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Fundos indicam nomes independentes ao conselho da Petrobras

Fundos de investimento se organizaram novamente para indicar nomes independentes ao conselho de administração da Petrobras

Petrobras: conselheiros independentes mostram desconforto com a condução da Petrobras (Tânia Rêgo/Agência Brasil)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de abril de 2015 às 21h12.

São Paulo e Rio - Fundos de investimento se organizaram mais uma vez para indicar novos nomes independentes ao conselho de administração da Petrobras .

Walter Mendes de Oliveira Filho e Guilherme Affonso Ferreira vão ser apresentados aos acionistas na próxima assembleia ordinária, no dia 29 deste mês.

Se eleitos, se juntam a Deyvid Bacelar, representante dos empregados, e a Luiz Navarro, indicado pela União, na nova composição do colegiado, que deve ser menos político e mais técnico do que o anterior.

As indicações de Mendes e Ferreira foram comunicadas nesta ???ontem pela Petrobras aos investidores em ofício distribuído às agências reguladoras dos mercados financeiros do Brasil (CVM) e Estados Unidos (SEC).

O primeiro deve substituir Mauro Cunha, representante dos minoritários donos de ações ordinárias (ONs, com voto); e o segundo, João Monforte, dos investidores em ações preferenciais (PNs, sem voto).

Enquanto tiveram assento no conselho, Cunha e Monforte adotaram posições contrárias ao governo federal e mostraram descontentamento com os rumos da empresa.

A perspectiva é de que também Mendes e Ferreira continuem nessa linha de atuação, diz o vice-presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), André Gordon.

A Amec intermediou a escolha dos dois nomes por fundos de investimento estrangeiros que administram bilhões pelo mundo, liderados pelo holandês Robeco e pelos britânicos F&C e Hermes.

Nos bastidores, os conselheiros independentes mostram desconforto com a condução da Petrobras, envolvida nos escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Eles são contrários, por exemplo, aos nomes que assumiram o comando da estatal. Votaram contra a indicação de Aldemir Bendine para a presidência da empresa e não receberam bem a definição do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para a presidência do conselho de administração.

Segundo fontes próximas, a avaliação dos independentes é de que não há perspectiva de mudanças mais efetivas na condução da Petrobras. Embora Murilo Ferreira seja um nome reconhecido pelo mercado, também existem dúvidas sobre a capacidade de tocar, ao mesmo tempo, duas empresas que atravessam desafios, já que a Vale enfrenta o momento de queda no preço do minério de ferro.

Biografias

Guilherme Affonso Ferreira é um dos investidores mais atuantes do País. Dono da Bahema Participações, é acionista e está presente no conselho de diversas companhias, como SulAmérica e Pão de Açúcar.

O economista Mendes tem longa atuação como gestor de recursos e passagens pelo Itaú e Schroder, entre outros. Também presidiu a Amec entre 2009 e 2011. É diretor-executivo do Comitê de Aquisições e Fusões (CAF), ligado a órgãos do mercado de capitais.

Já o especialista em governança corporativa Navarro entra no conselho em maio, com a intenção de trabalhar em parceria com a nova diretoria.

Em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o advogado contou que, quando aceitou a vaga, considerou o quanto poderia ajudar na formação de uma unidade de inteligência dentro da empresa.

Entre as propostas que vai apresentar, está a de controle da evolução do patrimônio de executivos da petroleira.

O trabalho de cruzamento de dados da estatal deve ser desenvolvido conjuntamente com o diretor de Governança Corporativa, João Elek Júnior, e com membros da auditoria interna e da ouvidoria da empresa.

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Se eleitos, se juntam a Deyvid Bacelar, representante dos empregados, e a Luiz Navarro, indicado pela União, na nova composição do colegiado, que deve ser menos político e mais técnico do que o anterior.

As indicações de Mendes e Ferreira foram comunicadas nesta ???ontem pela Petrobras aos investidores em ofício distribuído às agências reguladoras dos mercados financeiros do Brasil (CVM) e Estados Unidos (SEC).

O primeiro deve substituir Mauro Cunha, representante dos minoritários donos de ações ordinárias (ONs, com voto); e o segundo, João Monforte, dos investidores em ações preferenciais (PNs, sem voto).

Enquanto tiveram assento no conselho, Cunha e Monforte adotaram posições contrárias ao governo federal e mostraram descontentamento com os rumos da empresa.

A perspectiva é de que também Mendes e Ferreira continuem nessa linha de atuação, diz o vice-presidente da Associação de Investidores no Mercado de Capitais (Amec), André Gordon.

A Amec intermediou a escolha dos dois nomes por fundos de investimento estrangeiros que administram bilhões pelo mundo, liderados pelo holandês Robeco e pelos britânicos F&C e Hermes.

Nos bastidores, os conselheiros independentes mostram desconforto com a condução da Petrobras, envolvida nos escândalos de corrupção investigados pela Operação Lava Jato, da Polícia Federal. Eles são contrários, por exemplo, aos nomes que assumiram o comando da estatal. Votaram contra a indicação de Aldemir Bendine para a presidência da empresa e não receberam bem a definição do presidente da Vale, Murilo Ferreira, para a presidência do conselho de administração.

Segundo fontes próximas, a avaliação dos independentes é de que não há perspectiva de mudanças mais efetivas na condução da Petrobras. Embora Murilo Ferreira seja um nome reconhecido pelo mercado, também existem dúvidas sobre a capacidade de tocar, ao mesmo tempo, duas empresas que atravessam desafios, já que a Vale enfrenta o momento de queda no preço do minério de ferro.

Biografias

Guilherme Affonso Ferreira é um dos investidores mais atuantes do País. Dono da Bahema Participações, é acionista e está presente no conselho de diversas companhias, como SulAmérica e Pão de Açúcar.

O economista Mendes tem longa atuação como gestor de recursos e passagens pelo Itaú e Schroder, entre outros. Também presidiu a Amec entre 2009 e 2011. É diretor-executivo do Comitê de Aquisições e Fusões (CAF), ligado a órgãos do mercado de capitais.

Já o especialista em governança corporativa Navarro entra no conselho em maio, com a intenção de trabalhar em parceria com a nova diretoria.

Em entrevista exclusiva ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o advogado contou que, quando aceitou a vaga, considerou o quanto poderia ajudar na formação de uma unidade de inteligência dentro da empresa.

Entre as propostas que vai apresentar, está a de controle da evolução do patrimônio de executivos da petroleira.

O trabalho de cruzamento de dados da estatal deve ser desenvolvido conjuntamente com o diretor de Governança Corporativa, João Elek Júnior, e com membros da auditoria interna e da ouvidoria da empresa.

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