Itaú derruba Citi e Rothschild do topo de rankings de bancos
O Itaú BBA, o braço de atacado do maior banco da América Latina por valor de mercado, tirou o Rothschild da liderança em fusões e aquisições com 27 transações que totalizaram US$ 35,4 bilhões
Da Redação
Publicado em 3 de janeiro de 2012 às 17h59.
São Paulo - O Banco Itaú BBA SA assumiu a primeira posição entre os bancos de investimento nos rankings de fusões e aquisições e emissões de ações, derrubando estrangeiros como Citigroup Inc., Rothschild e Credit Suisse Group AG.
O Itaú BBA, o braço de atacado do maior banco da América Latina por valor de mercado, tirou o Rothschild da liderança em fusões e aquisições com 27 transações que totalizaram US$ 35,4 bilhões, de acordo com os dados da Bloomberg deste ano até hoje. O Itaú BBA também substituiu o Citigroup como o primeiro em lançamento de ações e assumiu o lugar do Credit Suisse em ofertas públicas iniciais de ações, ou IPOs.
Os bancos estrangeiros estão enfrentando mais concorrência de instituições locais à medida que tentam manter sua participação no mercado brasileiro, onde uma nova classe média está estimulando o crescimento da economia. Bancos brasileiros como Itaú BBA e Banco BTG Pactual SA ampliaram suas capacidades de financiar transações e contrataram executivos para passar a oferecer a seus clientes serviços antes só oferecidos por instituições financeiras globais.
“Nossa posição no mercado é o resultado de um longo e consistente investimento que viemos fazendo ao longo dos últimos anos”, disse Jean-Marc Etlin, que comanda a área de banco de investimento do Itaú BBA. “Nossa estratégia era essencialmente centrada em levar o Brasil e agora também a América Latina para os investidores globais, construindo, ao longo dos anos, uma plataforma de distribuição de padrão de qualidade global.”
Magazine Luiza
Pela primeira vez neste ano, bancos brasileiros, como o Itaú BBA, lideraram uma emissão pública inicial de ações para uma empresa brasileira, a rede de lojas Magazine Luiza SA, sem a ajuda de um banco internacional, disse Etlin.
“Nossa receita vai crescer neste ano apesar do encolhimento no total das comissões pagas aos bancos de investimento no mercado brasileiro”, disse ele.
A equipe de fusões e aquisições do Itaú BBA também participou da maior transação do ano, a fusão de duas unidades da Telemar Participações SA por meio de uma troca de ações. A transação teve um valor total anunciado de US$ 17,3 bilhões, segundo dados da Bloomberg.
O BTG Pactual é o segundo maior no ranking de emissões de ações no Brasil até hoje, subindo com relação à sétima posição em 2010. O banco passou da quarta para a segunda posição em fusões e aquisições, e pulou da 19ª pra a 11ª posição na emissão de bônus externos. O total de funcionários do banco de investimento do BTG Pactual cresceu de 52 para 63 pessoas, de acordo com Guilherme Paes, o sócio do BTG Pactual responsável pela área.
“No ano passado, nós tivemos transações muito grandes, mas que pagavam comissões muito pequenas aos bancos”, disse Paes, acrescentando que a área de banco de investimento do BTG vai dobrar sua receita com comissões na comparação com 2010.
Tendência das receitas
O total de receitas dos bancos de investimento no Brasil caiu neste ano, para US$ 782,7 milhões até o final de novembro, na comparação com US$ 1,16 bilhão no ano passado, de acordo com a Dealogic, que leva em consideração títulos de dívida, ações, empréstimos sindicalizados e consultoria em fusões e aquisições.
O volume de fusões e aquisições anunciadas envolvendo companias brasileiras foi reduzido para US$ 91,7 bilhões neste ano com relação aos US$ 161 bilhões do ano passado, de acordo com os dados da Bloomberg. As ofertas públicas de ações caíram 72 por cento em meio à crise na Europa, para US$ 12,1 bilhões, em comparação com US$ 42,5 bilhões do ano passado.
O Itaú BBA teve mais receitas de banco de investimento neste ano do que o Credit Suisse pela primeira vez desde que o boom nessa indústria começou no Brasil em 2007, de acordo com a Dealogic. O banco brasileiro foi o primeiro em distribuição de produtos de renda fixa no mercado interno, de acordo com a Anbima, a associação local dos bancos de investimento e de mercado de capitais.
‘Muito ativo’
Na emissão de títulos de renda fixa no mercado internacional, o Itaú BBA é o quarto colocado, segundo os dados da Bloomberg.
“Os players financeiros estão mantendo o mercado de fusões e aquisições muito ativo”, disse Paes.
O BTG Pactual foi contratado pela STP - Servicos & Tecnologia de Pagamentos SA, uma empresa de pedágios eletrônicos, para a venda de uma participação de controle, disseram no mês passado duas pessoas familiarizadas com as negociações.
“Inúmeros bancos internacionais investiram no Brasil nos últimos anos, mas os nossos mais importantes competidores são os suspeitos de sempre”, disse José Olympio Pereira, co- responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse.
O Credit Suisse é o quarto neste ano em emissões públicas de ações, com 14 por cento do mercado. No ano passado, o banco estava na oitava posição, com 7 por cento. O banco caiu para a segunda posição neste ano em IPOs, com 18 por cento do mercado. Em fusões e aquisições, a instituição ocupa o terceiro lugar neste ano, de acordo com os dados da Bloomberg.
Camil Alimentos
“O mercado de IPO pode demorar um pouco mais para abrir de novo, pois a crise na Europa continua nebulosa e mal resolvida”, disse Pereira. “Nós vemos muita liquidez nos mercados americanos, e o Brasil ainda está muito bem colocado para atravessar esse período difícil e por isso continua a ser uma opção para os investores de longo prazo.”
Pereira citou a compra de 31,8 por cento na Camil Alimentos SA, pelo Gávea Investimentos Ltda., liderado pelo ex-presidente do banco central Armínio Fraga. O Gávea é controlado pelo JPMorgan Chase & Co.
“Embora o mercado esteja difícil, nós teremos lucros no Brasil neste ano”, disse Pereira, sem apresentar números.
O Rothschild, que foi para a quinta posição no mercado de fusões e aquisições neste ano, está tendo um bom ano no Brasil e ainda está “muito bem posicionado” no ranking, disse Luiz Muniz, presidente do Rothschild no Brasil. A crise na Europa tornou o mercado de fusões e aquisições no Brasil mais complicado, com transações levando mais tempo para fechar, disse ele. “Nossa participação no mercado junto aos nossos clientes está crescendo.”
O Citigroup, que não fez nenhuma emissão pública de ações em 2011 no Brasil depois de estar no topo do ranking de 2010, não quis comentar, segundo sua assessoria de imprensa.
São Paulo - O Banco Itaú BBA SA assumiu a primeira posição entre os bancos de investimento nos rankings de fusões e aquisições e emissões de ações, derrubando estrangeiros como Citigroup Inc., Rothschild e Credit Suisse Group AG.
O Itaú BBA, o braço de atacado do maior banco da América Latina por valor de mercado, tirou o Rothschild da liderança em fusões e aquisições com 27 transações que totalizaram US$ 35,4 bilhões, de acordo com os dados da Bloomberg deste ano até hoje. O Itaú BBA também substituiu o Citigroup como o primeiro em lançamento de ações e assumiu o lugar do Credit Suisse em ofertas públicas iniciais de ações, ou IPOs.
Os bancos estrangeiros estão enfrentando mais concorrência de instituições locais à medida que tentam manter sua participação no mercado brasileiro, onde uma nova classe média está estimulando o crescimento da economia. Bancos brasileiros como Itaú BBA e Banco BTG Pactual SA ampliaram suas capacidades de financiar transações e contrataram executivos para passar a oferecer a seus clientes serviços antes só oferecidos por instituições financeiras globais.
“Nossa posição no mercado é o resultado de um longo e consistente investimento que viemos fazendo ao longo dos últimos anos”, disse Jean-Marc Etlin, que comanda a área de banco de investimento do Itaú BBA. “Nossa estratégia era essencialmente centrada em levar o Brasil e agora também a América Latina para os investidores globais, construindo, ao longo dos anos, uma plataforma de distribuição de padrão de qualidade global.”
Magazine Luiza
Pela primeira vez neste ano, bancos brasileiros, como o Itaú BBA, lideraram uma emissão pública inicial de ações para uma empresa brasileira, a rede de lojas Magazine Luiza SA, sem a ajuda de um banco internacional, disse Etlin.
“Nossa receita vai crescer neste ano apesar do encolhimento no total das comissões pagas aos bancos de investimento no mercado brasileiro”, disse ele.
A equipe de fusões e aquisições do Itaú BBA também participou da maior transação do ano, a fusão de duas unidades da Telemar Participações SA por meio de uma troca de ações. A transação teve um valor total anunciado de US$ 17,3 bilhões, segundo dados da Bloomberg.
O BTG Pactual é o segundo maior no ranking de emissões de ações no Brasil até hoje, subindo com relação à sétima posição em 2010. O banco passou da quarta para a segunda posição em fusões e aquisições, e pulou da 19ª pra a 11ª posição na emissão de bônus externos. O total de funcionários do banco de investimento do BTG Pactual cresceu de 52 para 63 pessoas, de acordo com Guilherme Paes, o sócio do BTG Pactual responsável pela área.
“No ano passado, nós tivemos transações muito grandes, mas que pagavam comissões muito pequenas aos bancos”, disse Paes, acrescentando que a área de banco de investimento do BTG vai dobrar sua receita com comissões na comparação com 2010.
Tendência das receitas
O total de receitas dos bancos de investimento no Brasil caiu neste ano, para US$ 782,7 milhões até o final de novembro, na comparação com US$ 1,16 bilhão no ano passado, de acordo com a Dealogic, que leva em consideração títulos de dívida, ações, empréstimos sindicalizados e consultoria em fusões e aquisições.
O volume de fusões e aquisições anunciadas envolvendo companias brasileiras foi reduzido para US$ 91,7 bilhões neste ano com relação aos US$ 161 bilhões do ano passado, de acordo com os dados da Bloomberg. As ofertas públicas de ações caíram 72 por cento em meio à crise na Europa, para US$ 12,1 bilhões, em comparação com US$ 42,5 bilhões do ano passado.
O Itaú BBA teve mais receitas de banco de investimento neste ano do que o Credit Suisse pela primeira vez desde que o boom nessa indústria começou no Brasil em 2007, de acordo com a Dealogic. O banco brasileiro foi o primeiro em distribuição de produtos de renda fixa no mercado interno, de acordo com a Anbima, a associação local dos bancos de investimento e de mercado de capitais.
‘Muito ativo’
Na emissão de títulos de renda fixa no mercado internacional, o Itaú BBA é o quarto colocado, segundo os dados da Bloomberg.
“Os players financeiros estão mantendo o mercado de fusões e aquisições muito ativo”, disse Paes.
O BTG Pactual foi contratado pela STP - Servicos & Tecnologia de Pagamentos SA, uma empresa de pedágios eletrônicos, para a venda de uma participação de controle, disseram no mês passado duas pessoas familiarizadas com as negociações.
“Inúmeros bancos internacionais investiram no Brasil nos últimos anos, mas os nossos mais importantes competidores são os suspeitos de sempre”, disse José Olympio Pereira, co- responsável pela área de banco de investimento do Credit Suisse.
O Credit Suisse é o quarto neste ano em emissões públicas de ações, com 14 por cento do mercado. No ano passado, o banco estava na oitava posição, com 7 por cento. O banco caiu para a segunda posição neste ano em IPOs, com 18 por cento do mercado. Em fusões e aquisições, a instituição ocupa o terceiro lugar neste ano, de acordo com os dados da Bloomberg.
Camil Alimentos
“O mercado de IPO pode demorar um pouco mais para abrir de novo, pois a crise na Europa continua nebulosa e mal resolvida”, disse Pereira. “Nós vemos muita liquidez nos mercados americanos, e o Brasil ainda está muito bem colocado para atravessar esse período difícil e por isso continua a ser uma opção para os investores de longo prazo.”
Pereira citou a compra de 31,8 por cento na Camil Alimentos SA, pelo Gávea Investimentos Ltda., liderado pelo ex-presidente do banco central Armínio Fraga. O Gávea é controlado pelo JPMorgan Chase & Co.
“Embora o mercado esteja difícil, nós teremos lucros no Brasil neste ano”, disse Pereira, sem apresentar números.
O Rothschild, que foi para a quinta posição no mercado de fusões e aquisições neste ano, está tendo um bom ano no Brasil e ainda está “muito bem posicionado” no ranking, disse Luiz Muniz, presidente do Rothschild no Brasil. A crise na Europa tornou o mercado de fusões e aquisições no Brasil mais complicado, com transações levando mais tempo para fechar, disse ele. “Nossa participação no mercado junto aos nossos clientes está crescendo.”
O Citigroup, que não fez nenhuma emissão pública de ações em 2011 no Brasil depois de estar no topo do ranking de 2010, não quis comentar, segundo sua assessoria de imprensa.