Furlan diz que disputa entre acionistas da BRF destrói valor da empresa
Para acionista, essa disputa causa insegurança entre acionistas, fornecedores, funcionários e consumidores
Estadão Conteúdo
Publicado em 17 de abril de 2018 às 15h44.
São Paulo - O acionista da BRF Luiz Fernando Furlan convocou jornalistas para uma teleconferência, na qual defendeu os nomes que indicou para o conselho de administração e lamentou a atual disputa entre os acionistas da empresa, afirmando que ela destrói o valor da companhia. Em sua avaliação, a BRF deveria estar voltada a outros desafios.
"Me dói muito, na minha mente e na minha cabeça, como acionista e também no meu coração, ver essa disputa entre acionistas, que tem destruído valor da empresa. A energia poderia ser canalizada para outros desafios", disse Furlan.
Para ele, essa disputa causa insegurança entre acionistas, fornecedores, funcionários e consumidores. Ele relatou que os consumidores leem o noticiário negativo, que por sua vez influencia as suas decisões.
"Essa instabilidade que tem acontecido não tem ajudado a empresa. Eu trabalho para um pacificação e tenho conversado com diversos acionistas", disse. "Eu sou independente... Sou isento, eu me dou bem com os diversos segmentos de acionistas."
Na semana passada, o acionista Luiz Fernando Furlan havia indicado novos candidatos ao conselho de administração, a empresária Luiza Helena Trajano, da Magazine Luiza, e o consultor de empresas Vicente Falconi.
Na correspondência encaminhada à empresa, Furlan havia dito: "Entendo que estas indicações vão ao encontro com o melhor interesse dos acionistas e da companhia, dado o currículo profissional dos candidatos e o quanto poderão contribuir para a BRF. Acredito ser relevante informar que ambos os candidatos conhecem o setor e a companhia uma vez que já participaram do Conselho de Administração da Sadia e/ou BRF".
Na teleconferência desta tarde, Furlan defendeu os nomes, disse que são pessoas experientes e com conhecimento do setor. A respeito de Luiza Helena Trajano, ele disse que é uma "extraordinária motivadora de pessoas".
Até o momento, a expectativa é de que a assembleia marcada para 26 de abril contará com voto múltiplo, um pedido do fundo Aberdeen, que hoje possui mais de 5% das ações com direito a voto.