Funcionários da Volkswagen mantiveram o prometido e paralisaram a produção da fábrica de São Bernardo do Campo nesta quarta-feira (30/8). A greve é uma resposta às demissões na unidade que começaram a ser anunciadas ontem e serão efetivadas a partir de novembro, quando se encerra um acordo de estabilidade assinado em 2001.

A fábrica de São Bernardo produz 940 veículos por dia, dos modelos Gol, Saveiro, Kombi, Polo e Fox. Como a paralisação foi decretada na tarde desta terça-feira (29/8), o comando de greve instruiu hoje os funcionários dos turnos da manhã a entrarem na fábrica e cruzarem os braços. Foram realizadas assembléias na chegada de empregados às 5h30 e 7h30.

Em uma assembléia deliberativa, realizada às 14h30, os funcionários decidiram manter a greve até o início da tarde de amanhã, quando uma nova reunião decidirá quais os rumos que os representantes dos funcionários tomarão daqui para a frente. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, a greve não está mantida por tempo indeterminado; os empregados podem optar nos próximos dias por formas diferentes de protesto, como passeatas.

Pelo plano de reorganização da Volkswagen, as demissões na unidade de São Bernardo do Campo podem atingir 3,6 mil funcionários, no caso de um acordo com os sindicatos, ou até 6,1 mil, caso não haja entendimento e a fábrica deixe de receber investimentos da matriz.

Tanto os representantes dos funcionários quanto a montadora se dizem abertos às negociações, mas ainda não há nenhuma reunião marcada. Os sindicatos afirmam que só aceitarão propostas que não impliquem em mais anúncios de demissões.