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General Motors registra prejuízo e reduz previsões para 2005

No primeiro trimestre, as perdas da montadora atingiram US$ 1,1 bilhão. Resultado derrubou expectativas de crescimento para este ano

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h40.

A General Motors (GM) encerrou o primeiro trimestre com um prejuízo de 1,1 bilhão de dólares, pressionada, sobretudo, pela queda de vendas na América do Norte e pelo menor lucro na China. No mesmo período de 2004, as perdas foram de 1,21 bilhão. O resultado levou a montadora a reduzir suas previsões de crescimento e de distribuição de dividendos neste ano. Em janeiro, a empresa esperava pagar de 4 a 5 dólares por ação para seus investidores. Agora, a previsão caiu para 1 a 2 dólares por papel.

Embora ainda lidere o mercado americano de automóveis, com cerca de 27% de participação, a GM vem enfrentando uma contínua queda de vendas. Nos três primeiros meses do ano, o faturamento na América do Norte recuou 13%, para 25,38 bilhões de dólares, contra 29,1 bilhões no mesmo período do ano passado.

De acordo com o jornal americano The Wall Street Journal, o presidente mundial da companhia, Rick Wagoner, considerou os números "claramente decepcionantes" e afirmou que a empresa estuda medidas para reverter a retração na América do Norte.

Uma delas, já anunciada, é que Wagoner assuma o comando dos negócios nesse mercado. Outra preocupação é conter os gastos com planos de saúde e previdência privada. Neste ano, a empresa projeta que estas despesas aumentarão 1 bilhão de dólares, atingindo 5,6 bilhões. A crise detonada pelo peso do fundo de pensão da GM sobre as suas contas levou a United Auto Works, sindicato que representa os trabalhadores do setor automotivo nos Estados Unidos, a anunciar que também procurarão meios de reduzir as despesas sociais da GM.

Parte dos especialistas do setor automotivo criticam a postura de Wagoner, que ainda não anunciou um plano detalhado de recuperação da empresa, apesar dos crescentes problemas. Outros líderes do setor automotivo, como Carlos Ghosn, presidente da Nissan, e Bill Ford Jr., da Ford Motor, ao assumirem empresas com problemas tão pesados quanto os da GM, não tardaram em anunciar detalhes de sua ação, como fábricas que deveriam ser fechadas, número de funcionários a cortar e metas de expansão. Wagoner, pelo contrário, admite que a GM enfrenta um excesso de capacidade produtiva, mas não indica se ou quais plantas poderiam ser fechadas.

O executivo limita-se a afirmar que pretende elevar as receitas de venda na América do Norte, a fim de equilibrar os gastos com o fundo de pensão. Além disso, nega que a GM possa requerer concordata para poder negociar com calma suas dívidas. "Somos contratados por acionistas para otimizar o valor [da GM] para os acionistas. Isso [a concordata] claramente não iria otimizar o valor", afirmou ao The Wall Street Journal.

Na região da Ásia e do Pacífico, o lucro da GM caiu de 275 milhões de dólares, no primeiro trimestre de 2004, para 60 milhões. A redução deve-se, principalmente, à queda dos ganhos na China, a economia que mais cresce no mundo hoje. O mercado chinês rendeu um lucro de 33 milhões de dólares, contra 162 milhões em igual período de 2004.

Já a operação conjunta da América Latina, África e Oriente Médio registrou um lucro de 46 milhões de dólares um impressionante aumento diante do 1 milhão do primeiro trimestre do ano passado, motivado pelas vendas recordes (se você é assinante, leia ainda reportagem de EXAME sobre como a GM brasileira está conseguindo manter os resultados).

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