Kinder Morgan unirá unidades em uma com acordo de US$70 bi
Acordo responde a preocupações de investidores sobre perspectivas de crescimento e sua complicada estrutura financeira
Da Redação
Publicado em 11 de agosto de 2014 às 11h20.
São Paulo - A companhia norte-americana de energia Kinder Morgan disse no domingo que colocará todas as suas unidades negociadas publicamente sob um só guarda-chuva, em um acordo de 70 bilhões de dólares que responde a preocupações de investidores sobre suas perspectivas de crescimento e sua complicada estrutura financeira.
A companhia de oleodutos e gasodutos disse que dividirá sua estrutura legal que garante vantagens fiscais e foi popularizada durante o boom do xisto nos Estados Unidos, a Master Limited Partnership (MLP), e abrigar suas unidades em uma só companhia com valor de mercado de 92 bilhões de dólares, organizada como uma corporação "C" na legislação fiscal norte-americana.
As unidades afetadas incluem a Kinder Morgan Energy Partners, a Kinder Morgan Management, e a El Paso Pipeline Partners. O acordo consiste em 40 bilhões de dólares em ações da Kinder Morgan, 4 bilhões em dinheiro e 27 bilhões de dólares em dívida assumida.
O presidente do Conselho e presidente-executivo Rich Kinder tem estado sob pressão de investidores e, no mês passado, durante a teleconferência de resultados do segundo trimestre da Kinder Morgan, disse que a combinação de companhias Kinder estava sendo avaliada.
Uma fonte familiarizada com o assunto disse que a avaliação geral da Kinder Morgan sofreu porque ela era negociada como quatro entidades e o mercado se esforçava para entender seu funcionamento.
A estrutura MLP também requeria que as unidades entregassem cerca de 40 por cento de seu dinheiro para sócios gerais, o que afetava a capacidade da Kinder Morgan de fazer aquisições, que agora serão mais fáceis de concluir, disse a fonte.
Em certo momento, as pessoas envolvidas na transação consideraram colocar todas as unidades sub a uma única MLP, disse a fonte.
Mas as MLPs, que não pagam impostos se distribuírem grande parte de seus lucros a investidores, passaram a ser maior alvo de escrutínio.
O Serviço Internacional de Receitas interrompeu neste ano aprovações de novas MLPs que saem do modelo tradicional de dutos, alguns investidores afirmaram que os baixos padrões de governança corporativa das MLPs expõe investidores minoritários a riscos adicionais e outros alertaram que seu apelo entre investidores famintos por rendimentos pode diminuir se as taxas de juros norte-americanas subirem.