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Lenta retomada também afeta empresas campeãs de MELHORES e MAIORES

Líderes de empresas vencedoras de MELHORES e MAIORES de EXAME se reuniram nesta quarta-feira para apontar caminhos para atravessar uma economia em transição

Encontro EXAME CEO: André Lahóz Mendonça de Barros, diretor editorial de EXAME; Guilherme de Mello, presidente da MRS; Sergio Pancini de Sá, presidente da Mahle Metal Leve; e Ogari de Castro Pacheco, presidente do conselho diretor do laboratório Cristália (Flávio Santana / Biofoto/Exame)
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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2018 às 20h31.

Última atualização em 15 de agosto de 2018 às 20h34.

A retomada da atividade econômica ainda não aconteceu nem mesmo para empresas campeãs. EXAME promoveu nesta quarta-feira, 15 de agosto, em São Paulo o evento ENCONTRO EXAME CEO, no qual empresas que se destacaram no anuário MELHORES E MAIORES 2018 contaram suas experiências para atravessar uma economia em transição.

“No ano passado, fomos afetados pela redução do transporte de produtos siderúrgicos, mas compensamos com um aumento de carga do agronegócio”, disse Guilherme Mello, presidente da empresa ferroviária MRS, vencedora da categoria Transportes.

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Em 2018, a demanda por transporte de produtos agrícolas continua forte na MRS, em razão do bom desempenho das safras de soja, milho e açúcar. “Mas a carga de alto valor agregado ainda não voltou, pois reflete a lenta retomada”, disse Mello.

No caso da Mahle Metal Leve, o ano de 2018 começou bem para a fabricante de autopeças, vencedora da categoria autoindústria. A greve dos caminhoneiros, porém, reduziu as vendas de carros e trouxe incerteza para todo o mercado automotivo. Além disso, o setor no Brasil vem sofrendo a rápida deterioração econômica da Argentina, que em junho fechou um resgaste de 50 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional.

“A Argentina é o maior mercado de exportação para o setor de autopeças brasileiro. Por isso, prevemos que haverá um crescimento menor da produção local da Mahle em 2018”, disse Sergio Pancini de Sá, presidente da companhia.

Até quem não tem do que reclamar, teme as repercussões de uma retomada que demora a engrenar. “Historicamente, a indústria farmacêutica é uma das últimas a sentir os efeitos da crise. Isso cria uma falsa sensação de segurança. Mas quando os problemas aparecem, é um dos setores que mais sofrem para se recuperar”, disse Ogari de Castro Pacheco, presidente do conselho diretor do laboratório Cristália, vencedor da categoria farmacêutica. “A economia brasileira precisa voltar a crescer de forma consistente.”

Encontro EXAME CEO 2018: Steleo Tolda, COO do Mercado Livre, e André Lahóz Mendonça de Barros, diretor editorial de EXAME (Flávio Santana / Biofoto/Exame)

A maior preocupação dos executivos no momento, porém, é a eleição presidencial. “Os empresários puxam o freio de mão diante da incerteza no cenário político”, disse Mello, da MRS.

“Esperamos que o novo governo enfrente as questões fundamentais que oneram a iniciativa privada”, disse Sá, da Mahle Metal Leve. Para ele, um dos grandes impactos para o setor automotivo foi o corte da alíquota do Reintegra, programa que desonera exportadores, que passou a 0,1%, ante 2%, em junho.

Como as incertezas são grandes em relação ao cenário eleitoral, as expectativas também são baixas. “Se quem chegar lá não atrapalhar, já é um bom começo”, disse Stelleo Tolda, fundador e diretor de operações do Mercado Livre, um dos palestrantes do evento.

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