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Gradiente deve voltar a operar ainda neste semestre

Companhia já tem aportes capitalizados de quatro investidores e vai diversificar portfólio com notebooks e tablets

Staub, presidente da Gradiente: aposta é no segmento de tablets e notebooks (Jefferson Coppola)

Staub, presidente da Gradiente: aposta é no segmento de tablets e notebooks (Jefferson Coppola)

Daniela Barbosa

Daniela Barbosa

Publicado em 17 de maio de 2011 às 19h10.

São Paulo - A novela que há quase quatro anos é protagonizada pela Gradiente pode estar com os dias contados para chegar ao fim. Isso porque, o retorno da companhia ao mercado deve ocorrer ainda neste primeiro semestre do ano. Segundo uma fonte ligada ao setor de eletroeletrônico, que prefere não ter seu nome divulgado, já está quase tudo pronto para que a companhia volte a ativa. “Eles estão nos ajustes finais”, afirmou a EXAME.com.

Desde meados de 2010, a Gradiente ensaia retomar suas operações. O atraso, no entanto, é justificado pela dificuldade da empresa de encontrar credores que acreditem no potencial da companhia. “A Gradiente está renascendo das cinzas e os obstáculos encontrados são incalculáveis”, disse a fonte.  

Para voltar a operar, a Gradiente necessita de investimentos que somem pelo menos 130 milhões de reais. Do total, mais da metade – cerca de 70 milhões de reais – viria  de investidores e o restante de capital da própria empresa. “Há valores já capitalizados por um grupo composto por três investidores públicos e um americano”, afirmou.

Como a Gradiente acumula dívidas de mais de 300 milhões de reais, uma das saídas encontradas pela companhia foi mudar a razão social da marca Gradiente para IGB Eletrônica. Além disso, foi criada uma empresa subsidiária, a Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD) – que tem os acionistas majoritários da Gradiente como donos – para receber os aportes dos credores, sem comprometer os recursos a pagamento de débitos antigos.

Entre os possíveis nomes que podem financiar o regresso da Gradiente ao mercado estão: o Banco Nacional de Desenvolvimento (Bndes), a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Procuradas, as entidades não confirmaram que haja qualquer processo de liberação de crédito em andamento.

Diversificação

Liderada pelo empresário Eugênio Staub, a Gradiente, desde 2007, acumula uma série de problemas financeiros. A concorrência acirrada foi, no entanto,  fator determinante para a queda da companhia. Hoje, o mercado de eletroeletrônico é ocupado principalmente por empresas asiáticas.

Para driblar a concorrência, a Gradiente vai apostar em um novo segmento: o de informática. A princípio, a companhia vai focar no desenvolvimento de notebooks e tablets, com o intuito de se diferenciar das demais companhias. O carro-chefe da empresa continua sendo o segmento de eletroeletrônicos, principal ramo de atuação da companhia.

De acordo com informações do setor, a companhia teria recontratado 800 ex-funcionários para treinamento. A Gradiente não confirma a informação. Atualmente, cerca de 50 empregados trabalham na fábrica da empresa, em Manaus (AM). Todos recebem seus salários por meio de depósitos judiciais. Procurada, a Gradiente preferiu não comentar o assunto.

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