalha com um incremento na receita do JBS, puxado por melhor desempenho da norte-americana Pilgrim's Pride, a subsidiária do frigorífico nos EUA, além da captura de ganhos depois da adoção de medidas para melhorar a eficiência das operações brasileiras.
O processo de desalavancagem conduzido pelo JBS, com emissão de bonds, e a decisão de abrir o capital de sua subsidiária para leite, a Vigor, também são vistos pelos analistas como fatores positivos para a companhia, mas só devem ter impacto nos resultados futuros.
No caso da Marfrig, as mudanças na estrutura organizacional para otimizar operações também são consideradas positivas para a companhia, pela questão da governança, ressaltou Lomonaco, analista da XP Investimento.
Custo pressiona BRF - Já a Brasil Foods, maior indústria processadora de frangos e suínos do Brasil, não partilha do cenário mais otimista visto para o setor de carne bovina, por conta dos custos maiores com milho, principal insumo da empresa.
A alta dos preços do milho pressiona o custo de produção e deverá ter impacto nas margens da BRF, ponderou Lomonaco da XP Investimentos.
Outro fator que pode pesar sobre o resultado, na avaliação de Lomonaco, são as vendas mais fracas que o esperado no quarto trimestre, tradicionalmente o mais forte, por conta do calendário das festas de fim de ano.
"Como os feriados caíram no final de semana, acabaram atrapalhando o setor", avaliou.
O banco HSBC espera resultados abaixo das expectativas de mercado para a companhia, principalmente por conta do desempenho mais fraco das exportações e o efeito do câmbio.