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Justiça adia leilão da Varig para quinta-feira, dia 8

Empresas interessadas pediram mais tempo para analisar as condições do leilão. OceanAir estaria negociando com Anac a portas fechadas

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h39.

A pedido das empresas interessadas, a Justiça do Rio decidiu adiar o leilão da Varig para a próxima quinta-feira, dia 8. A intenção é dar mais tempo para que os possíveis compradores possam avaliar melhor as condições do negócio. O leilão estava marcado para segunda-feira, dia 5, uma semana após a publicação do edital.

Os preparativos para o leilão da Varig seguem no mesmo estilo que marcou a trajetória da empresa nos últimos 15 anos: informações truncadas, desorganização e muito lobby do governo. A publicação do edital a apenas sete dias de um leilão dessa importância contraria, inclusive, a legislação brasileira, que exige um prazo mínimo de 15 dias. Os investidores perceberam que seria inviável a análise do emaranhado financeiro da Varig em tão pouco tempo e recorreram à Justiça.

Onze empresas retiraram a documentação do edital; dessas, seis acessaram o data-room e tudo indica que apenas uma continuará no páreo, a OceanAir. Um especialista  no mercado aéreo envolvido no processo afirma que Gol e Tam chegaram a contratar juristas especializados para analisar toda a papelada. A recomendação? Não participar do leilão. O medo de herdar o passivo trabalhista da Varig teria afastado as duas interessadas.

Tanto o texto do edital como o juiz Luiz Roberto Ayoub, responsável pelo caso na Justiça, garantem que o comprador não herdará o passivo. Mas em se tratando de Varig, ninguém quer arriscar. A exceção fica por conta do empresário German Efromovich, dono da Ocean Air, cotado como possível comprador da Varig. No entanto, mesmo o empresário, conhecido por seu perfil agressivo no mundo dos negócios, quer garantias. Segundo EXAME apurou,  Efromovich teria se reunido duas vezes nesta semana com representantes da Associação Nacional de Aviação Civil (Anac), a portas fechadas, para pedir uma carta oficial que lhe garanta blindagem contra os passivos da Varig.

O resultado do imbróglio será conhecido na quinta-feira. Caso a OceanAir ou outro concorrente venha a conseguir garantiasos adversários  podem questionar o tratamento preferencial. Neste caso, a definição caberá ao juiz Ayoub.

No mercado, comenta-se que a falência da Varig estava marcada para o mês de abril, mas o excesso de feriados naquele mês acabou causando o adiamento da decisão. Com a Copa do Mundo, mais uma vez a falência foi postergada. Agora, comenta-se que o objetivo é salvar a empresa pelo menos até as eleições, já que, para o governo, a derrocada de uma companhia que já foi símbolo nacional poderá prejudicar sua imagem.

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