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Juros para Vale financiar a compra da Xstrata devem ficar até 2% acima da média

Diferença vai variar de acordo com o prazo para pagamento do empréstimo, fundamental para que a brasileira consiga fechar o negócio

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A mineradora brasileira Vale pode ser obrigada a pagar juros até 2% maiores do que as taxas médias do mercado, para conseguir o financiamento necessário à compra da rival suíça Xstrata, segundo a agência de notícias americana Dow Jones Newswire.

De acordo com a agência, o prêmio mínimo a ser pago aos fornecedores de crédito seria de 0,75% acima das taxas padrão, mas tende variar entre esse valor e o teto de 2%, conforme o prazo de pagamento do empréstimo - quanto mais longo, mais elevada seria a taxa. As apostas mais fortes são de que o prazo seja fixado em dois anos, a contar da emissão do dinheiro.

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A possível oferta de compra da Xstrata pela Vale vem sendo discutida há cerca de duas semanas e envolveria o pagamento de até 90 bilhões de dólares, no maior negócio já realizado por uma empresa brasileira. Dessa quantia, 50 bilhões viriam de um consórcio formado por oito bancos, que já teriam se comprometido com a operação. Entre eles estariam o espanhol Santander, o francês BNP Paribas e o britânico Royal Bank of Scotland. O valor restante seria pago por meio de ações da própria Vale.

No entanto, apesar de a mineradora brasileira já contar com acesso ao empréstimo, analistas do próprio mercado financeiro têm avaliado a aquisição como perigosa, tanto para os acionistas da Vale quanto para os bancos participantes do consórcio financiador. O motivo do temor é o valor elevado do negócio, para muitos, exagerado pela fase de alta mundial nas commodities e pelo momento de consolidação no setor, que empurraria o valor das empresas para cima.

Também contribuiriam para dificultar a liberação de recursos o momento de crise do mercado financeiro internacional, abalado pela crise das hipotecas nos EUA, e a existência de outro possível movimento de aquisição entre duas das maiores empresa de mineração do mundo, as anglo-australianas BHP Billinton e a Rio Tinto. Desde novembro, esta segunda companhia vem recusando ofertas da primeira, por considerar baixa a proposta de 90 bilhões de dólares. O pedido, porém, foi renovado nesta quarta-feira (06/02), com a elevação da oferta a 147 bilhões de dólares. A medida aumenta as chances de um entendimento entre as companhias e torna mais improvável que as instituições financeiras se disponham a oferecer capital também para a compra da Xstrata.

Nesta terça-feira (05/02), a preocupação com a viabilidade do empréstimo provocou a primeira baixa no grupo de bancos responsáveis pelo empréstimo. Obanco de investimentos Merrill Lynch foi destituído da função de assessor da operação pela Vale, após se recusar a fornecer parte dos recursos.

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