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Grupo AES planeja investir R$ 537 milhões no Brasil neste ano

Valor é o maior aplicado pelo grupo americano desde que chegou ao Brasil, em 1998. O objetivo da empresa é expandir e modernizar suas operações

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

Diante da perspectiva de continuidade do crescimento econômico, o Grupo AES pretende investir 536,9 milhões de reais em suas operações brasileiras neste ano. Este é o maior valor já investido pelo grupo americano, desde que chegou ao país, em 1998. No ano passado, os investimentos alcançaram 345,08 milhões de reais. "Esta é a retomada da curva de investimentos interrompida pelo racionamento de energia de 2001", afirma o diretor-presidente do grupo no Brasil, Eduardo José Bernini.

De acordo com Bernini, não estão em análise novas aquisições neste ano. Por isso, o dinheiro será aplicado na expansão e modernização das operações já em curso. "Nossa prioridade é consolidar os investimentos já realizados no país", diz. "Hoje, a melhor condição para agregar valor aos acionistas é focar na qualidade dos serviços", afirma.

Após a reestruturação de sua dívida de 1,2 bilhão de reais com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no final de 2003, o Grupo AES passou a agrupar seus ativos brasileiros na holding Brasiliana, da qual detém 50,01% das ações ordinárias. Os 49,99% restantes estão nas mãos do BNDES. A Brasiliana controla a distribuidora de energia AES Eletropaulo, em São Paulo, a termelétrica de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, e a geradora AES Tietê (SP). Ainda não há decisão sobre a incorporação da AES Sul, distribuidora que atende o mercado gaúcho, à Brasiliana.

Projetos previstos

A AES Eletropaulo receberá a maior parte dos investimentos programados: 428 milhões de reais. No ano passado, a empresa havia recebido 272,53 milhões. A expansão e modernização do sistema de distribuição receberá 131 milhões de reais. O treinamento da mão-de-obra vem em segundo lugar, com 94 milhões à disposição. Quando se somam os investimentos e a verba de custeio das operações, os recursos que serão aplicados na AES Eletropaulo neste ano alcançam 1,127 bilhão de reais.

Já a AES Sul receberá 65,54 milhões de reais em investimentos, 30% a mais do que no ano passado, quando a empresa recebeu 50,35 milhões. A maior parte irá para serviços de atendimento a clientes (25,7 milhões de reais), seguido por melhorias no sistema de distribuição (22,388 milhões).

Para este ano, a AES Tietê programou 35,9 milhões em investimentos. Em 2004, o orçamento havia sido de 19,8 milhões. Entre as atividades programadas, estão manutenções preventivas, melhorias no sistema de medição, padronização de procedimentos e capacitação de pessoal. Já a termelétrica de Uruguaiana deve receber 7,5 milhões de reais para aquisição de novas tecnologias de monitoramento de combustão, softwares de gestão e programas ambientais, entre outros. No ano passado, a usina recebeu 2,4 milhões em investimentos.

Fontes de recursos

Segundo Bernini, o objetivo é que os investimentos sejam realizados com recursos próprios. Novos recursos, provenientes de empréstimos, serão usados para o pagamento de dívidas junto a bancos privados. A companhia já despachou, por exemplo, toda a documentação necessária para entrar no Programa de Capitalização do BNDES, do qual pretende obter 771 milhões de reais.

Outra possibilidade apontada pelos analistas é a captação de recursos no mercado de capitais, seja por meio da emissão de debêntures, seja pela abertura de capital da Brasiliana. A alternativa ficou mais viável desde que as agências de classificação de risco Standard & Poor s e Fitch elevaram a nota da empresa, no final do ano passado. De acordo com Bernini, não há nenhuma decisão sobre possíveis emissões. O executivo reconheceu, porém, que empresas como a Brasiliana, cujos ativos envolvem toda a cadeia de energia, apresentam um perfil bastante atraente para os investidores.

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