Fundo Darby busca ativos de energia renovável no Brasil
O fundo de private equity montou uma joint venture com a geradora brasileira Servtec e avaliam oportunidades de aquisição para iniciar os investimentos
Reuters
Publicado em 23 de junho de 2017 às 16h04.
São Paulo - O fundo norte-americano de private equity Darby, da Franklin Templeton Investments, associou-se à geradora brasileira Servtec para buscar oportunidades em energia renovável no Brasil, principalmente ativos eólicos e solares, disse à Reuters o presidente da Servtec.
As empresas montaram uma joint venture e agora avaliam oportunidades de aquisição para iniciar os investimentos, principalmente devido à incerteza que ainda existe em torno da realização de novos leilões para contratar novas usinas de energia no Brasil em meio à recessão, que impactou a demanda por eletricidade.
"Estamos junto com a Darby buscando oportunidades de investimento em projetos eólicos e solares, pequenas hidrelétricas e biomassa, mas eu diria que com foco maior em eólica e solar... existem alguns projetos já operacionais que são bem atrativos", disse à Reuters o CEO da Servtec, Pedro Fiuza.
Ele afirmou que as empresas têm olhado tanto ativos de grande porte quanto usinas menores, e que a crise política do Brasil incomoda, mas não irá frear os planos de expansão.
"O momento que o Brasil vem vivendo, a gente tem que ser cauteloso... mas, dito isso, a gente consegue ser bem competitivo... não posso precisar exatamente, mas ao longo dos próximos dois, três anos, vamos estar fazendo investimentos superiores a 1 bilhão de reais", apontou.
Ele disse que a ideia é unir a capacidade financeira da Darby e seu relacionamento com investidores institucionais internacionais à expertise técnica da Servtec, que já implementou cerca de 850 megawatts em projetos de geração de energia no Brasil.
"A gente tem uma capacidade de ser bem competitivo nas ofertas de compra, de competir com os grandes consolidadores do mercado", garantiu.
Fiuza disse ainda que Servtec e Darby poderão agregar novos parceiros nas aquisições que forem ser realizadas, que seriam principalmente investidores institucionais, como fundos.
"Já temos uma porção desses investidores mapeados, e conversamos caso a caso, a cada transação, para estruturar... os estrangeiros têm um apetite diferenciado por esse tipo de geração, renovável", afirmou.
A primeira aquisição da joint venture entre as empresas pode ser anunciada ainda neste ano, segundo Fiuza, que afirmou que há negociações em andamento.
No futuro, as empresas pretendem também participar de licitações do governo para novas usinas de energia.
A Servtec possui cerca de 600 megawatts em projetos eólicos prontos para serem inscritos em leilões e outros 600 megawatts em desenvolvimento.
"Quando o mercado voltar a ficar mais favorável, a gente vai estar participando", disse.
O mercado de energia renovável no Brasil tem atraído investidores internacionais apesar da crise no país.
Na semana passada, a francesa EDF comprou uma fatia majoritária em uma usina solar no país. Em maio, a gestora britânica Actis anunciou a aquisição de parques eólicos para criar uma nova empresa no Brasil, a EchoEnergia.