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Magazine Luiza terá menos recursos que o previsto para aquisições

Com IPO saindo pelo piso das estimativas, rede terá cerca de R$ 278 milhões para aquisições e novas lojas

Luiza Helena Trajano: desafio de fazer o dinheiro render em aquisições (Germano Lüders)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de abril de 2011 às 20h52.

São Paulo - O Magazine Luiza não contará com todos os recursos que esperava para aquisições. Com a fixação do preço de venda das ações em 16 reais por papel ( o piso da estimativa ), o IPO da empresa vai levantar 925,785 milhões de reais. Do total, 30% devem ir para aquisições e abertura de novas lojas, o que equivale a cerca de 278 milhões de reais.

O Magazine Luzia avaliava que poderia captar até 1,4 bilhão de reais em sua abertura de capital, caso todos os papéis fossem vendidos por 21 reais o papel – o teto da faixa estipulada. Com isso, o Luiza destinaria até 420 milhões de reais para a compra de concorrentes e a expansão da rede – 51% mais do que terá, de fato.

Desde que iniciou seu processo de abertura de capital, o Magazine Luiza despertou dúvidas em parte dos especialistas de varejo sobre a capacidade que terá de usar adequadamente os recursos. Isto porque, com a consolidação do setor de varejo, sobraram poucas redes interessantes para aquisição. E, como são poucas, estão cada vez mais caras.

Comparação

Em meados do ano passado, por exemplo, o Magazine Luiza comprou a rede paraibana Lojas Maia por cerca de 300 milhões de reais. Como a rede possui 150 lojas, o negócio correspondeu a 2 milhões de reais por loja.

Se o mesmo valor médio por loja for aplicado ao montante que o Magazine Luiza vai reservar para aquisições, a empresa poderia comprar uma rede de aproximadamente 140 lojas. Isto, se todos os 278 milhões de reais forem usados apenas para aquisições, e nenhuma fatia for destinada para a expansão orgânica.

No início de abril, o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo do Consumo (Ibevar) fez um levantamento de possíveis candidatos a aquisição pelo Magazine Luiza, a pedido de EXAME.com.

Pelo levantamento, mesmo redes de porte médio, como a Lojas Cem – sempre citada como um potencial alvo do Luiza – vão demandar muita negociação para uma eventual compra. Com 181 lojas, a Lojas Cem seria avaliada por aproximadamente 360 milhões de reais. Já a Lojas Colombo, com 346 pontos de venda, custaria quase o dobro.


Lojas próprias

A abertura de novas lojas também vai desafiar a empresa. Em seu prospecto preliminar, o Magazine Luiza reconheceu que há cerca de 240 cidades brasileiras que já comportariam, pelo menos, uma loja.

Os especialistas avaliam que cada unidade do Luiza demande um investimento de 1,5 milhão, entre obras, pessoal e treinamento. Isso significa que atingir todas as cidades mapeadas custaria ao Luiza 360 milhões de reais – mais do que o reservado no IPO.

A empresa também informou que pretende destinar 30% dos recursos para capital de giro – o equivalente a outros 278 milhões de reais. Os outros 40% de recursos seriam divididos em duas parte iguais, sendo uma destinada a reforma de lojas existentes, e a outra, para investimentos em tecnologia e logística.

Se os especialistas já estavam cautelosos sobre a capacidade de o Magazine Luiza apresentar uma expansão relevante com um IPO de mais de 1 bilhão de reais, a captação de recursos inferiores ao previsto tornou o desafio da empresa ainda maior.

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São Paulo - O Magazine Luiza não contará com todos os recursos que esperava para aquisições. Com a fixação do preço de venda das ações em 16 reais por papel ( o piso da estimativa ), o IPO da empresa vai levantar 925,785 milhões de reais. Do total, 30% devem ir para aquisições e abertura de novas lojas, o que equivale a cerca de 278 milhões de reais.

O Magazine Luzia avaliava que poderia captar até 1,4 bilhão de reais em sua abertura de capital, caso todos os papéis fossem vendidos por 21 reais o papel – o teto da faixa estipulada. Com isso, o Luiza destinaria até 420 milhões de reais para a compra de concorrentes e a expansão da rede – 51% mais do que terá, de fato.

Desde que iniciou seu processo de abertura de capital, o Magazine Luiza despertou dúvidas em parte dos especialistas de varejo sobre a capacidade que terá de usar adequadamente os recursos. Isto porque, com a consolidação do setor de varejo, sobraram poucas redes interessantes para aquisição. E, como são poucas, estão cada vez mais caras.

Comparação

Em meados do ano passado, por exemplo, o Magazine Luiza comprou a rede paraibana Lojas Maia por cerca de 300 milhões de reais. Como a rede possui 150 lojas, o negócio correspondeu a 2 milhões de reais por loja.

Se o mesmo valor médio por loja for aplicado ao montante que o Magazine Luiza vai reservar para aquisições, a empresa poderia comprar uma rede de aproximadamente 140 lojas. Isto, se todos os 278 milhões de reais forem usados apenas para aquisições, e nenhuma fatia for destinada para a expansão orgânica.

No início de abril, o Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo do Consumo (Ibevar) fez um levantamento de possíveis candidatos a aquisição pelo Magazine Luiza, a pedido de EXAME.com.

Pelo levantamento, mesmo redes de porte médio, como a Lojas Cem – sempre citada como um potencial alvo do Luiza – vão demandar muita negociação para uma eventual compra. Com 181 lojas, a Lojas Cem seria avaliada por aproximadamente 360 milhões de reais. Já a Lojas Colombo, com 346 pontos de venda, custaria quase o dobro.


Lojas próprias

A abertura de novas lojas também vai desafiar a empresa. Em seu prospecto preliminar, o Magazine Luiza reconheceu que há cerca de 240 cidades brasileiras que já comportariam, pelo menos, uma loja.

Os especialistas avaliam que cada unidade do Luiza demande um investimento de 1,5 milhão, entre obras, pessoal e treinamento. Isso significa que atingir todas as cidades mapeadas custaria ao Luiza 360 milhões de reais – mais do que o reservado no IPO.

A empresa também informou que pretende destinar 30% dos recursos para capital de giro – o equivalente a outros 278 milhões de reais. Os outros 40% de recursos seriam divididos em duas parte iguais, sendo uma destinada a reforma de lojas existentes, e a outra, para investimentos em tecnologia e logística.

Se os especialistas já estavam cautelosos sobre a capacidade de o Magazine Luiza apresentar uma expansão relevante com um IPO de mais de 1 bilhão de reais, a captação de recursos inferiores ao previsto tornou o desafio da empresa ainda maior.

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