Negócios

Interesse na BR cresce após Petrobras mudar modelo de venda

A Petrobras viu crescer o interesse do mercado na BR Distribuidora após anunciar sua decisão de abrir mão da maioria do capital votante da empresa.


	BR Distribuidora: Petrobras busca uma precificação da BR, que faturou R$ 118 bilhões no ano passado e possui a maior rede de postos de combustíveis do país
 (Divulgação)

BR Distribuidora: Petrobras busca uma precificação da BR, que faturou R$ 118 bilhões no ano passado e possui a maior rede de postos de combustíveis do país (Divulgação)

DR

Da Redação

Publicado em 11 de agosto de 2016 às 22h55.

Por Marta Nogueira RIO DE JANEIRO - A Petrobras viu crescer o nível de interesse do mercado na BR Distribuidora após anunciar sua decisão de abrir mão da maioria do capital votante da empresa de combustíveis, afirmou nesta quinta-feira o diretor da Área Financeira e de Relacionamento com Investidores da petroleira, Ivan Monteiro.

Antes, a empresa previa vender uma fatia menor na companhia. Mas em julho a estatal anunciou a intenção de ficar com uma participação de 49 por cento do capital votante, permanecendo ainda majoritária no capital total. Monteiro evitou citar os interessados na companhia de combustíveis, um ativo importante no processo de desinvestimentos da empresa para levantar recursos visando reduzir o enorme endividamento.

A Petrobras busca uma precificação da BR Distribuidora, que faturou 118 bilhões de reais no ano passado e possui a maior rede de postos de combustíveis do país, entre 30 bilhões e 40 bilhões de reais, disse uma fonte anteriormente à Reuters. Além da BR, a empresa tem notado grande interesse em seus campos de petróleo terrestres e na Liquigás, subsidiária da Petrobras no setor de distribuição de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), todos ativos colocados à venda, acrescentou Monteiro durante entrevista a jornalistas para comentar os resultados do segundo trimestre.

As negociações da Petrobras para a venda da Nova Transportadora do Sudeste (NTS), de gasodutos, com a Brookfield, permanecem em andamento, segundo o diretor.

A companhia prevê a venda de 15,1 bilhões de dólares no biênio 2015-2016, sendo que a venda da BR Distribuidora ficou para o próximo ano.

A conclusão do plano de desinvestimentos, segundo executivos da empresa, é essencial para lidar com uma dívida bilionária, que coloca a companhia como uma das mais envididadas do mundo.

Entretanto, Monteiro frisou que a atual diretoria da petroleira está trabalhando firme e entregando resultados, como a renegociação de dívidas, aumento da produção, redução de custos e cumprimento de metas traçadas, em busca de maior previsibilidade.

Segundo o executivo, o mercado terá uma melhor visão de futuro sobre a Petrobras quando o plano de negócios da empresa for publicado, o que está previsto para acontecer em meados de setembro.

"Do nosso ponto de vista, a companhia está se tornando muito mais previsível, evidente, a gente ainda enfrenta dificuldade, porque o nível de dívida da companhia ainda é muito alto... (o endividamento) ainda está em um patamar muito elevado e nos obriga a manter o nível de liquidez muito alto", afirmou Monteiro.

O diretor destacou que a empresa tinha uma concentração muito forte de vencimento de dívidas no primeiro semestre, em especial no primeiro trimestre, e então aproveitou para realizar duas grandes operações, em que a companhia resgatou papéis de mercado e realizou emissões.

"Essas operações foram muito bem recebidas e a gente conseguiu, nesse movimento, retirar de (20)16, (20)17, (20)18 e (20)19, 10 bilhões de dólares", afirmou Monteiro.

No campo da redução de custos, a diretora de Exploração e Produção (E&P) da petroleira, Solange Guedes, reafirmou que a empresa está trabalhando na renegociação de contratos da área, que registrou aumento de gastos no primeiro semestre com volume grande de sondas ociosas.

Segundo a executiva, os resultados da área de E&P já serão muito melhores no segundo semestre.

Acompanhe tudo sobre:AtacadoCapitalização da PetrobrasCombustíveisComércioEmpresasEmpresas abertasEmpresas brasileirasEmpresas estataisEstatais brasileirasIndústria do petróleoPetrobrasPetróleoVibra Energia

Mais de Negócios

A malharia gaúcha que está produzindo 1.000 cobertores por semana — todos para doar

Com novas taxas nos EUA e na mira da União Europeia, montadoras chinesas apostam no Brasil

De funcionária fabril, ela construiu um império de US$ 7,1 bilhões com telas de celular para a Apple

Os motivos que levaram a Polishop a pedir recuperação judicial com dívidas de R$ 352 milhões

Mais na Exame