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Laboratórios suspendem vendas do Tylenol e do Dimetapp infantis nos EUA

Sob pressão de um relatório do governo que associa o excesso desses remédios a mortes em crianças, empresas voluntariamente retirarão os produtos das prateleiras

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

Alguns dos mais conhecidos remédios de compra sem receita, como o Tylenol e o Dimetapp, deixarão de ser vendidos nos Estados Unidos, nas suas versões infantis, informa o periódico nova-iorquino Wall Street Journal. O anúncio partiu nesta quinta-feira (11/10) do Consumer Healthcare Products Association, entidade que representa no país os fabricantes desse tipo de medicamento.

A decisão de suspender as vendas foi voluntária, mas responde a pressões crescentes por parte de entidades médicas e de agências do governo americano.

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Há duas semanas, o Food and Drug Administration (FDA), regulador do mercado de medicamentos nos EUA, divulgou relatórios nos quais alertava para a possibilidade de remédios para bebês estarem relacionados a efeitos colaterais sérios e mesmo a mortes entre crianças menores de seis anos. O FDA teria recebido, nos últimos 40 anos, 54 casos de falecimento ligados ao uso de descongestionantes que continham as substâncias efedrina, pseudoefedrina e fenilefrina. Também foram relatados outras 69 mortes ligadas a anti-histamínicos compostos por difenidramina, bronfeniramina e clorofeniramina.

A maioria dos pacientes afetados tinha idade inferior a dois anos e pode ter sido vítima de uma overdose involuntária, uma vez que os pais podem ter dado a seus filhos mais de um medicamento com a mesma substância.

Nas pesquisas, o FDA também aponta que não conseguiu comprovar a eficácia desses remédios, ou seja, eles podem simplesmente não fazer efeito algum na diminuição da tosse ou do resfriado. No entanto, o órgão não obrigou a retirada dos produtos de circulação porque os estudos não foram conclusivos.

Segundo a associação dos fabricantes, esses produtos sempre foram seguros, se consumidos de maneira adequada. A retirada voluntária, segundo a porta-voz da instituição, foi "uma medida de extrema precaução, uma vez que a grande maioria dos pais usa tranqüilamente esses remédios para aliviar os sintomas das doenças de seus filhos", mas que, como acontece com todos os remédios, é importante ler e seguir exatamente o que indicam as bulas. O mesmo grupo já havia concordado recentemente em incluir nas embalagens dos remédios um aviso para evitar o uso em crianças de até dois anos, após uma associação de pediatras pedir ao FDA que apertasse o cerco nesse sentido.

Entre as empresas que aderiram à suspensão voluntária das vendas estão a Johnson & Johnson';s, fabricante do Tylenol infantil, a Wyeth, dona da marca Dimetapp, e a Novartis, responsável pelo AG, menos conhecido no Brasil.

Medida não afeta o Brasil

Embora algumas das marcas de medicamentos retirados dos pontos de venda nos EUA sejam comercializadas no Brasil, a decisão não interfere na venda dos produtos nesse último país.

No caso do Tylenol, a empresa responsável pela marca no mercado nacional, a Janssen-Cilag, esclarece que as formulações banidas nos Estados Unidos não são vendidas aqui. A empresa afirma, ainda, que a fórmula dos remédios distribuídos no Brasil segue autorizada mesmo no exterior e não apresenta riscos, se o produto for consumido conforme indicação.

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