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Gerdau pagou três vezes mais por fatia de Itaú em controlada

Gerdau revelou que pagou ao banco um valor três vezes maior do que o que foi pago para a empresa pelas mesmas ações

Gerdau: a empresa não esclareceu porque pagou valores tão diferentes (Paulo Fridman/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 27 de abril de 2016 às 19h09.

Nove meses depois de anunciar a compra de ações de quatro de suas controladas que estavam nas mãos de Itaú BBA e de Arcelor Mittal, a Gerdau revelou que pagou ao banco um valor três vezes maior do que o que foi pago para a empresa pelas mesmas ações.

Mas a Gerdau não esclareceu porque pagou valores tão diferentes. A divulgação das informações confirmou as desconfianças dos minoritários da empresa.

Em julho passado, a Gerdau informou que ficaria com 100% da Gerdau Aços Longos; da Açominas; da Aços Especiais e da América Latina Participações comprando ações dessas empresas que estavam com Itaú e Arcelor.

A operação foi avaliada em R$ 1,98 bilhão e muito questionada pelos minoritários, uma vez que para ficar com todas as ações de empresas nas quais já possuía mais de 90%, a Gerdau pagou um valor que era equivalente, à época, a 18% de todo o seu valor de mercado. Os acionistas também queriam saber as razões que levavam a empresa a dispor desses recursos num momento de crise econômica.

A gestora de recursos Tarpon questionou na Comissão de Valores Mobiliários a possibilidade de a Gerdau não estar agindo por interesses próprios, mas para assumir compromissos da Indac, controladora da Metalúrgica Gerdau, que controla a Gerdau. Isso porque o Itaú BBA tinha uma opção de venda das ações das empresas adquiridas pela Gerdau contra a Indac.

O grupo não havia dado transparência, à época, sobre a existência dessas opções o que também gerou a desconfiança da existência de diferença de pagamentos pelas ações.

Semana passada, a Gerdau fez um adendo ao manual de sua assembleia de acionistas e incluiu a informação sobre os valores pagos a cada um dos acionistas nas operações. Cada ação do Itaú na Gerdau Açominas foi avaliada em R$ 73,68. Nas mãos da Arcelor, o mesmo papel saiu por R$ 22,99.

No caso da Aços Longos, o banco recebeu R$ 146,59 por ação e a empresa, R$ 45,74. Na Aços Especiais, a ação que estava com o Itaú saiu a R$ 24,02 e da Arcelor, a R$ 7,50. E a América Latina Participações, a diferença foi de R$ 42,41 para R$ 13,23. O Itaú recebeu R$ 1,7 bilhão do R$ 1,98 bilhão que atingiu toda a operação.

Na assembleia da Gerdau, ontem, os acionistas Guepardo e Poland fizeram uma série de questionamentos por escrito . Eles pediram esclarecimentos sobre o fato de o conselho fiscal da Gerdau ter considerado a operação de compra de participações minoritárias como sendo entre partes relacionadas e pediram a avaliação dos auditores e administradores da companhia sobre o assunto.

Querem saber também quem aprovou a transação. E pediram justificativas para o valor muito maior pago ao Itaú, além de mais detalhes sobre o contrato de opções entre Itaú e Indac. Prourados, Tarpon, Gerdau e Guepardo não deram entrevista.

A Gerdau divulgou os dados depois que a CVM autorizou a empresa a usar ações em tesouraria para concretizar a compra das participações, desde que divulgasse todos os detalhes da operação. O entendimento é que o Itaú recebeu pagamento em dinheiro e a Arcelor deverá receber as ações.

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Nove meses depois de anunciar a compra de ações de quatro de suas controladas que estavam nas mãos de Itaú BBA e de Arcelor Mittal, a Gerdau revelou que pagou ao banco um valor três vezes maior do que o que foi pago para a empresa pelas mesmas ações.

Mas a Gerdau não esclareceu porque pagou valores tão diferentes. A divulgação das informações confirmou as desconfianças dos minoritários da empresa.

Em julho passado, a Gerdau informou que ficaria com 100% da Gerdau Aços Longos; da Açominas; da Aços Especiais e da América Latina Participações comprando ações dessas empresas que estavam com Itaú e Arcelor.

A operação foi avaliada em R$ 1,98 bilhão e muito questionada pelos minoritários, uma vez que para ficar com todas as ações de empresas nas quais já possuía mais de 90%, a Gerdau pagou um valor que era equivalente, à época, a 18% de todo o seu valor de mercado. Os acionistas também queriam saber as razões que levavam a empresa a dispor desses recursos num momento de crise econômica.

A gestora de recursos Tarpon questionou na Comissão de Valores Mobiliários a possibilidade de a Gerdau não estar agindo por interesses próprios, mas para assumir compromissos da Indac, controladora da Metalúrgica Gerdau, que controla a Gerdau. Isso porque o Itaú BBA tinha uma opção de venda das ações das empresas adquiridas pela Gerdau contra a Indac.

O grupo não havia dado transparência, à época, sobre a existência dessas opções o que também gerou a desconfiança da existência de diferença de pagamentos pelas ações.

Semana passada, a Gerdau fez um adendo ao manual de sua assembleia de acionistas e incluiu a informação sobre os valores pagos a cada um dos acionistas nas operações. Cada ação do Itaú na Gerdau Açominas foi avaliada em R$ 73,68. Nas mãos da Arcelor, o mesmo papel saiu por R$ 22,99.

No caso da Aços Longos, o banco recebeu R$ 146,59 por ação e a empresa, R$ 45,74. Na Aços Especiais, a ação que estava com o Itaú saiu a R$ 24,02 e da Arcelor, a R$ 7,50. E a América Latina Participações, a diferença foi de R$ 42,41 para R$ 13,23. O Itaú recebeu R$ 1,7 bilhão do R$ 1,98 bilhão que atingiu toda a operação.

Na assembleia da Gerdau, ontem, os acionistas Guepardo e Poland fizeram uma série de questionamentos por escrito . Eles pediram esclarecimentos sobre o fato de o conselho fiscal da Gerdau ter considerado a operação de compra de participações minoritárias como sendo entre partes relacionadas e pediram a avaliação dos auditores e administradores da companhia sobre o assunto.

Querem saber também quem aprovou a transação. E pediram justificativas para o valor muito maior pago ao Itaú, além de mais detalhes sobre o contrato de opções entre Itaú e Indac. Prourados, Tarpon, Gerdau e Guepardo não deram entrevista.

A Gerdau divulgou os dados depois que a CVM autorizou a empresa a usar ações em tesouraria para concretizar a compra das participações, desde que divulgasse todos os detalhes da operação. O entendimento é que o Itaú recebeu pagamento em dinheiro e a Arcelor deverá receber as ações.

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