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Jim O'Neill pode ganhar cartão vermelho do Goldman devido à paixão pelo futebol

Banco do qual é economista-chefe não gostou da sua participação no grupo que quer comprar o Manchester United

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h38.

São Paulo - O economista-chefe do banco de investimentos americano Goldman Sachs, Jim O'Neill, está em uma situação difícil. O motivo, contudo, não é uma complicada questão econômica. Segundo o jornal britânico The Guardian, a instituição considera pressionar o badalado economista a escolher entre seu cargo e sua paixão pelo time de futebol Mancheter United. O'Neill participa do grupo de investidores e executivos britânicos Red Knights. Os tais "cavaleiros vermelhos" desejam comprar o controle do time de futebol inglês Manchester United de seu atual dono, a família Glazer.

Conhecido dentre outras razões por ser o criador do termo "Bric" (usado para descrever o grupo dos principais países emergentes, formado por Brasil, Rússia, Índia e China), O'Neill é hoje um dos economistas mais respeitados do mundo. De acordo com o The Guardian, ele pode responder à ameaça do banco renunciando a seu cargo.

Não é difícil explicar a marcação cerrada do Goldman Sachs sobre seu célebre economista. Os Glazer, que insistem que o clube não está à venda, são clientes do banco e ameaçaram retirar suas aplicações caso os Red Knights não retrocedam.

Comenta-se que figuras importantes no Goldman consideram que O'Neill ultrapassou o limite, pois tem um papel de liderança no grupo interessado na compra do time. Para a direção do banco, seu envolvimento na questão pode constranger a instituição, que em janeiro de 2010 ajudou o Manchester United a levantar 500 milhões de libras por meio de títulos.

O economista-chefe insistiu que se envolveu com o grupo por interesse pessoal. Mesmo assim, a direção do banco tem se irritado com as proporções que o negócio de O'Neill vem tomando nos últimos dias. A alegação é que ele não tem sido transparente em reportar a seus superiores suas intenções relacionadas ao time de futebol.

As tensões começaram quando O'Neill, torcedor fanático do Manchester United e diretor não-executivo do clube antes da aquisição pela família Glazer, disse à agência Bloomberg, à época da emissão dos títulos, que havia "muita alavancagem" nas finanças do time. "Não é uma boa coisa", disse o economista.

Os Glazer não são facilmente persuadidos. Um porta-voz da família disse que o Manchester United é o mais valioso ativo no mundo esportivo, e o grupo não venderia a menos que estivesse considerando uma retirada de investimentos nos esportes como um todo. A família Glazer é dona do time de futebol americano Tampa Bay Buccaneers.

Outros membros do Red Knights tentam oferecer 1 bilhão de libras a mais pelo clube, mas enfrentam a oposição de David Gill, o CEO do Manchester United. O executivo duvida da capacidade do grupo liderado por O'Neill de fazer uma oferta consistente. Em meio a tanto burburinho, o economista precisará de um jogo de cintura digno de jogador brasileiro para conciliar o futebol e o emprego.
 

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